terça-feira, 3 de junho de 2025

A importância da infância baseada no brincar

No começo da década de 2010 houve um declínio da saúde mental em muitos países, indicado por um aumento acentuado nos índices de ansiedade, depressão e automutilação em pré-adolescentes e adolescentes, com maior impacto nas meninas. O que mudou na vida dos adolescentes no início de 2010?

A geração Z (nascidos a partir de 1995), conhecida como a geração ansiosa, foi a mais afetada com a chegada do iPhone em 2007 e a nova era das redes sociais. Diferentemente das outras gerações, os adolescentes da geração Z passaram muito menos tempo brincando, conversando, tendo contato visual com amigos e parentes. 

Passamos por uma transição de uma “infância baseada no brincar” (anos 1980) para uma “infância baseada no celular” (anos 2010). Com isso houve uma ascensão do medo e da superproteção dos pais. 

Nas últimas décadas os pais deixaram seus filhos vagarem livres no mundo virtual e decidiram ser superprotetores do mundo real. A superproteção interfere em seu desenvolvimento tornando-os mais propensos à fragilidade e ao medo na vida adulta. 

Pais que tentam criar seus filhos numa bolha de limpeza na verdade prejudicam o sistema imunológico dos filhos. Da mesma forma, pais que tentam criar seus filhos numa bolha de satisfação, protegendo-os de frustrações, consequências e emoções negativas, na verdade estão impedindo o desenvolvimento de resolução de conflitos, autocontrole, tolerância à frustração etc. 

Crianças precisam brincar com brincadeiras físicas arriscadas. Descer uma pista de skate, subir em árvores, brincar no balanço e andar de bicicleta envolvem riscos de ferimento físico. Jogos on-line não oferecem nenhum desses riscos. Os parquinhos atuais estão cada vez mais ultrasseguros. 

Eliminar brincadeiras arriscadas ao ar livre pode acarretar em muitos prejuízos na vida adulta. Crianças expostas de maneira rotineira a pequenos riscos se tornarão adultos capazes de lidar com riscos muito maiores sem entrar em pânico. 

Lembre-se, brincar livre é essencial para o desenvolvimento de habilidades sociais e físicas. A superproteção é perigosa porque dificulta que as crianças aprendam a cuidar de si mesmas e lidem com riscos, conflitos e frustrações. 

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

HAIDT, Jonathan. A geração ansiosa: Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais. São Paulo: Companhia das Letras, 2024.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Nadamos nas águas do narcisismo

Boa parte do tempo, cada um de nós participa, ainda que involuntariamente, de dinâmicas e sistemas tóxicos de relacionamento.

Vemos poder que explora, engana, manipula, coage e abusa. Vemos personalidades políticas que competem na arena das redes sociais em tempos em que se tornou uma modalidade esportiva fazer comentários mordazes sobre o caráter de um adversário. 

Vemos a igreja ser atormentada por relatos de abuso e acobertamento. Pastores envolvidos em diversos casos de adultério, líderes que maltratam membros, líderes institucionais que se escondem atrás de sua eloquência para acobertarem histórias de abusos sexual e emocional etc. 

A graça nunca acoberta abusos. A graça desmascara o abusador. Se você está sob a liderança de alguém que se apropria de uma teologia da graça para manipular e esconder a verdade, tome cuidado. 

A esperança é que temos o exemplo de Cristo. Ele se esvaziou, e “embora sendo Deus, não considerou ser igual a Deus” (Fp 2:6-8). Quando os reinos do mundo lhe foram oferecidos, ele os rejeitou (Mt 4:1-11). 

Cristo entrou, sofreu e foi crucificados nas águas do narcisismo. No entanto, ele se elevou acima delas para redimir sua igreja e restaurar todo o universo. 

Não somos imunes a demonstrar grandiosidade na internet, explorar as fraquezas do próximo, manipular, fugir e esconder nossa identidade. Somos convidados a remover as máscaras que nos protegem e nos humilhar como no exemplo de Cristo. 

