Abuso
espiritual e abuso emocional têm muita coisa em comum, mas o abuso espiritual
apresenta uma variação sinistra dos princípios da fé usados como armas de
comando e controle de líderes espirituais abusadores.
As vítimas ficam tão perplexas quanto alguém que sofreu abuso emocional, mas sentem que ele vem de uma fonte com mais autoridade, sagrada. Veremos a seguir algumas características de abuso espiritual:
1. Imposição de silêncio: estes líderes não aceitam divergência de opiniões etc., então repreendem e silenciam severamente aqueles que tem opinião própria para sentirem vergonha.
2. Legalismo: códigos rígidos de comportamento são colocados acima de relacionamentos de confiança e da autoridade Bíblica. Pessoas ficam envergonhadas por ultrapassarem limites legalistas estabelecidos pelo abusador.
Há um sistema de crenças (não a Bíblia) apresentados como infalível e inerrante, as pessoas precisam adotar o sistema de regras em sua totalidade, caso contrário serão humilhadas se desviarem dele ou se ousarem questioná-lo.
Essas são táticas abusivas. Jesus se irou com táticas semelhantemente abusivas dos fariseus em Mateus 23. Neste texto ele expressa sua indignação e pesar oito vezes: “Ai de vós”.
Os fariseus colocam sobre os outros fardos que eles próprios não estão dispostos a carregar. A vida deles é caracterizada por grandiosidade e egocentrismo em lugar de humildade. Eles atraem pessoas para sua fé somente para escravizá-las ainda mais.
As pessoas dessas igrejas muitas vezes se sentem envergonhadas, confusas, inseguras e até loucas. Não existem líderes prefeitos e nem pais perfeitos, mas existem os abusadores que traumatizam suas vítimas.
Pais dedicados cometem erros e reconhecem seus erros por meio do arrependimento, empatia autêntica e preocupação com os filhos. Pastores dedicados cometem erros, e também reconhecem seus erros por meio do arrependimento sincero e verdadeiro.
Abusadores, porém, têm a intenção de se manter em uma posição superior de poder. O abuso é mais do que um lapso momentâneo de comportamento, é uma dinâmica recorrente de violação e opressão. Sua intenção é revelada em uma forte necessidade de estar no controle.
REFERENCIAL TEÓRICO
DEGROAT,
Chuck. Quando o narcisismo invade a
igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional.
São Paulo: Mundo Cristão, 2024.