O texto de 1 Samuel 4:6 narra os hebreus cantando
jubilosamente com brados de vitória em um contexto que deveriam estar
confessando seus pecados. O Senhor havia advertido o sacerdote Eli sobre os crimes
de seus dois filhos Hofni e Fineias, porém, este sacerdote nada fez para
reparar o problema, pois honrava mais seus filhos do que a Deus (1Sm 2:29-30). O
Senhor também falou com o menino Samuel sobre a displicência do sacerdote Eli
em não disciplinar seus filhos e sobre o julgamento que ele estava para trazer
sobre a casa de Eli (1Sm 3:13). Quando Samuel contou para Eli o que Deus estava
pretendendo fazer, o sacerdote simplesmente disse: “É o Senhor; faça o que bem
lhe aprouver” (1Sm 3:18).
Um homem que conhecia a lei de Deus melhor
do que ninguém, infelizmente não tinha comunhão com o Deus da Palavra, e ao invés
de confessar seus pecados, e se arrepender deles buscando reparar seus erros e disciplinar
seus filhos, preferiu continuar no seu conforto participando das obras das
trevas de seus filhos (Ef 5:11), pois ele também comia daquilo que os filhos
roubavam das ofertas que eram oferecidas ao Senhor, pois o texto diz que era um
homem pesado que se engordava das ofertas do Senhor (1Sm 2:9; 1Sm 4:18).
O texto de 1 Samuel 4:3-11 narra que os
filhos de Eli pegaram a Arca da Aliança do Senhor e levaram para a guerra
contra os filisteus. Quando a Arca chegou na presença dos soldados eles catavam
jubilosamente com brados de vitória que assustaram os filisteus,
porém, o Senhor não estava com eles, por isso foi grande a derrota de Israel perante
os filisteus, morrendo 30 mil homens.
Quando a disciplina bíblica é negligenciada
no lar, ela influencia negativamente a doutrina da igreja podendo trazer grandes
problemas para a sociedade, para uma nação até que chegue em um nível internacional
e global.
Um problema que começou na família de um
sacerdote displicente chegou a um nível nacional e internacional, porque depois
que o povo de Israel foi derrotado pelos filisteus, eles (filisteus) pegaram a
Arca da Aliança e levaram para sua terra, e por isso foram amaldiçoados por Deus
com pragas e tumores (1Sm 5). Somente depois que devolveram a Arca, os
problemas cessaram (1Sm 6).
Depois de vinte anos, os israelitas só
venceram os filisteus porque se arrependeram de seus pecados ouvindo as
palavras de Samuel: “Se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai
dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o coração ao Senhor,
e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus” (1Sm 7:3). O pecado
surge de dentro da pessoa (coração), e não de circunstâncias externas, pois a
raiz central da existência humana é o coração.
Até mesmo as atividades religiosas podem
ser dirigidas para o pecado. Existem lideres ministeriais que, apesar do
comovente linguajar espiritual e pregação hábil, são dirigidos por orgulho
espiritual, usando a posição como meio de exercer poder e influência em vez de
servir. Estes suavizam seus erros dizendo que são necessários para “promover o
ministério” ou “alcançar mais pessoas”.
A igreja é chamada para ser um instrumento
de benção na vida das pessoas ao seu redor como um modelo (Gn 12:1-3; 22:18;
28:14; Gl 3:29), porém, muitos cristãos ao serem tentados a pensar que sua plena
realização depende de serem aquilo que a sociedade idealiza, ou de terem coisas
ou sentirem determinadas sensações que a sociedade valoriza de maneira mais
imediata possível, eles começam a servir e compartilhar seus ídolos sociais através
de pressupostos parcialmente bíblicos e argumentos plausíveis, trazendo consequências
desastrosas e dolorosas ao seu redor.