O caminho de Cristo nos oferece a dádiva de sentir ira contra o pecado sem ser escravizado por ela, de sermos honestos de condenar a violência e o abuso sem recorrer a ela, de nos apegarmos a esperança sem torná-la trivial. 

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Possiblidade de cura das feridas internas

As cicatrizes de abuso emocional são invisíveis, mas nem por isso são menos reais. O abuso emocional, com frequência, não deixa marcas no corpo. O abuso emocional pode ser tão prejudicial quanto o abuso físico e violência sexual.

As cicatrizes de abuso emocional não são curadas de maneira simplista, como cicatrizes ou contusões físicas. Para isso é preciso entender a anatomia da personalidade. Existem boas abordagens psicológicas que podem ajudar. 

A Terapia Cognitiva Comportamental (Aaron Beck) possui uma abordagem que estuda nossos sistemas de crenças mentais e emocionais que dão a possibilidade de compreender antigos padrões de comportamento que dão origem aos comportamentos de enfretamento inconvenientes na vida adulta. 

A Terapia do Esquema (Jeffey Young) combina técnicas cognitivas e comportamentais. Essa terapia possui 18 esquemas iniciais desadaptativas que derivam da infância e adolescência. Esquemas são crenças ou cognições que envolvem sensações, emoções e temperamento. 

A personalidade emerge da interação entre o temperamento da criança e do ambiente. Crianças que passaram por humilhações e desprezo por parte de pais ou cuidadores, podem desenvolver uma tendência exacerbada a se retrair e tornar-se deprimida. 

Os esquemas resultam da interação entre o temperamento de uma criança e as dificuldades que ela enfrenta em seu ambiente. Esses esquemas podem permanecer latentes por boa parte da vida, e serem ativados de acordo com o ambiente desafiador na vida adulta. 

Em geral, esquemas estão conectados a memórias da infância. Todos nós temos esquemas formados em resposta a experiências no início da vida. Nessa teoria, temos esquemas de resposta as diversas situações da vida, que podem ser compreendidas por um bom terapeuta. 

Há também a Teoria do apego (Daniel Siegel) que visa estudar relação pai-filho e consciência atenta. Essa teoria ajuda a compreender como nosso cérebro se conecta em segundos com estados da mente acionados pela memória. 

Por exemplo, quando estamos dirigindo e o rádio toca uma música que de repente nos transporta para outro tempo e lugar, talvez um primeiro amor ou uma primeira perda. Somos guiados pelas memórias explícitas e implícitas. 

Nossas emoções, lembranças, crenças podem nos levar para longe das pessoas e de Deus, mas a mudança é possível. Busque ajude de um profissional com familiaridade nessas abordagens, que seja empático e firmemente confrontador.

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Origens do narcisismo

O termo “narcisismo” vem da história de Narciso na mitologia grega, que se apaixonou pela sua própria imagem e recusou a aceitar o amor de Eco, uma ninfa da montanha.

É importante diferenciar o termo narcisista do perfil sociopata. Os sociopatas são tipicamente mais agressivos em têm prazer em produzir dor sem uma noção de certo ou errado. 

Os narcisistas realmente ferem as pessoas, porém a dor é geralmente infligida para proteger seu orgulho, posses ou ego, em vez do objetivo de causar dor. São autocentrados e preocupados em atingir a imagem perfeita (reconhecimento, status ou ser invejado). 

A criança mimada: um narcisista pode ter crescido em um lar em que a noção de ser melhor do que os outros e ter direitos e privilégios especiais era tipicamente importante. 

A criança dependente: nesse lar os pais fizeram de tudo para tornar a vida da criança o mais livre de desconforto possível. Em vez de ensinar a incentivar o desenvolvimento de habilidades adequadas à idade, como tolerar as frustrações, seus pais podem ter feito tudo por ela. 

