Muitos
cristãos são controlados pelo medo. Vão a igreja, ouvem a pregação da Palavra
de Deus e até sabem o que Deus quer que façam, porém, estão paralisadas
espiritualmente, não conseguem obedecer porque estão com medo. Paradoxalmente,
o medo pode ter um aspecto positivo. Não é errado pular quando alguém nos dá um susto, ficar amedrontado
diante da ferocidade de um animal correndo o risco de ser ferido, ou de ficar
perto de alguém descontrolado e violento. Neste aspecto, o medo e a prudência caminham
lado a lado (Pv 22:3). Porém, no aspecto negativo, o medo
pecaminoso é aquele que nos impede de obedecer a Deus, pois esse medo revela
uma covardia moral. Este medo não vem de Deus.
Quando
Paulo escreveu sua segunda carta para Timóteo, ele estava na prisão. Neste momento
o imperador Nero havia incendiado a cidade de Roma e estava culpando os
cristãos. A perseguição estava se intensificando. Não era um momento fácil para
um crente. Vários amigos de Paulo haviam abandonado a fé (2 Tm 1:15). Por esta
razão, Paulo exortou Timóteo dizendo assim: “reavive o dom de Deus que está em
você...” (2 Tm 1:6), “...não se envergonhe do testemunho de nosso Senhor...participa
comigo dos sofrimentos a favor do evangelho...” (2 Tm 1:8), “...fortifique-se
na graça que há em Cristo Jesus” (2 Tm 2:1), “porque Deus não nos deu espírito
de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm 1:7).
É
como se Paulo estive dizendo para Timóteo que: “Você não pode ser controlado
pelo medo pecaminoso, isso não vem de Deus. A razão pela qual você está
dominado pelo medo e pela ansiedade é porque você está pecando”.
“Nossos
temores decorrem da falha de não nos avivarmos. Começamos a olhar para o
futuro, e então a imaginar coisas e a dizer: ‘O que será que vai acontecer?’”
(Dr. Lioyd Jones). Quem foi regenerado deveria saber que Deus nos deu o
Espírito Santo e Ele não é um espírito de covardia. A chave para a coragem não
está na confiança em si mesmo. Paulo não conduz Timóteo a Timóteo, ao
contrário, ele conduz Timóteo a Deus.
1.
O ESPÍRITO DE PODER
Diante
de uma situação você pode pensar: “Não há como lidar com isso, não sou tão
forte assim, vou falhar”. Então você começa a perder a esperança. Seu verdadeiro
problema é não entender quão poderoso é o Espírito que está agindo em você. Nossas
circunstâncias mais difíceis são insignificantes quando comparados ao poder do
Espírito (Ef 1:18,19). Pare de olhar para si mesmo em busca de coragem, e
comece a confiar em Deus.
2.
O ESPÍRITO DE AMOR
O
oposto de um espírito de medo é um espírito de amor. Se você estiver dominado
pela ansiedade, pelo medo e preocupação pecaminosos, seu problema é ser
egocêntrico demais. Você é uma pessoa egoísta. Está pensando demais em si
mesmo. “No amor não existe medo” (1 Jo 4:18). “O adversário do temor é o amor.
O amor dá de si mesmo, o temor é autoprotetor. O amor se automovimenta em
direção a outras pessoas; o temor as evita. No trato com o temor, nenhuma coisa
possui poder tão expulsivo como o amor” (Dr. Jay Adams). Nada pode nos separar
do amor de Deus (Rm 8:38,39). Pare de olhar para si mesmo, e comece a amar a
Deus e ao próximo (1 Jo 4:8).
3.
O ESPÍRITO DE MODERAÇÃO
O
medo produz confusão e caos na mente. Algumas pessoas não viajam de avião, não
atravessam uma ponte, não falam de Cristo e não querem obedecer a Deus porque
têm medo. A palavra “moderação” significa ter “uma mente sensata e segura”, uma
mente autocontrolada e disciplinada. Quem não tem paz, é dominado por medo,
preocupação e ansiedade. Nossa prioridade é agradar e glorificar a Deus
independente do que possa surgir em nosso caminho. Quem passa a vida se protegendo
acaba criando em sua mente uma prisão para si mesmo. Contudo, se sua principal preocupação
for glorificar a Deus pela sua graça, pela obra capacitadora do Espírito que
produz poder, amor e moderação em sua vida, você encontrará liberdade, mesmo
que seu corpo esteja numa prisão de verdade.
REFERENCIAL
TEÓRICO
MACK, Wayne A;
MACK, Joshua. O Temor que Vence
o Medo.
São Paulo: NUTRA, 2019, p.15-32.
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