Uma
igreja pode possuir um “narcisismo coletivo” como uma infecção sistêmica. Assim
como no corpo humano, uma pequena infecção pode invadir a corrente sanguínea e
desencadear uma inflamação em todo corpo. O mesmo acontece na igreja.
Há dois tipos de sistemas narcisistas: os arrogantes convictos de sua grandeza e o narcisismo vulnerável com um moralismo autodepreciativo.
1. Sistema narcisista grandioso. Este sistema (igreja, denominação, instituição paraeclesiástico etc.) tem prazer em si mesmo. Embora a missão organizacional fale de servir a Jesus e ao reino, eles falam de outras igrejas de forma depreciativa, zombam de outros trabalhos e exaltam o próprio trabalho. É uma arrogância coletiva.
Neste sistema a integridade dá lugar ao pragmatismo; a honestidade dá lugar à ilusão. Se parecem mais com uma corporação agressiva do que com um ministério cristão.
2. Sistemas narcisistas vulneráveis. Este sistema adota um papel de vítima. Anseiam por admiração e afirmação. Por vezes é chamado de “narcisismo de baixa autoestima”. É um sistema doentio, possui uma abordagem masoquista e manipuladora.
Estes sistemas falam de humildade, pecado, dependência em Deus de uma forma contrária ao evangelho, pois creem que são a única igreja verdadeira e sincera quando se trata de pecado humano.
Aquilo que é chamado de humildade é na verdade autodepreciação, aquilo que é chamado de fraqueza é na verdade mágoa e aquilo que é chamado de dependência em Deus é uma desculpa de sua passividade, uma forma de se eximir de sua responsabilidade quando as coisas dão errado.
Um sistema saudável não é dominado por ansiedade, todos têm liberdade de dizer a verdade, todos têm liberdade de ouvir com curiosidade. Estamos doentes, e precisamos restaurar a saúde começando pela verdade.
REFERENCIAL TEÓRICO
DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.
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