Pessoas machucadas pelo narcisista muitas vezes não percebem de imediato suas ferroadas e podem até concluir que sejam merecedoras delas. O narcisista desenvolve uma capacidade misteriosa de fazer outros se sentirem loucos, confusos e inseguros.
O
abuso emocional, com frequência, não deixa marcas no corpo. Embora cicatrizes
ou contusões físicas não estejam presentes o que está presente é a angústia
invisível infligida ao outro.
O
trauma nasce de violência na forma de humilhação, críticas excessivas,
silêncio, exclusão, infidelidade, paqueras, variações extremas de humor, piadas
de mau gosto, ciúmes constantes, acusações, vergonha, controle das finanças,
manipulação sexual, transferência de culpa etc.
Por
incrível que pareça, além do sistema judiciário de nosso país, o lugar em que
mais se vê abuso emocional traumático é na igreja. Muitas pessoas em situações
de vulnerabilidade quando buscam empatia e segurança na igreja acabam
encontrando mais dúvidas e descrença.
O
abuso emocional pode ser tão prejudicial quanto o abuso físico e violência
sexual. Homens e mulheres que sofrem este tipo de abuso muitas vezes são
retratados como pessoas hipersensíveis, dadas a exagero e desonestas.
Trauma
não é o que acontece conosco, mas o que abrigamos em nosso interior na ausência
de uma testemunha empática. As cicatrizes de abuso emocional são invisíveis,
mas nem por isso são menos reais.
Quando
pastores e igrejas negam o impacto do abuso emocional, retraumatizam a vítima.
Quando suspeitamos da vítima e apoiamos o abusador, corremos o risco de fazer um
mal que pode se tornar irreparável. A vítima pode culpar a si mesma.
Pastores
bem-intencionados podem cair na armadilha do abusador narcisista e acreditar em
suas súplicas por graça e em suas intenções de mudar para melhor, o que não
passa de falsa vulnerabilidade.
Muitos
líderes por não entenderem o impacto traumático do abuso emocional, acabam
propondo soluções superficiais como: orar juntos, ler um livro cristão sobre
casamento, sair para jantar fora etc.
A
igreja precisa adquirir capacitação necessária para identificar o homicida
silencioso chamado abuso emocional traumático, pois é muito triste ver este
tipo de abuso se desenvolver na igreja.
REFERENCIAL TEÓRICO
DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.
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