domingo, 17 de maio de 2015

Verdades Católicas da Fé Cristã: A igreja primitiva e atual



A palavra Católica no sentido original significa “universal” a igreja inteira, todas as denominações e tradições, não se refere a Igreja Católica Romana. A história da igreja teve início com o surgimento da comunidade cristã original com o ministério de Jesus. A igreja primitiva tinha um forte teor judaico, pois Jesus e os apóstolos eram todos judeus, a primeira comunidade surgiu em Jerusalém. Pelos ensinos do Apóstolo Paulo aos gentios e com a destruição de Jerusalém (templo) pelos romanos no ano 70 depois de Cristo, a igreja passou por uma transição de uma cultura para outra, o que contribui para ela se tornar mais gentia e menos judaica.  

No período antigo, até a época de Agostinho (século 5º) a igreja primitiva ainda não tinha definido claramente alguns elementos de sua soteriologia, isto é, da doutrina da salvação, principalmente a relação entre graça e livre-arbítrio. Para Agostinho, assim como é vista pela Teologia Reformada, todos nascem em pecado, não possuindo “livre-arbítrio” e que somente pela graça de Deus e pelo arrependimento é que a pessoa pode ser salva.  A Igreja Católica aceitou apenas alguns aspectos dos ensinamentos teológicos de Agostinho e rejeitou outros.

A igreja Católica Romana afirma ser a mesma igreja que surgiu no período apostólico, retratada no Novo Testamento, porém na história vemos que ao longo dos séculos, ela adquiriu feições que a distinguiram fortemente da igreja primitiva.  Um dos principais motivos é o papado, pois não é uma instituição de origem divina. As Escrituras não apontam este ofício como uma ordenança de Cristo à sua igreja. Mateus 16:18 está muito longe de ser o que eles interpretam ser, onde Jesus declara Pedro como chefe universal da igreja, aliás está declaração lhe tira a preeminência como o cabeça da igreja (Cl 1:18). Se assim fosse, Pedro também seria a mesma pedra de tropeço para a igreja conforme Jesus declara para ele em Mt 16:23. Os historiadores não encontram uma base absolutamente segura para afirmar que Pedro sequer tenha estado em Roma, quanto mais admitir que ele tenha sido o primeiro bispo daquela igreja.

No período medieval em meados do século 5º é que a palavra papa (gregra: papas ou latim papa) começou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma levando o reconhecimento da autoridade suprema sobre a igreja ocidental. Também temos que reconhecer que estes bispos prestaram muitos serviços relevantes para a igreja e a sociedade, homens de grande piedade e integridade moral.

A Reforma Protestante no século 16 não foi um protesto contra o catolicismo, nem uma revolução, a reforma protestante foi uma tentativa de RESGATAR a histórica Fé Cristã Apostólica. O teólogo reformado R.C. Sproul afirma que a Teologia Reformada é Católica (não a Romana), Evangélica e Reformada. Temos uma Fé Católica. Todos os que são evangélicos no sentido histórico, são católicos, porém nem todos os que são católicos são evangélicos, mas todos que são evangélicos compartilham a doutrina comum da Igreja Universal. Nem todos os evangélicos são reformados, mas todos os reformados, no sentido histórico são também evangélicos. O termo “evangélico” foi usado pelos reformadores da época porque eles criam na doutrina da justificação pela Fé somente, recuperando o evangelho do Novo Testamento. O Cristão reformado abraça os credos distintivamente reformados da história como a Confissão de Fé de Westminster, por exemplo, adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. As confissões e credos não são infalíveis como as Escrituras, porém, nos ajudam a fazer uma exposição bíblica dirigida pelo Espírito. A Fé reformada é evangélica e católica.

Por que a igreja precisa estar “Semper Roformanda”? (Sempre se Reformando)

Veja a definição de R.C Sproul:
“A Reforma foi simplesmente um compromisso com a verdade bíblica, e enquanto houver desvios de verdade bíblica, temos que estar envolvidos na tarefa de reforma. Contrariamente à opinião popular, “semper reformanda” não significa evoluir com os tempos. Significa usar a Bíblia para continuamente corrigir erros teológicos que os outros fazem”.

Hoje muitas igrejas evangélicas, inclusive as de origem histórica, estão se desviando das verdades bíblicas e ensinando heresias em seus púlpitos. E quando começam a se desviar das verdades bíblicas dificilmente aceitarão de boa vontade passarem por uma reforma. A partir daí começam a cultuar falsos deuses, imagens esculpidas, dinheiro (Mamon) e o próprio homem, pois muitos cultos hoje são voltados para o homem, para a “família” e não mais para o seu Criador.

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