Cresce o número de cristãos nominais em nosso país.
Mas o que é nominalismo cristão? São pessoas interessadas pelo evangelho, mas
sem verdadeira conversão. São pessoas que não tem nada de Cristo exceto o
título, entretanto querem ser reconhecidas como cristãs. O Apóstolo Paulo nega
que alguém possa receber o correto conhecimento de Cristo, a não ser aquele que
aprendeu a despojar-se “do velho homem, que se corrompe segundo as
concupiscências do engano”, sendo então revestido do novo homem (Ef 4:20-24).
Como disse João Calvino, o evangelho não é uma
doutrina de língua, mas de vida. Não se pode assimilar somente por meio da
razão e da memória, mas deve envolver e dominar a alma e penetrar o mais íntimo
recesso do coração.
Estamos vivendo a era do hedonismo, onde o que me
interessa é o que “me faz sentir bem”. O que a teologia da prosperidade tinha
como meta, hoje tem sido substituída pela teologia do coaching na igreja. As pessoas
vão a igreja para conquistar aquilo que elas mais desejam. Mas, a essência do
verdadeiro evangelho é que devemos buscar não o que nos agrada, mas o que
agrada e glorifica a Deus.
“Mostrem um homem que exerce benignidade
gratuitamente, se não renunciou a si mesmo” (João Calvino).
Há um mundo de vícios ocultos na alma do homem. E o
remédio para estes vícios não está em mensagens motivacionais, mas na renúncia,
na negação de nós mesmos, deixando de buscar aquilo que nos agrada, mas impulsionados
a buscar as coisas que Deus exige de nós, e a busca-las unicamente porque lhe
são agradáveis. O maior exemplo está na pessoa de Jesus. O que mais importava
para Jesus é que fosse feita a vontade do Pai. Mas, hoje, dominados pelo desejo
de superioridade, se alguma pessoa manifesta dons maiores que o outro na
igreja, procuramos obscurecê-lo ou então o desprezamos o mais que podemos. Mas
se nesta mesma pessoa manifestam vícios e defeitos, não contentamos fazer-lhe
severa observação, aumentando o nosso ódio.
Há muitos que mantêm certa aparência de mansidão e
de modéstia, enquanto não são contrariados por coisa alguma. Mas, poucos são os
que continuam a mostrar brandura e modéstia quando provocados e irritados.
Que não fiquemos observando e anotando as faltas do
próximo, mas que a cubramos (Pv 10:12), visto que temos uma dívida com o
próximo, que é o amor (Rm 13:8).
Temos uma doença chamada orgulho, que persiste até
mesmo nos santos, ou seja, nos cristãos convertidos. É preciso despir-se de
toda autoconfiança e aprender a humildade. “As raízes deste mal são tão
profundas no coração humano que ainda o mais perfeito dentre nós jamais se
livra inteiramente delas, até que Deus o conforte com a morte” (João Calvino; 2
Co 1:9).
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