É
muito comum ver pais transferindo atenção de questões primárias para questões
secundárias, com frases ou expressões do tipo:
“Eu
não sei o que fazer com meu filho, ele anda tão desobediente”
“Eu
não sei mais o que fazer com esse menino, o que eu já gastei com ele nessa
escola não é brincadeira, mas ele não me escuta”
Quando
um pai diz que não sabe mais o que fazer com seu filho porque ele anda
desobediente ou porque já gastou muito dinheiro na sua educação e não vê
retorno, ele na verdade está mais preocupado com o seu nome, sua reputação do
que com o próprio filho. Ele transfere a responsabilidade dos problemas (questões
secundárias) para o filho, para não ser envergonhado diante dos outros, quando
na verdade ele deveria estar preocupado (questão primária) em ajudar seu filho,
e rever aquilo que ele está negligenciando na educação dele.
“Os pais certamente podem evitar
muito sofrimento desnecessário na criação de seus filhos quando, de maneira
natural (ao invés de ficaram falsamente chocados a respeito), esperam que seus
filhos façam coisas erradas em casa, na escola e em público” (Jay Adams).
“A
insensatez está ligada ao coração da criança” (Pv 22:15)
As
crianças precisam aprender as consequências do comportamento errado e a
disciplina física (ensinada pela Bíblia) pode ser uma forma útil de transmitir
essa lição. Os pais devem, contudo, levar em consideração a personalidade
singular e temperamento de cada filho e ter consciência de que algumas crianças
respondem melhor a outros tipos de consequências e reforços positivos e
negativos (KOSTENBERGER; JONES; 2011, p. 152)
Um
pai pode dizer: “Eu sempre eduquei meus filhos todos iguais, e disciplinei cada
um deles da mesma forma”. O pai que age dessa forma não respeita a
personalidade singular e o temperamento de cada filho. Os princípios na
educação deles são iguais, mas na hora de ensinar ou repreender, o pai precisa
ter consciência e percepção de que Pedrinho com apenas uma conversa aprende que
mentir é errado e se esforça para não mentir mais, porém Luizinho rejeita a
instrução com apenas uma conversa, nesse caso o pai terá que se esforçar mais e
“gastar” mais tempo com Luizinho para ajudá-lo, até mesmo discipliná-lo
fisicamente se for necessário.
1º)
A disciplina deve ser coerente. A criança precisa saber o que constitui o
comportamento certo ou errado e estar ciente de que o comportamento errado
resultará em castigo.
2º)
A disciplina precisa ser apropriada para a idade. A disciplina física nem
sempre pode ser adequada para crianças mais velhas. O mais apropriado seria
arrazoar com ela sobre determinado comportamento.
3º)
A disciplina deve aderir aos princípios universais de imparcialidade e justiça.
O castigo deve ser apropriado para a ofensa. Um castigo indevidamente brando
pode dar a impressão de que os pais não estão levando a disciplina a sério,
assim como um castigo indevidamente severo pode causar amargura e deixar de
produzir efeitos corretivos.
4º)
A disciplina deve ser específica para cada criança. (Elemento relacionado à
individualidade e criação singular de cada criança por Deus). A disciplina tem
como propósito ajudar a criança a evitar comportamentos e atitudes erradas no
futuro e incentivar conduta e atitudes corretas.
5º)
A disciplina precisa ser aplicada com amor, e não com raiva (Ef 6:4; Cl 3:21). Os
pais não devem entender a desobediência dos filhos como uma ofensa pessoal, mas
sim, agir visando o bem do filho.
6º)
A disciplina deve ser voltada para o futuro e deve olhar adiante. O propósito
da disciplina não é obter resultados imediatos, mas sim, o desenvolvimento da
criança a longo prazo com vistas a que se torne um adulto cristão maduro e
responsável.
7º)
A disciplina deve fazer parte de um relacionamento entre os pais e os filhos. Os
filhos não são ratos de laboratório que podem ser condicionados por estímulo
para se comportar de determinado modo. Por isso, a disciplina não pode se
limitar à mudança de comportamento por meio de um sistema de recompensas e
castigos, pois a curto prazo pode até ser eficaz, mas a longo prazo, provocará
rebeldia (KOSTENBERGER; JONES; 2011, p. 157-158)
Torne
a disciplina em algo especial. Não fique ameaçando toda hora em disciplinar
fisicamente seu filho. Bata somente em momentos especiais, caso contrário, ele
já saberá que vai apanhar de uma forma ou de outra mesmo, então como não tem nada
perder ele vai continuar desobedecendo.
“Quem
se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo”
(Provérbios
13:24)
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