
Caro leitor, vimos no estudo
anterior, o terceiro mandamento, como podemos santificar o nome santo do
Senhor, e neste mandamento veremos que quando renunciamos à nossa própria
vontade, é o Senhor que nos santifica. A finalidade deste preceito é mostrar
que precisamos estar mortos para nossas paixões e todas nossas obras (1 Co
15:31, Cl 3:5), para que possamos meditar no que é mais importante - o reino de
Deus, aprendendo a exercer todas as nossas atividades em conformidade com a sua
Palavra. Precisamos repousar totalmente para que Deus trabalhe em nós (Êx
31:13-16; Ez 20:12).
Este mandamento tem algo
particular que se distingue dos outros. Como vimos no primeiro estudo publicado
no mês de abril as leis civil e cerimonial foram abolidas em Cristo. Somente o
aspecto moral é valido em nossos dias. A palavra sabbath significa “descanso”. Desde a criação do mundo em Gênesis
2:1-3 Deus estabeleceu um dia de descanso onde as atenções deveriam ser
direcionadas somente para Ele, e não somente isso, mas para dar alívio aos
trabalhadores e os animais. O Senhor quis com este mandamento figurar para o
povo de Israel o repouso espiritual, ou seja, deviam descansar de suas obras a
fim de deixar Deus trabalhar neles. Como foi dito, este elemento cerimonial foi
abolido pelo advento de Cristo, por isso o apóstolo Paulo diz que o sábado “é sombra das coisas que haviam de vir”
e que “o corpo é de Cristo” (Cl
2:17). Cristo é o verdadeiro cumprimento do sábado, isso quer dizer que todo
aqueles atos cerimoniais e rituais eram sombras (Hb 10:1, 8:5,6) daquilo que
havia de vir, o corpo de Cristo faz com que as sombras se dissipam, e a sua
presença faz com que todas as figuras se desapareçam, pois ele é a verdade. Desde
o princípio do mundo até a ressureição de Cristo, esse dia foi o último dia da
semana, desde a ressureição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da
semana, e que na Escritura é chamado de Dia do Senhor, o domingo (Ap 1:10, 1 Co
16:2, At 20:7; CFW 21:7).
Aqueles que ainda continuam a
viver segundo os moldes judaicos, como guardar o sábado, estão regredindo da
graça para escravidão da lei. O legalismo é uma forma de escravidão. “Para liberdade foi que Cristo nos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”
(Gl 5:1). Por que voltar as sombras se temos a realidade de Jesus Cristo?
O profeta Isaías chegou
advertir o povo judeu a não profanar este dia cuidando dos seus próprios
interesses, não pretendendo fazer sua própria vontade mas tendo prazer em
buscar a vontade do Senhor (Is 58:13-14), esta é a mensagem, o aspecto moral,
válido para os nossos dias.
Conclusão: Devemos renunciar e eliminar toda a cobiça da nossa
carne, precisamos parar com tudo o que procede do nosso entendimento, para que
Deus trabalhe em nossos corações e estejamos em harmonia com ele. “Essa realidade não se satisfaz apenas com
um dia, mas exige toda a duração da nossa vida, até que, estando nós totalmente
mortos para o pecado, haja em nós a plenitude da verdade de Deus” (CALVINO,
As Institutas, I, p. 194, 2006). O homem é incapaz de tornar-se justo por seus
próprios esforços, e estar sob a lei é ter somente uma aparência de
espiritualidade, porém o coração se torna cada vez mais orgulhoso e
egocêntrico. É hora de repousar em Cristo e deixar que ele trabalhe em nós!
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