sábado, 14 de dezembro de 2024

A natureza do contentamento cristão vs. a trend: "como eu vou ser triste se..."

A busca por uma felicidade fundada nas circunstâncias da vida gera inquietação e descontentamento em nossa alma. A alegria citada por Paulo em Filipenses 4:10-13 refere-se a um estado de satisfação. Deus está no controle e não importa a situação.

O coração alegre é um coração contente, pois tem prazer na bondade providencial de Deus mesmo enfrentando um problema crônico de saúde, um emprego difícil ou relacionamentos conturbados no lar à medida que Deus lhe concede graça.

Paulo afirma duas vezes que “aprendeu” a estar contente (Fp 4:11-13). O contentamento não vem naturalmente. O mundo diz que para estar contente você precisa sair de uma situação ruim, mas a Bíblia diz que devemos encontrar contentamento até mesmo nas circunstâncias ruins.

O verdadeiro contentamento cristão requer que estejamos contente em qualquer situação (Fp 4:11). Seja em tempos de abundância e tranquilidade ou em tempos de necessidade. Podemos encontrar alegria quando estamos entristecidos, enriquecer a muitos quando estamos na pobreza, e possuir tudo mesmo não tendo nada (2Co 6:10).

Deus usa as aflições para nos santificar (Rm 5:3-5; Hb 12:4-12). Quando aceitamos todas as dificuldades crescemos em maturidade, santidade e contentamento. Estamos dispostos a suportar dificuldades que afetam nossa família, nosso trabalho ou nossos filhos?

O apóstolo Paulo sofria de “um espinho na carne” com o propósito de trazer glória a Deus na sua humilhação e para revelar o poder de Deus na sua fraqueza (2Co 12:7). Estamos dispostos a perseverar nas aflições?

Nós não dependemos de fatores externos para ter contentamento. A graça de Deus que opera em nosso coração nos dá tranquilidade interior apesar das circunstâncias exteriores.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

BARCLEY, William B. O Segredo do Contentamento. São Paulo: NUTRA, 2014.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Como lidar com a culpa e a vergonha

O propósito da culpa é nos levar para aquele que nos oferece perdão. A boa culpa nos leva ao arrependimento e a alegria do evangelho. Porém, a culpa pode facilmente sair pela culatra e levar a pessoa a uma autocondenação feia.

Quando a culpa é distorcida, ela se torna em autocondenação, argumentando que nenhum perdão é possível. A culpa e a vergonha podem ter duas dimensões em um mesmo evento: “eu fiz algo errado (culpa), e as pessoas podem ver isso (vergonha)”.

O objetivo da culpa e a vergonha é de nos alertar para uma ruptura em nossos relacionamentos. Quando sentimos dor em parte do nosso corpo, a dor está falando que existe um problema que precisa de atenção.

Da mesma forma as emoções dolorosas são destinadas a promover cura e crescimento. A culpa comunica que falhamos em atingir o alvo em nossos objetivos relacionais (Mt 22:34-40). A culpa nos ajuda saber se estamos agindo contra Deus ou contra o próximo.

A vergonha se concentra mais em como os outros nos veem do que em como nós os vemos. A culpa e a vergonha podem se tornar motivos de isolamento em vez de reconciliação. Quando deixamos de lidar com a culpa passamos a escondê-la, o que dificulta a restauração dos relacionamentos.

O objetivo da culpa é nos motivar a nos reconciliarmos com Deus e com o próximo. Se você traiu seu cônjuge você deveria se sentir culpado por quebrar seu voto conjugal, e por ter machucado outras pessoas. Você falhou em amar a Deus e ao próximo.

Se você estiver tão cego pelo pecado você resistirá a culpa destinada a afastá-lo desse pecado, e quando for descoberto, você não reconhecerá seu erro, mas irá defendê-lo racionalizando e justificando o erro (Sl 36:2-4).

É mais fácil não enfrentar a culpa e a vergonha e tentar silenciar as boas intenções delas. Mas, a negação e o escapismo são o caminho da morte. Muitas vezes a culpa e a vergonha estão sob o disfarce da ira e da transferência de culpa (Gn 3:12).

