Quando
o profeta Habacuque questionou Deus sobre a violência e a injustiça praticadas
dentro de sua própria comunidade, Deus respondeu ao profeta concordando com a
sua queixa referente ao comportamento violento, injusto e perverso do povo da
aliança. A causa do problema era que seus líderes não obedeciam a lei de Deus
(Hc 1:4). Embora os problemas fossem internos, Deus diz para o profeta olhar
para o cenário internacional. Estes alertas (vede, olhai, maravilhai-vos,
desvanecei) foram dirigidos para o povo da aliança. O propósito das palavras de
alerta tinha como objetivo a visão de uma maravilhosa obra sendo realizada por
Deus, porém, mesmo sendo anunciado que o julgamento seria um ato realizado pelo
poder Deus, eles não acreditariam.
O
Senhor apresentou ao profeta as características da nação que iria julgar seu
povo. Essa nação era má e violenta, ou seja, Deus iria disciplinar seu povo com
uma nação consideravelmente pior do que eles. Em sua resposta, Deus ofereceu
esperança, apesar da repreensão e da destruição que estava para vir. Habacuque
confiou na revelação de Deus apesar da dura realidade, onde a experiência
visível contradizia a promessa divina, pois ele esperava uma resposta de
avivamento e não de julgamento.
Olhando
para o cenário mundial, percebemos que o nosso mundo já estava vivendo num
isolamento social muito antes desta pandemia chegar, pois estávamos vivendo em
uma sociedade cada vez mais privatizada com as pessoas fechadas em seus mundos
particulares. O discipulado (relacionamento pessoal) em nossas igrejas foi
substituído há muito tempo pela determinação de programações. Certamente os
programas são importantes, mas, o ministério pessoal, além de ser diário, ele é
necessário em todas as situações e para todas as pessoas para que o seu coração
não seja endurecido pelo engano do pecado (Hb 3:12-15; Jr 17:9). O isolamento
social, tem um caráter progressivo e perigoso na vida da igreja, pois ele a enfraquece
produzindo um: coração perverso, incrédulo, que se afasta do Deus vivo, e
endurecido. O ministério pessoal e diário vem sendo negligenciado há tempos, e
isso pode significar que o maior problema da igreja neste momento seja uma cegueira
espiritual.
Este
ministério começa em nosso lar, e deve ser realizado com frequência e prontidão
diária, com humildade e com o objetivo de encorajar a pessoa a perseverar. Creio
que este seja um ministério assustador porque não sabemos falar a verdade em
amor. Os soldados de Deus, que estão lutando na linha de frente estão cansados
precisando desse ministério de encorajamento. As acusações e as demissões de
soldados são evidências de uma luta por soberania e superioridade, pois muitos
líderes querem ser os heróis no centro da cena impondo suas opiniões na tentativa
de compensar sua impotência e incompetência, levando as pessoas a viverem e a pensarem
num estilo de vida que as agrade, quando o objetivo deveria ser unicamente a de
levar as pessoas a submeterem a vontade de Deus, independente das consequências.
Dias
difíceis virão, e independente do que possa surgir em nosso caminho, precisamos
confiar de que Deus, em sua soberania, está realizando uma obra maravilhosa em
sua igreja, despertando-a ao arrependimento e um crescimento santo. O isolamento
da igreja, antes da pandemia, estava criando na sua mente uma prisão para si
mesma, mas, neste contexto atual, Deus está despertando, pela obra capacitadora
do Espírito (2Tm 1:7), sua igreja a encontrar liberdade em Jesus, levando as
pessoas a viverem numa verdadeira comunhão diária, com espírito de humildade e
reanimando-as com o seu evangelho, mesmo que ela se encontre em uma prisão de
verdade.
OBS: Este
artigo tem a intenção de mostrar e alertar as pessoas sobre o perigo do isolamento
social na vida da igreja e sociedade, porém, entendemos que isolamento social seja
uma atitude prudente no contexto atual, por se tratar de um meio preventivo ao
combate da propagação de um vírus que pode ser mortal para muitos.
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