terça-feira, 26 de agosto de 2025

Adoração ao Imperador e a Idolatria do Estado hoje

Cerca de oito anos após a composição (entre 55 e 57 d.C.) da Carta ao Romanos, os cristãos começaram a ser perseguidos pelo imperador Nero. Eles foram considerados “ateus” por adorarem somente a Cristo, ao invés de uma representação humana, ou seja, o imperador.

Os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos pelos crimes de lesa-pátria e lesa-majestade. Eles entendiam que somente Jesus Cristo era o único Senhor. A lealdade dos cristãos pertencia e pertence exclusivamente a Deus. 

Os imperadores eram adorados no mundo romano. Exigiam ser reconhecidos como senhor. Eles eram cultuados como se fossem divinos. O imperador era uma espécie de ditador militar que comandava todas as legiões romanas, unidades militares espalhadas por todo império. 

O Estado liderado por partidos de esquerda (comunismo/socialismo) também exige essa lealdade hoje. Na China as igrejas vinculadas ao Movimento Patriótico das Três Autonomias, braço oficial do Cristianismo sancionado pelo Partido Comunista Chinês passaram a ser obrigadas a entoar hinos em louvor ao partido antes da bênção final dos cultos de domingo. 

No contexto da carta de Paulo, especificamente Rm 1:20-23, quem é que adorava homens corruptíveis, imagens de estátuas, imagens de animais símbolos das legiões? Os que serviam os poderosos em Roma e seus símbolos de autoridade. 

Nero era conhecido por seus vícios, por sua petulância, libertinagem, luxo, avareza e crueldade. Registros históricos dizem que ele mantinha relações sexuais incestuosos com sua própria mãe.  Não é exatamente esse tipo de comportamento descrito em Romanos 1:20-32? 

“Por isso, Deus os entregou à impureza sexual, aos desejos do coração deles, para desonrarem o corpo deles entre si” (Rm 1:24). “Tornaram‑se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, cobiça e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia” (Rm 1:29). “Caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal” (Rm 1:30). 

Estes poderosos estavam e ainda estão debaixo da ira santa de Deus (Rm 1:18). Aquele que para os homens, eram divinos, poderosos e alvos de cultos, adoração e temor não são nada perante o Altíssimo. 

Muitas pessoas, mesmo sabendo de toda impiedade, injustiça e degeneração da verdade praticadas por estas líderes, ainda assim aprovam estas coisas condenas por Deus, e serão julgadas por Ele (Rm 1:18,32).


REFERENCIAL TEÓRICO

FERREIRA, Franklin. Contra a Idolatria do Estado: O papel do cristão na Política. São Paulo: Vida Nova, 2016.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Supremacia do Estado disfarçada de Democracia

Em Romanos 13:1 é dito que Deus institui todas as autoridades e que devemos sujeição a elas. Porém, como saber se uma autoridade é legítima, à luz de Romanos 13:1-7? 

Já que Deus estabelece a autoridade, entende-se que essa autoridade tem um poder derivado e limitado.

As autoridades foram instituídas por causa da maldade, como um remédio para o pecado. Sem pecado não teria havido magistrado, tribunal de justiça e nem ordem do Estado. Quem usa muletas quando as pernas estão sadias?

Em Romanos 13:4 Paulo diz que a autoridade é estabelecida como uma espécie de servidor (diáconos) para recompensar aquele que faz o bem e para punir o mal.

Portanto, a autoridade legítima é aquela que recompensa atos bons e pune a maldade, e para isso pagamos impostos (Rm 13:6). Caso contrário, ela perde sua legitimidade. A igreja não somente pode, como deve advertir e exortar o Estado corrupto.

Temos um imenso desafio em nosso país, onde o mal tem sido relativizado e premiado pelo atual governo que persegue até pastor, enquanto milhares de brasileiros morrem por ano por arma de fogo, e ainda somos extorquidos por uma carga brutal de impostos sem retorno.

O papel do Estado não é igualar as pessoas, o que já se provou uma impossibilidade histórica. Seu papel é proteger e recompensar os bons e punir os maus, como ministro de Deus (Rm 13:6).

Onde as autoridades tenham se degenerado em despotismo e abuso de poder a liberdade deve ser defendida e as autoridades refreadas por meios legais. Há limites para o Estado.

