Temos
acesso a muitos fatos, mas não necessariamente ao entendimento desses fatos.
Muitas pessoas, principalmente a mídia projetam suas informações para tornar o
pensamento algo desnecessário. Eles empacotam ideias e opiniões minuciosamente
planejadas e selecionam cuidadosamente dados estatísticos, cujo objetivo, é
facilitar o ato de “formar opinião” das pessoas. Essa “opinião” introjetada na
mente das pessoas é semelhante uma gravação inserida no aparelho de som, que no
momento apropriado, apertando-se o play a opinião será “tocada”. Essas pessoas
apenas reproduzem suas opiniões a respeito de muitos fatos sem terem pensado a
respeito (ADLER; DOREN, 2010, p.26).
Informar-se
é simplesmente saber que algo é um fato, porém, esclarecer-se, é saber além de
que algo é um fato, do que se trata esse fato, ou seja, é a explicação da
informação. Muitas pessoas estão adquirindo apenas informações de livros,
jornais, revistas, professores, líderes religiosos, mas sem esclarecimento. O
esclarecimento só ocorre quando, além de saber o que um autor escreveu ou o que
uma pessoa disse, você também sabe o que ele quis dizer com o que
escreveu/falou e por que escreveu/falou sobre o fato na informação (ADLER;
DOREN, 2010, p.32-33).
A
primeira ignorância é a do analfabeto, e a segunda ignorância é a do sujeito
que leu e ouviu muitas informações, mas de maneira incorreta, este é o
ignorante alfabetizado, uma estranha mistura de aprendizado com estupidez,
chamado pelos gregos de “sofomania”. Na Bíblia ele é chamado de estulto (Pv
26:4,5; 14:8).
A
verdade, mesmo do ponto de vista de uma pessoa sincera, pode ser tendenciosa.
Tendemos a ver o que esperamos ver: observamos, lembramos e passamos adiante as
informações que apoiam nosso ponto de vista, mas não temos a mesma motivação
quando os indícios apontam para o lado oposto (WESTON, 2009, p.36).
Não
se limite, portanto, ao discurso de um presidente se o assunto é a eficácia das
políticas adotadas em sua administração. Não se limite ao fabricante de um
produto para obter a melhor informação acerca desse produto. Da mesma forma,
não se limite aos grupos que são partidários de um dos lados de um debate
público ou de um conflito eclesiástico para obter informações rigorosas sobre o
assunto.
REFERENCIAL
TEÓRICO
ADLER, Mortimer J.; DOREN, Charles Van. Como ler Livros: O guia Clássico para a Leitura Inteligente. São Paulo: É Realizações, 2010.
WESTON, Anthony. A Construção do Argumento. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
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