“Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado
como favor, mas como dívida.
Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça” (Romanos 4:4,5)
Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça” (Romanos 4:4,5)
É
um texto “pesado” para nós que vivemos uma sociedade humanista, numa época em
que muito se fala do “amor”, das boas obras, da caridade, dos trabalhos
voluntários em instituições sociais e ao mesmo tempo se vê um distanciamento muito
grande de Deus, da sua Palavra e da comunhão com a igreja de Cristo. Este texto
é muito pertinente, pois vemos no verso 2, Paulo dizendo que Abraão não foi
justificado por obras. As Escrituras dizem que ele creu em Deus e isso lhe foi
imputado para justiça. Essa é a questão. Sua justiça não lhe outorgou a
salvação. Não que as obras más sejam aceitas por Deus, de maneira alguma, a
questão, é que nem mesmo as boas obras se tornam aceitáveis diante de Deus para
nossa justificação. Elas merecem sua ira, jamais o seu favor.
A
expressão “que trabalha” é direcionada para aqueles que realizando boas obras
pensam que pelos seus próprios esforços possuem méritos para sua salvação. A
expressão “que não trabalha” refere-se a alguém a quem nada se deve pelos
méritos de suas realizações, pois ele crê em Deus como seu Senhor e Salvador. Deus
não tem dívida com ninguém. Se Ele quiser nos mandar todos para o inferno Ele
continua sendo justo.
Por
exemplo, Jó foi declarado um homem justo e integro pelo próprio Deus, a questão
não foi a declaração de Deus, mas a declaração de Jó sobre si mesmo, quando
este se declarou justo e merecedor das bênçãos de Deus como forma de pagamento
de suas obras, como se Deus tivesse alguma dívida para com ele. Os sofrimentos
expuseram aos seus olhos as profundezas do seu coração, seu orgulho e sua
autojustificação foram trazidas para fora. Jó era um verdadeiro santo de Deus,
mas ele, como todos nós, necessitava conhecer a sua natureza decaída para se
arrepender.
Os
sofrimentos muitas vezes nos ajudam a produzir uma verdadeira contrição e
humilhação de espírito para apartar de nós a falsa justiça, e fazer com que nos
despojemos de toda confiança em nós para buscarmos a Cristo, o nosso único
amparo.
“Por isso
menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza".
(Jó 42:6)
(Jó 42:6)
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