Olá querido
leitor, até aqui analisamos a luz das Escrituras questões sobre o aborto, sobre
a legitimidade da contracepção em geral e quais meios de controle de natalidade
são moralmente aceitáveis, inaceitáveis e os métodos que exigem cuidado
adicional. Hoje falaremos sobre a infertilidade. Quando o casal enfrenta uma
grande provação que é a impossibilidade de ter filhos, ao lutarem com a
infertilidade, quais são os princípios que devem ser analisados com relação aos
métodos disponíveis através da Reprodução Medicamente Assistida (RMA)?
Nos últimos anos,
avanços na tecnologia moderna de reprodução abriram caminho para que casais até
então inférteis pudessem conceber seus próprios filhos. Como o cristão deve se
posicionar em relação a esses avanços? Iremos apresentar neste artigo uma
descrição sucinta de quatro formas de tecnologia de reprodução empregada com
maior frequência. São elas:
- · Inseminação intrauterina (IUI), ou inseminação artificial (IA);
- · Transferência intrafalopiana de gametas (GIFT, do inglês “gamete intrafallopian transfer”)
- · Fertilização in vitro (FIV)
- · Maternidade de substituição ou maternidade de aluguel
Inseminação intrauterina (IUI), ou inseminação
artificial (IA) é na maioria dos casos, o primeiro recurso que os casais
inférteis escolhem quando o problema de fertilidade reside principalmente no
homem. Em geral, o problema é uma baixa contagem de espermatozoides, ou por
diferentes motivos, espermatozoides defeituosos. O procedimento é simples, pois
compreende a coleta e acúmulo de sêmen e a injeção do mesmo (normalmente com
uma seringa sem agulha) no útero durante o período mais fértil do ciclo da
mulher. O procedimento pode ser realizado com o sêmen do marido ou de um
doador.
O
princípio de avaliação deste método reprodutivo é o respeito pela santidade da
vida humana. Ele ameaça a santidade da vida quando a técnica usada resulta na
gestação de várias crianças. Nesses casos pode acontecer de a mulher ter quatro
ou cinco crianças no útero. Existe maior risco de aborto espontâneo nesses
casos.
Certos métodos de inseminação artificial ou in vitro fertilizam cinco ou seis óvulos
de cada vez. Cada uma das concepções resultantes é uma criança à espera de um
útero onde possa crescer até o nascimento, e é muito comum os médicos
selecionarem apenas um ou dois desses óvulos para a implantação e “destruir” os
outros. Muitas vezes os especialistas em reprodução recomendam um procedimento
conhecido como “redução seletiva”. Essa expressão não passa, na realidade, de
outro nome para uma forma de aborto na qual uma ou mais crianças são mortas
para aumentar a probabilidade de outras nascerem vivas.
Para que a
tecnologia de inseminação artificial esteja dentro dos padrões bíblicos com
respeito a santidade da vida, o casal deve estar disposto a aceitar que todas
as concepções sejam implantadas e levadas até o fim. “Não permitam a formação de mais embriões do que o número de crianças
que vocês estejam dispostos a educar” (John Van Regenmorter). Redução
seletiva não é uma opção bíblica legítima.
No próximo artigo
falaremos sobre dois métodos: a transferência
intrafalopiana de gametas (GIFT) e a fertilização
in vitro (FIV). Os princípios a serem considerados nestes métodos serão o
do respeito à vida por todos seres humanos como portadores da imagem de Deus e
o respeito à fidelidade do vínculo conjugal. Até lá.
REFERENCIAL
TEÓRICO
KOSTENBERGER,
Andreas J; JONES, David W. Deus,
casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida
Nova, 2011, p. 138-140.
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