A fonte intelectual da ideia de que nossas
experiências do passado determinam nossa visão de Deus, dos outros e de nós
mesmos provém da psicologia psicodinâmica.
Essa ideia foi desenvolvida por Sigmund Freud e Erik Erikson. A teoria da
psicodinâmica tem influenciado muitas pessoas, até mesmo cristãs, a dizerem que
suas experiências do passado justificam viver no engano no pecado.
Alguns dizem: “Meu pai não me amava, jamais poderei
conhecer Deus como Pai amoroso”; “A igreja está cheia de hipócritas, portanto,
não quero nada com Deus”; “Não consigo confiar em Deus, meu pai foi um homem
mentiroso”; “Meu pai não me amava, portanto, meu egocentrismo, minha
autopiedade e minha incredulidade têm razão de ser. Outra pessoa causou os meus
problemas, outra pessoa terá de consertá-la”.
Estes pensamentos levam as pessoas a acreditarem em
Deus como distante e maldoso. Isso se torna uma desculpa para não amarem e
confiarem em Deus. As pessoas mudam quando a verdade bíblica se torna mais alta
e vívida do que as experiências anteriores da vida.
O que determina sua percepção de Deus? Experiências
ou a Palavra de Deus? Se teu pai foi um homem abusador, crítico, negligente,
egoísta, isto poderá ser uma desculpa para não conhecer Deus como um Pai amoroso?
“Por ter um pai desprezível, acho Deus desprezível”.
“Tive um pastor, um pai, um chefe que me tratavam com hostilidade, não acredito
em um Deus amigo”. Muitas experiências e desilusões com pessoas nas quais
esperávamos que viessem nos amar e nos tratar com carinho podem nos ansiar por
conhecer o verdadeiro Rei, Pastor, Mestre, Salvador e Deus.
Você pode ter se decepcionado com seu pastor quando
era mais jovem, porém você poderá ficar contente em ler em Hebreus 13:20-21 que
o sumo Pastor do rebanho derramou seu sangue por tua vida e para te ensinar a
fazer à vontade Dele. Você pode ter tido um chefe sem educação, grosso e
injusto no tratamento com você, porém, você pode se regozijar em saber que Efésios
6:5-9 pode se tornar uma verdade em sua vida e servir a Cristo com integridade,
em vez de ficar amargurado e temeroso. Você pode ter crescido ouvindo que Deus
não passava de um desmancha-prazeres, mas agora você pode louvar ao Deus verdadeiro
porque o Salmo 36 é verdade!
Nossas experiências do passado não precisam ser
determinantes em nossa visão em relação a Deus, ao próximo e a nós mesmos.
Podemos olhar para trás e descobrir o motivo porque
agimos de variadas formas hoje, mas não precisamos viver do passado, nunca é
tarde para fazer o que é certo. A medida que vamos nos arrependendo de nossos
pecados, nossa mente vai se renovando.
Quanto mais nos esquivamos de nossas responsabilidades
por nossa descrença, mais culpamos os outros e vivemos saboreando o papel de
vítimas. Quando projetamos mentiras e imagens falhas de Deus, preferimos
apontar os pais humanos como a causa em vez de buscar sondar as atividades do
próprio coração (David Powlison).
A medida que aprendemos a nos arrepender das
mentiras em que criamos, descobrimos, de modo mais vivaz, o Deu Pai.
Eu posso não ter sido educado pelos meus pais para
ser um pacificador, seguindo maus exemplos, mas em Cristo, as coisas velhas
passaram, tudo se fez novo, através do Espírito Santo e da Palavra, vivo em
novidade de vida (2 Co 5:17).
A psicologia dinâmica tem transformado nossos
relacionamentos com os pais em algo que tenta explicar e determinar quem somos.
A Bíblia oferece uma explanação muito mais concreta e transformadora para nós.
Quando nos identificamos e nos responsabilizamos por
nossa incredulidade, amargura, maledicência, autopiedade e mentira, passamos a
reconhecer que o nosso maior problema nunca foi nosso pai, pastor ou chefe, mas
nosso próprio coração orgulhoso. Quando nos arrependemos de nossos pecados aprendemos
amar mais nosso Senhor. Mas aquele que vive a culpar os outros como
justificativa para não assumir compromisso com Deus e sua Igreja, quase nunca
se arrepende de seus pecados, esse ama pouco a Deus (Lc 7:47).
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