quinta-feira, 24 de abril de 2025

Possiblidade de cura das feridas internas

As cicatrizes de abuso emocional são invisíveis, mas nem por isso são menos reais. O abuso emocional, com frequência, não deixa marcas no corpo. O abuso emocional pode ser tão prejudicial quanto o abuso físico e violência sexual.

As cicatrizes de abuso emocional não são curadas de maneira simplista, como cicatrizes ou contusões físicas. Para isso é preciso entender a anatomia da personalidade. Existem boas abordagens psicológicas que podem ajudar. 

A Terapia Cognitiva Comportamental (Aaron Beck) possui uma abordagem que estuda nossos sistemas de crenças mentais e emocionais que dão a possibilidade de compreender antigos padrões de comportamento que dão origem aos comportamentos de enfretamento inconvenientes na vida adulta. 

A Terapia do Esquema (Jeffey Young) combina técnicas cognitivas e comportamentais. Essa terapia possui 18 esquemas iniciais desadaptativas que derivam da infância e adolescência. Esquemas são crenças ou cognições que envolvem sensações, emoções e temperamento. 

A personalidade emerge da interação entre o temperamento da criança e do ambiente. Crianças que passaram por humilhações e desprezo por parte de pais ou cuidadores, podem desenvolver uma tendência exacerbada a se retrair e tornar-se deprimida. 

Os esquemas resultam da interação entre o temperamento de uma criança e as dificuldades que ela enfrenta em seu ambiente. Esses esquemas podem permanecer latentes por boa parte da vida, e serem ativados de acordo com o ambiente desafiador na vida adulta. 

Em geral, esquemas estão conectados a memórias da infância. Todos nós temos esquemas formados em resposta a experiências no início da vida. Nessa teoria, temos esquemas de resposta as diversas situações da vida, que podem ser compreendidas por um bom terapeuta. 

Há também a Teoria do apego (Daniel Siegel) que visa estudar relação pai-filho e consciência atenta. Essa teoria ajuda a compreender como nosso cérebro se conecta em segundos com estados da mente acionados pela memória. 

Por exemplo, quando estamos dirigindo e o rádio toca uma música que de repente nos transporta para outro tempo e lugar, talvez um primeiro amor ou uma primeira perda. Somos guiados pelas memórias explícitas e implícitas. 

Nossas emoções, lembranças, crenças podem nos levar para longe das pessoas e de Deus, mas a mudança é possível. Busque ajude de um profissional com familiaridade nessas abordagens, que seja empático e firmemente confrontador.

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

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