A luta pela liberdade é permissível e um dever de cada indivíduo. Um governo que oprimi a liberdade de consciência e censura a liberdade de expressão de seu povo está quebrando a si mesmo e a sua força nacional.

Devemos agradecer a Deus pela instituição do Estado e orar pelas autoridades como meio de preservação legal da maldade, mas, ao mesmo tempo, é preciso sempre vigiar contra o perigo que está escondido no poder do Estado para nossa liberdade pessoal.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

FERREIRA, Franklin. Contra a Idolatria do Estado: O papel do cristão na Política. São Paulo: Vida Nova, 2016.

KUYPER; Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

“Se queres paz, prepara-te para guerra”

  

A Bíblia nos ensina sobre a nobreza da posição dos magistrados em Romanos 13. Nele é dito que o governo civil é ordenado por Deus (Rm 13:1), e opor-se a ele significa opor-se a Deus (v.2); ele é ministro de Deus para punir o criminoso e valorizar o cumpridor da lei (v.3-4); e a ele devemos obediência, pagando tributos para que haja segurança pública.

Mas em casos de governos que abusam de poder, as autoridades políticas podem e devem se opor a certos tipos de governos corruptos para restaurar a ordem política. A Bíblia autoriza à desobediência civil em casos de conflitos entre as leis de Deus a as leis dos homens (Êx 1:15-21; Js 2; 1Sm 22:17; Dn 3, 6; At 4:18-20; 5:27-29. 40-42). Por isso protestos públicos e pacíficos não são contrários a moral cristã. 

No passado, no livro do profeta Habacuque, é registrado que os líderes de Israel não obedeciam a lei de Deus (Hc 1:4). A pior coisa que uma pessoa justa poderia fazer naquele momento seria apelar para o tribunal do seu país devido à corrupção dos oficiais.

Então Deus diz para o profeta olhar para o cenário internacional (Hc 1:5), pois o juízo de Deus viria sobre eles de fora, pela Babilônia. O opressor receberia da mão de Deus a justa retribuição (Dt 32:35,41).

A guerra por soberania ideológica sempre disfarçada de “democracia”, é uma tentativa de ser Deus, para se obter o controle sobre as pessoas e situações. A esquerda (comunismo, socialismo) não aceita a pluralidade partidária, a alternância de poder ou dissenso. Toda voz discordante do esquerdismo é regulada, barrada, proibida e ridicularizada.

Pergunte para um missionário cristão como é realizado um culto em um país comunista, se é em liberdade ou escondido das autoridades. Pergunte para um venezuelano como é viver em um país socialista, onde um frango inteiro pode custar mais que um salário mínimo.

Em Juízes 13 é descrito que o povo de Israel estava vivendo em opressão nas mãos dos filisteus por 40 anos. O povo de Deus estava vivendo tempos aparentes de paz, mas isso não era verdade, pois era um tempo de opressão, domínio e sujeição forçada a um povo que odeia o Senhor.

Então Deus levantou Sansão. Mesmo ele sendo um homem imperfeito e cheio de falhas, ele era o caminho que Deus estava provendo para livrar seu povo. Deus colocou inimizade entre seu povo e os filisteus para libertá-los, levando-os para uma verdadeira paz, mas para isso seria necessário fazer uma guerra. “Se queres paz, prepara-te para guerra”.

É mais fácil ceder em nossas crenças para sermos amados pelo mundo e podermos viver uma suposta paz, mas estar debaixo do domínio do mundo pagão não é paz, e sim prisão.

Infelizmente, muitos cristãos passam a evitar situações conflituosas para terem a aprovação da cultura onde vivem. O sangue dos nossos irmãos que sangraram no coliseu, nas catacumbas, nas prisões, nas selvas, nas ilhas, nas cidades exige que não nos conformemos.

O sangue do nosso Rei garante que a luta nunca será vã. “Glória, Glória Aleluia. Sua verdade está marchando” (The Battle Hymn Of The Republic).

“No lugar do juízo reinava a maldade” (Ec 3:16)

Nenhum sistema judiciário é perfeito. A justiça humana nunca é plenamente imparcial. Culpados escapam com penas leves, sejam assassinos, cor...