A criança solitária e privada: é o caso de crianças que crescem se sentindo amadas de forma condicional, ou seja, de acordo com o seu desempenho. Suas necessidades emocionais são atendidas só quando atingem a grandeza. Os pais focam nas realizações os dos filhos, e são muito críticos. 

Na vida adulta o narcisista busca obter autonomia emocional, o que significa não precisar de mais ninguém além de si mesmo. Ele tem fome de reconhecimento e possui pouca ou nenhuma capacidade de ouvir, cuidar ou compreender as necessidades de outros (empatia). 

A maioria dos narcisistas é do sexo masculino, mas atualmente as mídias sociais têm alimentado o narcisismo de forma a encorajar as mulheres a postarem fotos elogiáveis e sedutoras, atribuindo muita importância a aparência física. 

A intenção deste artigo não é levar o leitor a sentir pena do narcisista e muito menos absolvê-lo. O objetivo é compreender como os narcisistas se tornam quem são, e eximir você de dúvidas sobre si mesmo e de possível autoacusação internalizada.

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

BEHARY, Wendy T. Desarmando o narcisista: sobrevivendo e prosperando com o egocêntrico. 3.ed. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2023.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Abuso espiritual


Abuso espiritual e abuso emocional têm muita coisa em comum, mas o abuso espiritual apresenta uma variação sinistra dos princípios da fé usados como armas de comando e controle de líderes espirituais abusadores.

As vítimas ficam tão perplexas quanto alguém que sofreu abuso emocional, mas sentem que ele vem de uma fonte com mais autoridade, sagrada. Veremos a seguir algumas características de abuso espiritual: 

1. Imposição de silêncio: estes líderes não aceitam divergência de opiniões etc., então repreendem e silenciam severamente aqueles que tem opinião própria para sentirem vergonha. 

2. Legalismo: códigos rígidos de comportamento são colocados acima de relacionamentos de confiança e da autoridade Bíblica. Pessoas ficam envergonhadas por ultrapassarem limites legalistas estabelecidos pelo abusador. 

Há um sistema de crenças (não a Bíblia) apresentados como infalível e inerrante, as pessoas precisam adotar o sistema de regras em sua totalidade, caso contrário serão humilhadas se desviarem dele ou se ousarem questioná-lo. 

Essas são táticas abusivas. Jesus se irou com táticas semelhantemente abusivas dos fariseus em Mateus 23. Neste texto ele expressa sua indignação e pesar oito vezes: “Ai de vós”. 

Os fariseus colocam sobre os outros fardos que eles próprios não estão dispostos a carregar. A vida deles é caracterizada por grandiosidade e egocentrismo em lugar de humildade. Eles atraem pessoas para sua fé somente para escravizá-las ainda mais. 

As pessoas dessas igrejas muitas vezes se sentem envergonhadas, confusas, inseguras e até loucas. Não existem líderes prefeitos e nem pais perfeitos, mas existem os abusadores que traumatizam suas vítimas. 

Pais dedicados cometem erros e reconhecem seus erros por meio do arrependimento, empatia autêntica e preocupação com os filhos. Pastores dedicados cometem erros, e também reconhecem seus erros por meio do arrependimento sincero e verdadeiro. 

Abusadores, porém, têm a intenção de se manter em uma posição superior de poder. O abuso é mais do que um lapso momentâneo de comportamento, é uma dinâmica recorrente de violação e opressão. Sua intenção é revelada em uma forte necessidade de estar no controle. 

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Abuso emocional (Gaslighting)

Pessoas machucadas pelo narcisista muitas vezes não percebem de imediato suas ferroadas e podem até concluir que sejam merecedoras delas. O narcisista desenvolve uma capacidade misteriosa de fazer outros se sentirem loucos, confusos e inseguros.

O abuso emocional, com frequência, não deixa marcas no corpo. Embora cicatrizes ou contusões físicas não estejam presentes o que está presente é a angústia invisível infligida ao outro.

