
Essas
duas ordens ilustram algo importante. A ideia é exatamente nos ensinar a viver
na dependência de Deus, abrindo mão de tudo para segui-lo, ao mesmo tempo,
assumir responsabilidade pela obra, tomando tudo como instrumento de trabalho. Essa
é uma questão de economia ministerial, e Jesus trabalhou esse princípio em
Mateus 6:19-44.
O
primeiro princípio é o do investimento de valores não rentáveis e inseguros: “Não
acumuleis...” (v.19). Riquezas não são imorais, porém, a questão sobre esse
assunto é resolvida quando entendemos o segundo princípio.
O
segundo princípio é o de investimentos rentáveis e seguros: “mas ajuntai para
vós outros tesouros no céu” (v.20). O ponto crucial da questão é o lugar onde
fazer aplicação, “porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu
coração” (v.21). Riquezas são bênção quando são canais da graça de Deus, e,
impostas, quando canalizadas como objetos de glorificação. Existem muitos
crentes que mesmo não cultuando imagens de santos, estão com o coração cheio de
idolatria. Um tesouro pode ser segurança financeira, amor conjugal, filhos,
perfeccionismo legalista, sucesso, reputação, opinião das pessoas. Muitos
tesouros são difíceis de serem identificados pelo fato de serem compreensíveis
e legítimos. Porém, um desejo legítimo pode se tornar pecaminoso, ou seja, em
um ídolo, quando este se torna uma exigência. Com relação a riqueza, Paulo
instruiu Timóteo, neste sentido: “não depositem sua esperança na instabilidade
da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para o nosso
aprazimento...sejam ricos de boas obras...acumulem para si mesmos tesouros,
sólido fundamento para o futuro” (1 Tm 6:17-19).
O
Terceiro princípio é abrir os olhos para a questão da autoridade. “São os olhos
a lâmpada do corpo” (v.22), e “ninguém pode servir a dois senhores” (v.24). Não
podemos atender às coisas que são aparentes e temporárias e, aos mesmo tempo,
manter o objetivo de alcançar as que são invisíveis e eternas. Aquele que busca
estabilidade financeira, está buscando valores temporais humanos que asseguram
melhoria de vida e de trabalho, mas aquele que busca transformação de caráter ao
invés de sucesso na situação (2 Cr 1:11-12), está buscando os valores
invisíveis e eternos que asseguram a vida e o serviço da sua vocação.
O
peso que carregamos pode ser aliviado se submetermos ao Senhor toda a nossa
vida, se abrirmos os olhos para reconhecer as luzes que há em nós, e a glória
que há no senhorio de Cristo, pois isso controlará o foco que lançamos sobre as
pessoas, situações e coisas.
REFERENCIAL
TEÓRICO:
GOMES,
Wadislau. Quem cuida de quem cuida? São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 57-62.
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