"Onde,
porém, se poderá achar a sabedoria? Onde habita o entendimento?
O homem não percebe o valor da sabedoria; ela não se encontra na terra dos viventes”
(Jó 28:12,13)
O homem não percebe o valor da sabedoria; ela não se encontra na terra dos viventes”
(Jó 28:12,13)
A
sabedoria é o conhecimento de Deus e do homem como criatura teorreferente, e,
estultícia, a sabedoria humana na tentativa de considerar o homem em isolação
de Deus.
A
estultícia é oposta à sabedoria de Deus. No dicionário, o estulto é o homem
tolo, néscio; na Bíblia, é quem não considera Deus. É um falsificador da
sabedoria, um verdadeiro construtivista.
Características
da estultícia no homem decaído (rebelião, reversão e inversão): a estultícia
mostrará a rebelião contra Deus e contra tudo; a reversão do seu pensamento
contra o pensamento de Deus; e a inversão da centralidade de Deus pela do
próprio homem.
O
estulto tem uma tendência para reestruturar a vida sempre com motivação de autojustificação
e com base na própria estultícia. Não adianta trabalhar a estultícia para
melhorar o estulto (terapia, atualização e etc), antes é preciso direcioná-lo
ao amor à sabedoria (GOMES; 2017, p.167) (Pv 26:4-5).
1) A estultícia é
ingênua
(0-2 anos; Pv 22:16)
A
criança nasce portadora do pecado e tende naturalmente para o engano.
2) A estultícia é
aprendida
(2-7 anos; Pv 14:18; 17:28)
A
criança desenvolve a estultícia, aprendendo errado o certo e, “certo” o errado.
3) A estultícia é
aplicada
(6-13 anos; Pv 14:8; 12:23)
O
menino ou menina passa por um período de prática do “saber privado” daquilo que
adquiriu ou experimentou.
4) A estultícia é
frustrada
(12-20 anos; Pv 16:22; 19:3; 1 Co 8:2)
O
adolescente ainda não sabe a maneira conveniente do saber e percebe a
contradição de suas teorias e a prática da vida.
5) A estultícia é
reestruturada
(18-30 anos; Pv 14:24; 26:11)
O
adulto busca mudanças que, por falta de referencial, acaba reproduzindo mais
estultícias.
6) A estultícia é
estabilizada
(30-60 anos; Pv 15:14,21)
Na
idade madura a pessoa se sente “velha demais” para mudanças, ou confortável com
a própria estultícia.
7) A estultícia é
falida
(60 anos...) (Pv 27:22; Ec 12:1)
Nos
últimos anos a pessoa vive uma mistura de sentimentos de humilhação e orgulho.
As
raízes do medo de punição, rejeição e falha estão ligadas aos ídolos do coração
que produzem a estultícia. Por sua vez, o amor a Deus expulsa o medo e confere
sabedoria arraigada ao amor de Deus e à sua Palavra (GOMES; 2017, p.173).
Como direcionar à estultícia ao amor à sabedoria?
O apóstolo Pedro escreveu sobre essa
sabedoria:
“Seu
divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a
piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua
própria glória e virtude. Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas
e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da
natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça.
Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio
próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade
a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades
existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no
pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e
improdutivos. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto,
esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, empenhem-se
ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa
forma, jamais tropeçarão, e assim vocês estarão ricamente providos quando
entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1:3-11).
Vejamos
alguns princípios que servem como antídoto para a estultícia, versos 3 a 8 de 2
Pe 3.
1)
Associação da fé à virtude (pensamento e ação; bondade moral. Excelência,
modéstia, pureza), significando amar a Deus, agradar a Deus e servir a Deus.
2)
Aplicação da fé e virtude ao conhecimento de Deus e sua Palavra, de maneira
inteligente e obediente. Esse conhecimento gera domínio próprio.
3)
O domínio próprio, por sua vez provoca perseverança, ou seja, constância e
capacidade para continuar através de problemas e situações.
4)
Aquele que persevera, obtém a piedade, isto é, respeito, reverência e bondade
diante de Deus.
5)
A piedade move fraternidade, ou respeito em relação ao próximo.
6)
A fraternidade ensina o amor cristão. A capacidade para amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como e acima de si mesmo.
Nenhum
homem ou terapia jamais poderá transformar a pessoa à imagem de Cristo. Nenhum
homem ou tratamento psicológico jamais poderá purificar a pessoa para o pacto
com Deus (GOMES; 2017, p.150).
A
psicologia secular desconhece a verdadeira natureza humana, sua antropologia de
modo geral, além de ser autorreferente é fundamentada em observações de autores
que não acreditam em Deus.
Conforme
observou Jay Adams: “Não me oponho à psicologia ou a psicólogos como
tais...Minhas objeções se referem aquilo que chamam de psicologia clínica e
aconselhamento psicológico em que muito do que é feito, não considero, de
maneira nenhuma, ser terreno da psicologia".
A
psicologia não tem poder para transformar e purificar a vida de uma pessoa,
qualquer alívio proposto é momentâneo, por isso poderá ser enganoso. As propostas
seculares tentam melhorar o estulto, pois o fazem no contexto de uma religião
secular, rebelde em termos de supressão da verdade de Deus, reversa em termos
dos pensamentos contra os pensamentos de Deus, e inversa no sentido do seu
antropocentrismo (GOMES; 2017, p. 166).
A
estultícia humana impõe sistemas de filosofia, antropologia, sociologia e
psicologia calcados na observação humana. A sabedoria vem do conhecimento de
Deus, do homem como um ser teorreferente.
REFERENCIAL TEÓRICO:
GOMES,
Wadislau Martins. Personalidade Centrada
em Deus. Brasília: Monergismo, 2017.
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