Todos
nós somos tentados a fazer esta pergunta: “Por que eu?!”. Basta enfrentarmos
uma dificuldade, um conflito, um sofrimento, uma perda, que logo dizemos: “Por que?”.
A Bíblia indica que muitos homens de Deus lutaram com o problema da autocomiseração.
Moisés se perguntou “por que eu?” de diversas formas e várias vezes no livro de
Êxodo. Quando ele foi até Faraó para pedir que liberasse os israelitas para
celebrarem uma festa ao Senhor, Faraó respondeu aumentando a carga de trabalho
do povo (Êx 5:15-23; v.21,22). Elias também fez a mesma coisa depois de repreender
Acabe, sua esposa Jezabel e os sacerdotes de Baal, por sua idolatria. Em 1 Reis
18, Elias invocou fogo do céu para consumir seu sacrifício de demonstrar o
poder de Deus. Por causa disso Acabe e Jezabel ameaçaram Elias de morte, e o profeta
fugiu para o deserto, e pediu para Deus tirar sua vida, dizendo que não era
melhor do que seus antepassados (1 Rs 19:4). Em outras palavras: “Por que eu?”.
O
Salmo 73 mostra um homem lutando com a autocomiseração. Este homem está
claramente sentindo pena de si mesmo (Sl 73:13,14). Deus não quer que enfrentemos
nossos problemas com autocomiseração tentando responder “Por que eu?”. Saber a
razão dos nossos problemas não significa que eles serão resolvidos. Saber por
que algo aconteceu em nossa vida não muda nossa realidade nem nos ajuda a lidar
com o fato. Em vez de perguntar “Por que?”, deveríamos perguntar: “Agora que isso
aconteceu, como devo lidar com a situação? Como devo reagir a esse fato?”.
As
verdadeiras causas da autocomiseração são provocadas por aqueles pecados que contribuem
para que a pessoa sinta pena de si mesma: inveja, visão exagerada das coisas,
entendimento errado da verdadeira prosperidade e aborrecimento pecaminosos (Sl
73:3-14).
A
verdadeira cura para autocomiseração provém de Deus. É necessário exercer
controle sobre nossas palavras e pensamentos, indo ao “santuário” de Deus em
busca de sabedoria e entendimento, e meditar nos privilégios que um crente tem
como filho de Deus (Sl 73:15-28).
Nenhum
problema está fora do controle de Deus, porque Ele controla o universo, e nada
está além das soluções possíveis. Todo problema tem um propósito. Crer na
soberania de Deus é o que fará a diferença, pois Ele é um ser pessoal, não está
distante de nós. Nossas orações não o instruem, não o ordenam, não o manipulam.
Deus é soberano em nossas vidas e problemas, e Ele não fará barganha conosco,
não abandonará sua sabedoria para acomodar-se à tolice da sabedoria humana.
Deus
está no controle de tudo e da suposta injustiça da situação em que estamos
vivendo. A justiça de Deus nem sempre se manifesta imediatamente. A injustiça
parece prevalecer por pouco tempo (Sl 37 e 73). Isso tudo tem a ver com a fé
(Hb 11), para uma visão de longo alcance na dependência da sua Palavra. Deus é
justo, e qualquer declaração que diga que “isto não é justo”, está desafiando a
justiça e a fidelidade da Palavra de Deus, ou seja, está exibindo uma
declaração explícita de falta de fé.
REFERENCIAL
TEÓRICO
MACK,
Wayne A. Caído, mas não Derrotado:
Lidando Biblicamente com o Desânimo, o Abatimento e o Esgotamento. São Paulo:
NUTRA, 2016, p.149-166.
ADAMS,
Jay E. Teologia do Aconselhamento Cristão: Mais que Redenção. Eusébio:
Peregrino, 2016, p.65-135.
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