O trauma nasce de violência na forma de humilhação, críticas excessivas, silêncio, exclusão, infidelidade, paqueras, variações extremas de humor, piadas de mau gosto, ciúmes constantes, acusações, vergonha, controle das finanças, manipulação sexual, transferência de culpa etc.

Por incrível que pareça, além do sistema judiciário de nosso país, o lugar em que mais se vê abuso emocional traumático é na igreja. Muitas pessoas em situações de vulnerabilidade quando buscam empatia e segurança na igreja acabam encontrando mais dúvidas e descrença.

O abuso emocional pode ser tão prejudicial quanto o abuso físico e violência sexual. Homens e mulheres que sofrem este tipo de abuso muitas vezes são retratados como pessoas hipersensíveis, dadas a exagero e desonestas.

Trauma não é o que acontece conosco, mas o que abrigamos em nosso interior na ausência de uma testemunha empática. As cicatrizes de abuso emocional são invisíveis, mas nem por isso são menos reais.

Quando pastores e igrejas negam o impacto do abuso emocional, retraumatizam a vítima. Quando suspeitamos da vítima e apoiamos o abusador, corremos o risco de fazer um mal que pode se tornar irreparável. A vítima pode culpar a si mesma.

Pastores bem-intencionados podem cair na armadilha do abusador narcisista e acreditar em suas súplicas por graça e em suas intenções de mudar para melhor, o que não passa de falsa vulnerabilidade.

Muitos líderes por não entenderem o impacto traumático do abuso emocional, acabam propondo soluções superficiais como: orar juntos, ler um livro cristão sobre casamento, sair para jantar fora etc.

A igreja precisa adquirir capacitação necessária para identificar o homicida silencioso chamado abuso emocional traumático, pois é muito triste ver este tipo de abuso se desenvolver na igreja.

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Sistemas narcisistas na igreja

Uma igreja pode possuir um “narcisismo coletivo” como uma infecção sistêmica. Assim como no corpo humano, uma pequena infecção pode invadir a corrente sanguínea e desencadear uma inflamação em todo corpo. O mesmo acontece na igreja. 

Há dois tipos de sistemas narcisistas: os arrogantes convictos de sua grandeza e o narcisismo vulnerável com um moralismo autodepreciativo. 

1. Sistema narcisista grandioso. Este sistema (igreja, denominação, instituição paraeclesiástico etc.) tem prazer em si mesmo. Embora a missão organizacional fale de servir a Jesus e ao reino, eles falam de outras igrejas de forma depreciativa, zombam de outros trabalhos e exaltam o próprio trabalho. É uma arrogância coletiva. 

Neste sistema a integridade dá lugar ao pragmatismo; a honestidade dá lugar à ilusão. Se parecem mais com uma corporação agressiva do que com um ministério cristão. 

2. Sistemas narcisistas vulneráveis. Este sistema adota um papel de vítima. Anseiam por admiração e afirmação. Por vezes é chamado de “narcisismo de baixa autoestima”. É um sistema doentio, possui uma abordagem masoquista e manipuladora. 

Estes sistemas falam de humildade, pecado, dependência em Deus de uma forma contrária ao evangelho, pois creem que são a única igreja verdadeira e sincera quando se trata de pecado humano. 

Aquilo que é chamado de humildade é na verdade autodepreciação, aquilo que é chamado de fraqueza é na verdade mágoa e aquilo que é chamado de dependência em Deus é uma desculpa de sua passividade, uma forma de se eximir de sua responsabilidade quando as coisas dão errado. 

Um sistema saudável não é dominado por ansiedade, todos têm liberdade de dizer a verdade, todos têm liberdade de ouvir com curiosidade. Estamos doentes, e precisamos restaurar a saúde começando pela verdade. 

