Atribuir ao casamento o
alvo principal da vida é o mesmo que idolatria. Os ídolos podem se tornar
deuses funcionais em nossas vidas, ou seja, eles oferecem soluções temporais
como bebida, droga, cigarro, pornografia, comida e etc., mas nunca satisfazem o
nosso coração, são falsos deuses, exigem nossos sacrifícios, mas nunca podem nos
dar ou suprir com aquilo que prometem. Todo amor desordenado na vida de uma
pessoa é pecado.
Para muitos o dia do
casamento é o ápice da vida, o dia mais importante. O alvo do casamento,
primeiramente não é a felicidade, mas a santidade. Se a felicidade é o meu alvo
no casamento, caso amanhã eu não me sinta feliz com a pessoa ao meu lado, eu
irei me divorciar.
É preciso tomar cuidado
com a declaração “eu sinto”. A declaração “eu sinto” esconde uma avaliação
consciente de minhas ideias e meus juízos. O que eu sinto simplesmente é. A
minha verdade substitui a verdade. Jay E. Adams disse que ser dirigido por
sentimentos é o problema motivacional das pessoas, ele estava dizendo que as
pessoas pecadoras são dirigidas por mentiras e cobiças. Como se pode tratar
daquilo que não se tem consciência? A expressão "eu sinto" obscurece
a responsabilidade por nossos desejos. As pessoas agem como seus sentimentos
fossem impulsos de autoridade! Desejos enganosos determinam as escolhas (David
Powlison).
O casamento para Adão no
início da criação, antes do pecado, não era algo para ser vivido de forma
isolada, mas para ser desfrutado e desenvolvido em um relacionamento com Deus. O
problema de Adão não era tristeza da solidão. Adão sozinho não conseguiria se
relacionar de acordo com os atributos relacionais de um Deus trino (Continência
é um dom de Deus – 1 Co 7:9).
O conceito de amor na
Bíblia não é esse sentimento subjetivo ou esse desejo amoroso proveniente do
romantismo francês (Romeu e Julieta), esse conceito de amor não-bíblico é
aquele que vale tudo para se viver uma paixão ou sentimento. Esse amor vale desobedecer
às regras. É muito comum ouvir frases do tipo: “Deus quer que eu seja feliz”.
A Bíblia fala que o amor
não é medido pelo o que eu recebo, mas o quanto estou disposto a dar (Gn 22; Jo
8:56). O amor é sacrificial na visão bíblica (Ef 5:25-29). O amor não é um
sentimento, mas uma tomada de decisão. Amor é compromisso firmado. Ações de amor
geram amor!
O propósito do casamento
é a santidade, a glória de Deus. Se o propósito do casamento é a santidade,
você nunca se casa com a “pessoa certa”, Deus usa sua vida para trabalhar e aperfeiçoar
a vida do seu cônjuge, conforme a imagem de seu filho Jesus.
Existem pessoas que
conferem sua identidade ao adorado/ídolo (cônjuge, cargo, posição social e
etc.,) e quando chegam a perder o cônjuge seja por morte ou por outro motivo, seu
cargo em uma empresa ou igreja e sua posição social, simplesmente perdem o “sentido
da vida”. O cônjuge, o cargo ou a posição social da pessoa estava acima da sua identidade
em Cristo. O ídolo se torna a “liberdade da pessoa”, aquilo que está disposta a
pecar para manter.
“Pode parecer chocante,
mas estou convencido de que, se os preceitos bíblicos são aplicados
consistentemente, praticamente quaisquer duas pessoas no mundo podem construir
um casamento feliz e honrar a vontade de Deus no relacionamento. Isso pode não
ser o que preferimos, mas pode ser alcançado se estivermos dispostos a
trabalhar nosso relacionamento conjugal” (R.C. Sproul).
Esse conceito de “alma
gêmea” não existe na bíblia. Este é um conceito pagão ensinado em filmes,
novelas e livros. “Deus não espera que
você encontre a tampa da sua panela. Ele quer que você se amolde a tampa que
vier” (Heber Campos Jr.). Essa ideia de que só existe uma pessoa com quem
eu possa ser feliz e me casar é papo furado. Pois se de fato isso for verdade
eu sou uma pessoa insuportável.
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