
Por este motivo eu prefiro utilizar a
palavra esgotamento, pois o termo “burnout” tem sido usado tristemente até como
uma desculpa para as ações irresponsáveis no casamento, na educação dos filhos,
na igreja e no trabalho. O esgotamento é uma luta comum entre os crentes (AT: Sl
6:6; 42:5; 69:1-3; 73:2,13-14; Jó 10:1-3; 17:1; 30:16-23; 1 Rs 19:4,10,14; Nm
11:10-15; Hb 3).
O esgotamento tem sérias consequências. Pessoas
esgotadas perdem as forças, a perseverança e a alegria (Is 40:31; Sl 138:3;
42:3,4; Ef 3:13; Cl 1:24,29). Pessoas esgotadas começam a aprovar e aceitar
coisas vergonhosas, a andar com astúcia, a adulterar a Palavra de Deus e a buscar
somente seus próprios desejos, no lugar daquilo que Deus deseja (2Co 4:1,2). Pessoas
esgotadas param de crer na Palavra de Deus, de pregar ousadamente a Cristo e de
viver como servos dele, param de pensar biblicamente sobre suas provações e
dificuldades, param de fazer o bem e passam a viver concentradas em si mesmas
(2Co 4:5-18; Gl 6:9; 2Ts 3:13).
A causa principal do esgotamento está no
diálogo interno, ou seja, em nossos pensamentos (Fl 4:8; Sl 19:14; Mt 12:34,35;
Mc 7:20-23). O diálogo interno revela o estado do nosso homem interior e
determina o estado do nosso homem exterior. “Quem quiser verificar sua
verdadeira condição espiritual pode fazê-lo notando quais foram os seus
pensamentos nas últimas horas ou dias” (A. W. Tozer). Somos responsáveis por
nossas ações, então ao invés de dizermos que fomos derrotados pelo pecado,
precisamos começar a reconhecer que fomos desobedientes a Deus. Mesmo que o
mundo nos ensine a ouvir nosso coração, precisamos “falar ao nosso coração”.
O segredo para vencer e evitar o
esgotamento está na constante renovação espiritual do nosso homem interior (2
Co 4:16). A renovação do homem interior somente é possível naqueles que foram
salvos pela fé em Cristo, pois ela é o fundamento necessário para obra do
Espírito (Tt 3:5). Devemos manter em forma o homem interior, assim como
desejamos manter em forma nosso corpo físico, dia após dia, devemos alimentar
nosso espírito com a Palavra de Deus. Quando estamos no limite de nossas
forças, enfraquecidos, temos a oportunidade de testemunhar o tesouro que habita
neste vaso de barro frágil, para mostrar que a força e o poder vêm de Deus e
não de nós (2 Co 4:7; 1 Pe 3:14). Não devemos nos limitar as coisas terrenas,
mas ter uma expectativa correta sobre o futuro. Existem coisas melhores e
superiores que estão por vir. Por mais duro que seja, nossos sofrimentos ainda
são “leves” e “momentâneos” comparados com a glória que ainda está por vir (2
Co 4:17,18).
REFERENCIAL
TEÓRICO
MACK,
Wayne A. Caído, mas não Derrotado:
Lidando Biblicamente com o Desânimo, o Abatimento e o Esgotamento. São Paulo:
NUTRA, 2016, p.87-146.
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