Deus
nos criou como seres narrativos. Somos a imagem e semelhança do Deus que está
escrevendo a história do mundo (Gn 1:27-28). Somos representantes de Deus no
cuidado da criação e temos responsabilidades morais diante dele.
Somos seres criativos que criam e consomem histórias, e isso é bom! Quem não gosta de uma boa história de ficção, das histórias contadas em músicas, filmes, livros etc.?
Entretanto, nossa imagem foi quebrada pelo pecado (Gn 3). O homem caído ao criar e consumir histórias, o fará em submissão ou em oposição a Deus em alguma medida. Os contos de fada irão refletir ou o amor por Deus ou a rebelião contra ele.
Há histórias que nos definem enquanto indivíduos. Há histórias formativas sobre quem somos e para onde vamos. Histórias são formadas por cosmovisão. As histórias nos ajudam a enxergar a realidade de acordo com a nossa identidade compartilhada.
As histórias bíblicas retratam a humanidade com ela é, sem ufanismo. Os personagens bíblicos são retratados como gente normal e pecadora que serve de espelho para nossa vida, para entendermos melhor nossa história.
O homem caído vive em fuga da realidade, o que leva a tentar falsificar explicações para ela. Paulo fala que o homem natural (Rm 1:18-32) sabe algo sobre o Deus verdadeiro por meio das coisas criadas, mas foge disso.
O homem natural busca falsas histórias para tentar explicar o mundo, em vez de recorrer ao Deus verdadeiro. Ele adora a criatura no lugar do Criador. Ele abandona a verdade de Deus por mentiras.
O homem se agarra a algo que explique quem ele é. Por isso muitos se agarram a falsas histórias que lhe tocam o coração, substituindo o Criador pela criatura.
As Escrituras se concentram na história da redenção. A Bíblia convida cada um a olhar no espelho, a fim de enxergar tanto a realidade da própria feiura moral quanto a esperança da redenção em Cristo.
Somos parte de uma história que Deus está narrando e precisamos que as palavras do narrador nos ajudem a fazer sentido quanto ao que somos e vivemos. Somos personagens do que Deus está fazendo. Nós não só podemos como devemos utilizar do poder das histórias (ficções, filmes, músicas, livros) para transformar corações.
REFERENCIAL TEÓRICO
GAROFALO,
Emílio. Pregações e histórias: o
poder das histórias bíblicas. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2025.
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