Aconselhamento
bíblico é um sistema de aconselhamento cristão fundamentado nas Escrituras, ou
seja, ele não ignora o poder das Escrituras de “trazer uma pessoa a fé em
Cristo e moldá-la na pessoa que Deus quer que ela se torne” (ADAMS, 2016, p.57)
O aconselhamento cristão
visa confrontar as pessoas visando “mudanças de atitudes, crenças,
comportamentos, motivações, decisões, e assim por diante” (MACARTHUR; MACK,
2004, p.73).
Existem vários
modelos de aconselhamento baseados em teorias da psicologia secular que diferem
da Bíblia no modo como tentam explicar as pessoas e as soluções que tentam
oferecer. “A verdade da Bíblia compete frontalmente como os demais modelos” (POWLISON,
2010, p.6).
O aconselhamento
bíblico ou cristão, em particular, é a arte de transmitir graça por meio da
palavra da fé, sob a orientação do Espírito. Seu propósito é o de crescimento
mútuo na verdade em amor, segundo o caráter de Cristo, com a finalidade de
glorificar a Deus gozá-lo para sempre” (GOMES, 2012, p.81)
O aconselhamento
bíblico está baseado na convicção de que as Escrituras são suficientes para a
tarefa de aconselhar e superiores a qualquer outro material que o mundo tenha
para oferecer. O aconselhamento bíblico é um ministério da igreja local no qual
os crentes em Cristo, habilitados, capacitados e guiados pelo Espírito Santo,
ministram a outros a Palavra viva e ativa de Deus buscando evangelizar os
perdidos e ensinar os salvos (BABLER; ELLEN, 2017, p.89)
Enquanto
diversos modelos de ajuda psicológica tratam do aspecto sensível da vida, tais
como funções psíquicas e psicossomáticas, questões sociais e relacionais, etc.,
o aconselhamento cristão lida com os sentimentos mais profundos do trinômio fé,
esperança e amor; trata dos afetos derivativos das crenças básicas, dos
processos e dos atos mentais; mexe com os desejos do coração, com os objetivos
e as estratégias de vida – cuida da totalidade da pessoa à luz da finalidade e
do propósito de Deus, seu Criador.
Deus
é soberano em sua Palavra, pois ela é única autoridade de fé e prática, e tudo
que existe e é pensado está diante da sua presença e sob o seu controle e
autoridade. A soberania de Deus foi desafiada (Gn 3), por isso, a natureza
humana é rebelde contra Deus, pois ela estrutura pensamentos contrários aos
pensamentos de Deus e estabelece uma inversão de valores, colocando-se no lugar
de Deus. O pensamento secular não é soberano nem independente, aliás, ele toma
emprestado de Deus tanto as coisas que observa e não pode entender, quanto o
próprio engenho humano, o qual é a dádiva da graça divina comum a todos os
homens. Somente o pensamento redimido por Jesus, instruído na Palavra da
verdade, pode analisar todas as coisas, descobrir onde a rebeldia humana as
corrompeu. Somente o pensamento cativo ao Senhor poderá reestruturar as
observações seculares e refazer todo o exame e o processo de construção, a fim
de comparar com a teoria do aconselhamento bíblico.
É
importante ressaltar que o aconselhamento bíblico não confunde, não mistura e
não aceita o pensamento secular assim como ele é; antes, descontrói filosofias
e sutilezas de homens que somente podem se acusar ou defender na própria
consciência (2 Co 10:4-5). Essa desconstrução e sequente reconstrução não
pretendem integrar psicologia e aconselhamento bíblico nem separar dois
conhecimentos diferentes. O objetivo dessa análise é examinar o que o pecador
fala sobre o pecado de pecadores, para comparar os resultados com os resultados
da hermenêutica bíblica e da teologia, a fim de confessar os pecados e
deixá-los mediante o arrependimento e a fé no perdão de Deus.
Deus
quer que sejamos sábios da sabedoria divina e humildes conhecedores de nossa
própria estultícia. O aconselhamento bíblico estuda a totalidade do homem à luz
da totalidade da revelação específica de Deus. Para isso é necessária
dependência de Deus para se fazer um estudo mais profundo do que fizeram
aqueles que se declararam independentes do Criador; mais brilhantes sob a luz
da Palavra de Deus do que foram brilhantes os que refletiram as trevas; e mais
destemidos em relação ao compromisso ministerial do aconselhamento do que
aqueles que temendo aos homens, tentam apontar um caminho de redenção, mas o
que só prevalece nessas estruturas de aconselhamento é um vazio enorme entre o
conselheiro e o aconselhado (GOMES, 2012, p.82).
REFERENCIAL TEÓRICO
MACARTHUR,
John; MACK, Wayne. Introdução ao
aconselhamento bíblico: Um guia básico de princípios e práticas de
aconselhamento. São Paulo: Hagnos, 2004.
BABLER,
John; ELLEN, Nicolas. Fundamentos
teológicos do aconselhamento bíblico e suas aplicações práticas. São Paulo:
Nutra, 2017.
GOMES,
Wadislau. Quem cuida de quem cuida?
São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
ADAMS Jay. Teologia do Aconselhamento Cristão: Mais
que redenção. Fortaleza: Peregrino, 2016.
POWLISON, David. Uma nova visão: O aconselhamento e a
condição humana através das lentes da Escritura. São Paulo: Cultura Cristã,
2010.
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