Sempre que você se vir afastando dos outros e encobrindo o que está acontecendo dentro de você, vale a pena se perguntar se você fez algo de errado ou se teme que outros o vejam dessa maneira.

Também é preciso examinar as realidades objetivas e subjetivas da culpa: culpa verdadeira versus culpa falsa. Você pode ser culpado, mas não se sentir culpado. Por outro lado, você pode se sentir culpado, mas não ser verdadeiramente culpado.

Culpa verdadeira e falsa têm a mesma sensação, mas estão enraizadas em critérios diferentes. A falsa culpa acontece quando violamos uma lei que não é de Deus (normas culturais, valores/tradições de uma família/igreja etc.).

Por exemplo, uma criança cujos pais são divorciados pode ser se sentir culpada e responsável pela tristeza da mãe quando ela visita seu pai nos fins de semana. Esta é uma falsa culpa que a tormenta.

Há uma diferença entre vergonha e ser envergonhado. A vergonha é uma resposta apropriada às consequências do pecado, mas ser envergonhado é quando as pessoas pecam contra nós.

Muitas crianças que foram abusadas direcionam para si a ira porque aprendem que não é seguro criticar externamente o agressor na família produzindo um sentimento destrutivo de vergonha.

A culpa e a vergonha devem nos mover em direção a Deus e as pessoas. Por isso um diagnóstico útil é se perguntar: “isso está me movendo para longe de Deus e dos outros ou em direção a eles?”.

Procure alguém de confiança para conversar, Deus será fiel em trabalhar em nós, mesmo na dor de sermos mal compreendidos. Lembre-se, culpa e vergonha levam ao crescimento quando expostas à luz, mas tendem a apodrecer no escuro.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

GROVES, J. Alasdair; WINSTON T. Smith. Organize suas emoções. São José dos Campos: Fiel, 2022.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Como lidar com o luto: aprenda a lamentar

O luto é uma experiência de perda de algo o alguém importante. A dor que sentimos quando perdemos coisas ou pessoas que amamos nos aponta para Deus e sua bondade em nos ter dado essas coisas boas.

Um lamento é uma expressão honesta de tristeza ou frustração. O lamento nomeia uma perda ou uma injustiça e o impacto que teve. O lamento é o tipo mais comum de salmo. Aliás, o único livro bíblico com o nome de uma emoção não é “Alegrias”, mas “Lamentações”.

As lamentações honram a Deus, pois confiam a ele algo que nos preocupamos. Nosso pesar é uma prova estranha de reconhecer o bom trabalho de Deus na criação da pessoa ou de algo que perdemos.

O padrão bíblico não é se livrar das perdas e seguir em frente, mas lamentar com uma dor honesta diante da morte e da destruição das belas coisas criadas por Deus.

Lidar com o luto significará reconectar-se de uma nova maneira a tudo o que a perda toca. Talvez você tenha perdido um emprego, sua saúde, seu status, um amigo ou um familiar.

O luto pode vir a nós em muitos formatos e formas. Há o luto da culpa, da morte, da traição, e uma das marcas de ser cristão é a forma como respondemos ao luto. Paulo instruiu os tessalonicenses a “não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13).

Temos esperança porque Jesus ressuscitou dos mortos e venceu a morte (Ef 1:19-20; 2:4-5). Jesus conquistou todas as perdas e acabará curando-as e restaurando-as.

Seja um companheiro de uma pessoa enlutada convidando-a a compartilhar seu luto no tempo e no modo dela, e não alguém que deseja consertar a situação fazendo-a com que se sinta melhor. Seja compassivo e ajude-a a lembrar de que está tudo bem se sentir de uma maneira um dia e de outra no dia seguinte.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

GROVES, J. Alasdair; WINSTON T. Smith. Organize suas emoções. São José dos Campos: Fiel, 2022.

Abuso espiritual

Abuso espiritual e abuso emocional têm muita coisa em comum, mas o abuso espiritual apresenta uma variação sinistra dos princípios da fé usa...