A
igreja está tremendamente carente de uma renovada apreciação do que significa
ser perfeito em Cristo. A
teologia tem se tornado cada vez mais humanista. O foco da atenção passou de
Deus para as pessoas e seus problemas. O evangelicalismo está fascinado pela
psicoterapia. Os distúrbios emocionais e psicológicos têm se tornado moda. Os
cristãos estão cada vez mais dependentes de terapeutas e grupos de apoio. Esta
moda está atacando a confiança dos cristãos na suficiência de Cristo e sua
Palavra. Encontramos
em Cristo plena suficiência para as nossas necessidades. Os crentes têm em
Cristo tudo que precisam para enfrentar qualquer provação, qualquer tentação,
qualquer dificuldade com as quais possam se deparar nesta vida.
Na
igreja do primeiro século, em Colossos, existia um movimento presente naquela
comunidade chamado “gnosticismo”. Eles ensinavam que a salvação não é um ato
divino, e sim um processo de conhecimento, a palavra “gnose” significa
“conhecimento”, esta é uma influência da filosofia grega, e estavam tentando
dizer que as pessoas encontrariam a salvação através de um grau altíssimo de
entendimento, uma espécie de “elite espiritual”. O tema central da carta de
Paulo aos colossenses é sobre a preeminência de Cristo, e foi exatamente isso
que o gnosticismo atacou, a suficiência de Cristo.
O
gnosticismo não morreu, e atualmente uma tendência neognóstica de se buscar
conhecimento oculto vem ganhando uma nova influência. Três traços principais do
neognosticismo presentes em nossas igrejas hoje são: a psicologia, o pragmatismo
e o misticismo.
Psicologia:a igreja tem visto o aconselhamento bíblico como algo ingênuo, simples e até
mesmo tolo. Os neognósticos acreditam que somente os especialistas em
psicologia (os que possuem conhecimento secreto) estão devidamente qualificados
para ajudar pessoas com problemas espirituais e emocionais. O significado da
palavra “psicologia” é “o estudo da alma”. Somente alguém que se tornou
perfeito em Cristo está adequadamente equipado para estudar a alma humana.
Buscar soluções que não estejam alicerçadas na Palavra e na orientação do
Espírito de Deus jamais resolve qualquer problema da alma humana. As teorias da
psicologia são desenvolvidas por pessoas que não acreditam em Deus, pois suas
técnicas são fundamentas no pensamento de que o indivíduo, por si só, tem o
poder de mudar a si mesmo, transformando-se numa pessoa melhor.
Pragmatismo:
O fim justifica os meios? Os crentes estão dizendo que sim. Todo tipo de
entretenimento tem sido usado para atrair incrédulos para a igreja. As
pressuposições do pragmatismo são de que a igreja só pode atingir alvos
espirituais através de meios carnais e que o poder da Palavra de Deus, por si só,
não é suficiente, para acabar com a cegueira e dureza de coração do pecador. Creem que se a programação tiver bastante atrativos conseguirão atrais
pessoas para Cristo. São técnicas que mais satisfazem os incrédulos.
Misticismo:
O misticismo busca a verdade no interior da pessoa de forma a valorizar os
sentimentos, a intuição, e outras sensações interiores. É uma crença que busca
conhecer a verdade fora do intelecto humano, sua fonte de verdade é o
sentimento espontâneo. O misticismo irracional e anti-intelectual é uma
antítese da teologia cristã. Não é difícil de se perceber como o misticismo tem
infiltrado nas igrejas hoje quando observamos que os sentimentos individuais e
a experiência pessoal têm tomado o lugar da sã interpretação bíblica. Com
frequência vemos pessoas buscando uma “revelação” particular, vemos opiniões
pessoais em pé de igualdade com as Escrituras. O misticismo deixa de honrar a
Deus e exalta o homem, levando a ilusão de que o erro é verdade. Alguns
reivindicam terem viajado para o céu trazendo consigo novas verdades reveladas por
Deus em secreto para eles. Isso tudo mina a fé dos crentes na suficiência de
Cristo.
“Pois em Cristo habita corporalmente toda
a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e
autoridade, vocês receberam a plenitude”
REFERENCIAL
TEÓRICO
MACARTHUR, John F. Nossa Suficiência em Cristo: Três influências letais que minam a sua vida espiritual. 2. ed. São José dos Campos: Fiel, 2007.
Leia também: Puritanos Ingleses e o Aconselhamento Bíblico
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