Este mês daremos início a uma série de
estudos sobre questões contemporâneas relevantes associadas ao casamento e
família. Com exceção daqueles que foram chamados por Deus para ter o dom da solteirice
(1 Co 7:7), o ideal divino é de casamento monógamo e vitalício coroado pela dádiva
de filhos (Gn 1:28; 9:1; Pv 17:6; Sl 127:3; 128:3). Ter filhos é uma ordenança!
Estudaremos quatro questões que serão
analisadas sob a luz das Escrituras, como: aborto, contracepção, infertilidade e
adoção. As Escrituras aprovam o aborto? Quais métodos de contracepção são
legítimos? Quais formas de controle de natalidade são moralmente aceitáveis? Quando
o casal enfrenta uma grande provação que é a impossibilidade de ter filhos, ao
lutarem com a infertilidade, quais são os princípios que devem ser analisados com
relação aos métodos disponíveis através da Reprodução Medicamente Assistida
(RMA)? Como o cristão deve se posicionar em relação a esses avanços tecnológicos?
E por fim, o que as Escrituras falam sobre a adoção.
Iniciaremos com a questão do aborto. As Escrituras
não aprovam o aborto. Os dois Testamentos ensinam que os filhos são bênção de
Deus (Sl 127:3-5; Mc 10:13-16) e consideram particularmente hediondo matar
crianças (Êx 1:16,22; Lv 18:21; Jr 7:31-32; Ez 16:20-21; Mq 6:7; Mt 2:16-18; At
7:19).
Deus tem conhecimento pessoal da criança
ainda não nascida desde o momento da concepção no ventre materno: “Tu criaste o
íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me
fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho
plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui
formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu
embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes
de qualquer deles existir” (Sl 139:13-16 -
NVI). Outras passagens bíblicas semelhantes são: (Jr 1:15; Jó 10:9-12; 31:15;
Sl 119:73; Ec 11:5; Gl 1:15).
As Escrituras ensinam que a vida humana se
inicia na concepção e que não existe um “direito humano” de tirar a vida de uma
criança não nascida. Portanto, o aborto deve ser considerado um ato não
autorizado de tirar a vida humana antes do nascimento, o que é contrário à vontade
de Deus (KOSTENBERGER; JONES,
2011, p.128-130).
O homem não é soberano. O líder civil não
deve jamais se sujeitar a vontade do indivíduo, quando este “exige’ legalizar
leis que satisfaçam suas vontades e que resolvam seus problemas de maneira
imoral. Antes da queda do homem, Adão foi criado com uma disposição e natureza
designados a pensar e agir de modo a realizar certas tarefas e a manter certos
relacionamentos. Ele falhou em sua responsabilidade dada por Deus de governar a
terra, mas, o segundo Adão, Jesus Cristo, é o nosso modelo exemplar no que diz
respeito a obediência as normas de Deus. No governo de Deus há dois tipos de
lei: as leis da natureza e as normas. As leis da natureza incluem as leis da
gravidade, do movimento da termodinâmica, da fotossíntese (física, química,
biologia e etc). As normas são as leis de Deus para a cultura e a sociedade. O
ser humano tem responsabilidade. Ele é responsável como executa os mandamentos
de Deus e está sujeito ao castigo se não o executar. O homem tem
responsabilidade pessoal, e a vida humana em toda a sua vasta série de
relacionamentos culturais, sociais e pessoais, é normativa nesse sentido (WOLTERS;
2006, p.29).
Próximo artigo estudaremos sobre os
métodos de contracepção, até lá!
REFERENCIAL
TEÓRICO
WOLTERS,
Albert M. A Criação Restaurada: Base Bíblica para uma cosmovisão restaurada.
São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
KOSTENBERGER,
Andreas J; JONES, David W. Deus, casamento e família: reconstruindo o
fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.
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