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Principais características de um pastor narcisista


O pastor narcisista é um perigo para o seu rebanho (Ez 34:1-4). Ele cuida apenas de si mesmo. Esse não é o tipo de pessoa que deveria pastorear o rebanho de Deus. Veremos a seguir algumas das principais características de um pastor narcisista..

  1. Centralizador: um pastor narcisista não consegue abrir mão do controle. Dificilmente um pastor narcisista tira férias ou um ano sabático para descansar. Sua insegurança oculta se manifesta em liderança ansiosa e hipervigilante.  
  2. Impaciente: um pastor narcisista não tem paciência com pessoas. Tudo “é para ontem”. Sua impaciência revela falta de empatia, principalmente com as limitações de outros. As pessoas são apenas ferramentas em suas mãos.
  3. Soberbo: muitos pastores narcisistas não conseguem dividir o ministério com outros de forma efetiva. Dividir o “poder” significa uma ameaça para o seu controle e sua autoridade. Ele não consegue confiar que outros possam realizar o mesmo trabalho conforme o padrão dele, devido ao seu perfeccionismo tóxico. Ele é o melhor e mais inteligente e almeja ser o centro das atenções.
  4.  Intimidador: alguns pastores narcisistas são valentões que intimidam outros e usam seu poder para exercer controle. Por incrível que pareça, estes possuem pessoas leais (em sua maior parte por medo) dentro da comunidade que se tornam defensores ferrenhos dele. Eles criam um ambiente de competição ou comparação, jogando uns contra os outros, e fazem críticas seletivas e inapropriadas.
  5.  Falsa vulnerabilidade: A falsa vulnerabilidade é uma distorção da vulnerabilidade autêntica. Parece transparência, mas serve apenas para esconder as lutas mais profundas do narcisismo pastoral. O pastor narcisista costuma falar de suas imperfeições e seus pecados de forma a cultivar a empatia de seus ouvintes e a criticar de forma calculada aqueles que ele quer colocar como vilões. Assim as pessoas passam a enxergá-lo como vítima.

Infelizmente muitos membros de igrejas com um pastor narcisista acabam passando por cima destes comportamentos arrogantes porque gostam do carisma, dos sermões eloquentes, do sucesso e da autoridade que veem no seu pastor. Sujeitam-se à persona narcisista do líder, e não a seu verdadeiro caráter. Estes líderes parecem tão seguros de si e convictos, que as pessoas costumam acreditar neles.

O problema é que o narcisismo causa muitas dores em suas vítimas. Talvez você tenha se identificado com alguma experiência ruim citada nestas características acima. Ser ferido por um pastor narcisista é um trauma doloroso.

“Se a ira de uma autoridade se levantar contra você, não abandone o seu posto; a tranquilidade evita grandes erros” (Eclesiastes 10:4 - NVI)

Se você está passando por isso, a exortação de Ec 10:4 é para que você não permita que isso se torne em um obstáculo a um envolvimento alegre e ativo na vida. Não abandone sua posição, não peça demissão por causa de um líder tirano, continue ativo e alegre, com um espírito sereno. Continue trabalhando, confie em Deus os resultados, pois ele manifestará sua justiça ao seu tempo!

Procure alguém maduro para conversar. Você pode ter se decepcionado com seu pastor, porém você poderá ficar contente em ler em Hebreus 13:20-21 que o sumo Pastor do rebanho derramou seu sangue por tua vida e para te ensinar a fazer à vontade Dele.

“Ó Deus, continua a amar os que te conhecem e a fazer o bem aos que têm um coração honesto! Não deixes que os orgulhosos e os maus me pisem e me obriguem a fugir” (Sl 36:10-11 - NTHL)

 

REFERENCIAL TEÓRICO 

DEGROAT, Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja: cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo: Mundo Cristão, 2024.

A importância da infância baseada no brincar

No começo da década de 2010 houve um declínio da saúde mental em muitos países, indicado por um aumento acentuado nos índices de ansiedade ,...