Nestes
tempos difíceis em que vivemos, quando o julgamento de Deus se manifesta sobre
nossa cultura, somos chamados a crer que Deus tem levantado instrumentos de sua
providência para testemunho de sua misericórdia em todas as esferas da vida, principalmente
da esfera da política.
Embora
a democracia seja uma forma de governo, ela assume dimensões ideológicas quando
incorpora uma crença na quase infalibilidade da vox populi (a voz do povo). Quando
se alega que uma política pública é correta simplesmente porque a maioria a
apoia, ela se torna uma ideologia sujeita tanto às distorções quanto aos
elementos positivos. A democracia é definida como o governo do povo. A
ideologia democrática alega confessar a soberania do povo, nesta ideologia, o
mal é identificado não apenas com o fato de o indivíduo ser governado por quem
é diferente, mas também com o de ser governado por quaisquer outros indivíduos
que não ele próprio. A participação popular no governo é adequada e positiva. O
cidadão tem a oportunidade de avaliar o desempenho de um governo específico, e
é exatamente neste momento que quando a autoridade e a lei não têm respaldo
popular, elas perdem um elemento crucial que pode colocar em xeque o seu
futuro. Ao mesmo tempo é preciso entender que não é a aprovação popular que
cria a lei em si. A lei e, de fato, toda autoridade é uma necessidade por causa
de quem nós somos: seres humanos criados, decaídos e redimidos. Os cristãos
sabem há muito tempo que a lei e a autoridade por trás dela são necessárias para
conter os efeitos da nossa natureza decaída. O magistrado civil é estabelecido
por Deus para “punir os praticantes do mal” (1 Pe 2:14) e como “agente de
punição de ira contra quem pratica o mal” (Rm 13:4). A democracia pode ser um
bem, mas não é um deus. Não devemos pressupor que a democracia seja a mesma
coisa que o governo justo, mas é provavelmente a melhor forma de governo
atualmente disponível na nossa sociedade.
“Naquele
dia os inimigos dos judeus esperavam vencê-los, mas aconteceu o contrário; os
judeus dominaram aqueles que os odiavam... pois nesses dias os judeus
livraram-se dos seus inimigos, e nesse mês a sua tristeza tornou-se em alegria,
e o seu pranto, num dia de festa” (Ester 9:1,22)
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