O
sofrimento faz parte da vida do crente (2 Tm 3:12; 2 Co 4:16-18; 1 Pe 14:12,13;
Jo 16:22). Existem três causas para o sofrimento:
- · O pecado pessoal
- · O pecado dos outros
- · O mundo corrompido pelo pecado
Primeiro,
Deus deixa claro que nós somos responsáveis pelos nossos atos, e não podemos
transferir a outros a responsabilidade do sofrimento que provém do nosso pecado
pessoal (Tg 1:13-15). Segundo, nem todo tipo de sofrimento é originado por um
pecado pessoal, às vezes, sofremos por causa do pecado dos outros (1 Pe 2:19-24).
Terceiro, as vezes sofremos por causa de desastres naturais, pois este mundo
está marcado pelas cicatrizes do pecado (Rm 8:20-22).
Em
meios as dores do sofrimento não podemos perder de vista os propósitos de Deus,
pois o sofrimento é usado por Deus para expor o nosso coração e produzir um
reconhecimento humilde de que somos criaturas espirituais que não encontram
satisfação em viver apenas a vida no reino físico. Os sofrimentos aperfeiçoam
nossas vidas, e o resultado é a santificação e intimidade com Deus (Jó 42:5,6;
Os 2:14-16). Com isso podemos ajudar outras pessoas que estão sofrendo (2 Co
1:3-7). Todo sofrimento é para glória de Deus. No sofrimento quando eu não
entendo, eu simplesmente confio em um Deus soberano que está gerindo a história
da minha vida. C.S. Lewis disse: “Você irá certamente realizar o propósito de
Deus, de qualquer forma que possa agir, mas fará diferença em sua vida se O
servir como Judas ou como João (LEWIS, 1986, apud BABLER; ELLEN, 2017, p.
331-332).
Mesmo
que a fonte do problema nunca seja revelada (Êx 4:11; Dt 29:29), sempre contaremos
com a graça de Deus e sempre seremos capazes de suportar o sofrimento (1 Co
10:13).
Deus nos
ama, e por isso Ele nos dá a dádiva do sofrimento. Por meio do sofrimento,
abrimos mão dos brinquedos deste mundo, e descobrimos que nossos verdadeiros
bens estão em outro mundo (...) O sofrimento neste mundo não é o fracasso do
amor de Deus por nós; é o amor em ação (...) A vida real ainda não começou
(NICHOLSON, 1989, apud BABLER; ELLEN, 2017, p. 334).
A
Bíblia fala sobre três tipos de tristezas, sendo que duas são espirituais em sua
natureza, e uma física. Vejamos:
- · Tristeza piedosa que conduz à vida
- · Tristeza mundana que conduz a morte
- · Tristeza que não é espiritual, mas física (Exemplo: Hipotireoidismo)
Primeiro,
a tristeza piedosa que conduz a vida deve ser encorajada, pois ela é focada em
Cristo (2 Co 7:10). No sermão do Monte, Jesus disse: “Felizes os pobres de
espírito, pois o reino dos céus lhes pertence” (Mt 5:3). Jesus está falando sobre
pessoas pobres de espírito, ou seja, quer chamemos isso de melancolia, angústia
ou depressão, há uma categoria de pessoas tristes que não são julgadas por
Jesus, mas sim honradas e a quem Ele prometeu uma recompensa (LAMBERT, 2017, p.
53). Esse tipo de tristeza que Jesus está mencionando aqui é a angústia para
com o pecado, mas a dor aqui é digna de louvor. Segundo, a tristeza mundana que
conduz a morte é a dor focada na própria pessoa e nas coisas do mundo, e não em
Deus (2 Co 7:10). A dor mundana é ruim, e precisa ser repreendida. Terceiro, a
tristeza que não é espiritual, mas física deve ter um cuidado físico. Por exemplo:
se uma pessoa possui um problema chamado hipotireoidismo, a tireoide não produz
hormônio suficiente. Isso gerará sentimentos de tristeza, mas isso não é culpa
da pessoa que enfrenta o problema. Ela possui uma debilidade física para a qual
precisa de uma ajuda médica (LAMBERT, 2017, p. 53-54). Nesse caso a Bíblia nos
chama a ajudar o fraco (1 Ts 5:14).
Por
isso a importância de uma antropologia bíblica para se tratar a depressão,
angústia e dor. A psicologia não acredita que somos seres espirituais e
responsáveis, ou seja, seres humanos com um corpo e alma que prestarão contas para
um Deus soberano. A definição de um problema a luz das Escrituras é o que faz
toda a diferença na vida de uma pessoa, e somente o aconselhamento bíblico pode
oferecer a verdadeira solução com relação aos sofrimentos de natureza
espiritual em Jesus Cristo. A psicologia secular não tem poder para ajudar as
pessoas com problemas mentais, pois muitas delas são de natureza espiritual. Ira,
cobiça, ansiedade e egoísmo são todos problemas que a psiquiatria trata com
medicamentos, porém Deus chama essas coisas de pecado (Ef 4:26; Êx 20:17; Fl
4:6; Mt 6:25; Gl 5:19-21). A rebeldia de uma criança ou adolescente é chamada
de Transtorno de oposição desafiante, porém Deus chama isso de pecado (Êx
20:12; Ef 6:1-3). Questões espirituais devem ser tratados como categorias
morais que a Bíblia endossa e condena. Questões físicas e orgânicas devem ser
tratadas como categorias amorais para as quais a Bíblia não pronuncia um
veredito ético (Exemplo: mal de Alzheimer).
Os
sofrimentos atuais não se comparam com a glória futura (2 Co 4:16-18).
REFERENCIAL TEÓRICO
BABLER,
John; ELLEN, Nicolas. Fundamentos
teológicos do aconselhamento bíblico e suas aplicações práticas. São Paulo:
Nutra, 2017.
LAMBERT,
Health. O evangelho e as doenças da mente.
Eusébio: Peregrino, 2017.
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