Mike
Mckinley, cita em seu livro "Plantar igrejas é para os fracos" que cresceu em uma megaigreja não denominacional.
Ele disse que a igreja tinha mais de trinta presbíteros e todos eram
profissionais de sucesso (advogados, médicos, diretores de indústria e etc).
Alguns deles eram líderes piedosos, mas um bom número deles, conforme eles
mesmo admitiam, não eram muito instruídos sobre a Bíblia, nem interessados em
cuidar dos membros individuais. Tinham qualidades necessárias para liderar em
seu lugar de trabalho, por isso a igreja supôs que
poderiam liderar a congregação. Isto é um perigo real para a igreja.
Darrin
Patrick em seu livro o "Plantador de Igreja", cita que muitos pastores usam o seu
ministério de pastoreio para se esconder de seus próprios pecados, deficiências
e falhas. Na década de 80 ele descobriu que seu pastor estava envolvendo
sexualmente com várias mulheres da igreja. Quando ele confrontou o pastor na
presença dos outros líderes da igreja, sem hesitar todos disseram que esse
pastor esteve presente toda vez que eles tinham estado no hospital, passado por
alguma necessidade ou quando algum filho deles havia estado doente. Eles
basicamente disseram que, pelo fato de esse pastor “pastoreá-los tão bem”, ignorariam
sua imoralidade sexual. Não só isso, muitos pastores também usam o ministério
pastoral para manipular a igreja, forçando todos a aceitar suas opiniões e
projetos favoritos.
Segue
abaixo as principais qualificações para se tornar um presbítero/pastor conforme
descritos em 1 Timóteo 3:1-7:
1) Irrepreensível – Esta é a
qualidade mais básica e fundamental necessária em um presbítero/pastor. Esse
termo descreve o homem cujo caráter é livre de qualquer mácula séria, que é
respeitado e conhecido por viver uma vida de temor a Deus.
2) Marido de uma
só mulher
– Significa que o casamento do presbítero/pastor é digno de ser imitado. Tanto
solteiros quanto casados veem a maneira como o pastor/presbítero ama e serve
sua mulher como um modelo para a devoção deles à própria mulher ou à futura
mulher. O pastor/presbítero deve ter profunda conexão emocional, social e
sexual com sua esposa. Ter um casamento sadio. A poligamia e o adultério são
proibidos.
3) Equilibrado ou
moderado
– O presbítero/pastor precisa ser um homem capaz de controlar seus desejos e
emoções por meio da submissão ao poder e autoridade do Espírito Santo.
4) Tem domínio
próprio
– O domínio próprio não resulta da força de vontade, mas é fruto do poder de
Deus enquanto andamos no Espírito Santo e por ele conduzidos. O
presbítero/pastor deve ser um homem cuja vida é caracterizada pelo controle do
Espírito Santo.
5) Respeitável – significa que o
presbítero/pastor deve ter sua vida em ordem. Deve saber lidar bem com as
responsabilidades da sua própria vida, pois se sua vida está um caos, ele não
saberá lidar com o peso e a complexidade da igreja.
6) Hospitaleiro – O
presbítero/pastor ama os estranhos. Ele não é dado a panelinhas. A palavra
“hospitaleiro” se refere a maneira como o pastor e sua família recebem as
pessoas que não são da fé. Significa ser amigo dos pecadores, assim como Jesus.
7) Apto para
ensinar –
Ele deve ter aptidão para ensinar. O presbítero/pastor qualificado é capaz de
usar as Escrituras e ajudar as pessoas a entender o que elas significam em seu
contexto original e em sua aplicação contemporânea. Deve ter uma boa teologia
bíblica.
8) Não dado ao
vinho –
Significa que ele não deve ter vícios. O pastor/presbítero deve estar atento no
que ou em quem ele busca alívio, onde está seu escape em momentos de pressão.
9) Amável – A amabilidade
nesse contexto significa ser flexível, ser disposto a ceder quando houver a
possibilidade, ou seja, as coisas não precisam ser sempre do jeito como ele
quer. Deve ter disposição em perdoar e reconciliar.
10) Inimigo de
discórdia –
Um presbítero/pastor não está qualificado para exercer seu ministério quando o
seu aconselhamento pastoral produz mais calor do que luz. Quando a maioria de
suas conversas se transformam em discussões acirradas, tem alguma coisa errada.
11) Não ganancioso
–
O pastor/presbítero não deve amar o dinheiro. Pastores que amam o dinheiro, em
alguma hora esse amor acabará vindo antes do bem da igreja, ou seja, eles
tomarão decisões visando garantir a segurança do seu próprio trabalho e o
aumento do seu salário. Essas decisões provavelmente obstruirão o progresso do
evangelho.
12) Deve governar
bem a própria casa –
O presbítero/pastor deve ser o líder espiritual do seu lar. Os puritanos
costumavam dizer que você não pode pastorear a grande igreja (a sua
congregação) se não consegue pastorear a pequena igreja (a sua família). O
pastor que não consegue ensinar as Escrituras a seus filhos, não conseguirá
ensiná-las à igreja. Se ele não é capaz de responder às questões teológicas de
sua mulher, não conseguirá ser aquele que responde às questões teológicas da
igreja. Este pastor/presbítero exerce uma paternidade amorosas e pastoral
levando seus filhos a obedecerem de uma forma graciosa. Seus filhos devem ser
criados sob uma disciplina que cultiva dentro deles um temor saudável a Deus.
13) Não deve ser
novo na fé –
Aquele que pretende se tornar um pastor ou presbítero deve ter maturidade
espiritual e longevidade na caminhada cristã.
14) Bom testemunho
dos de fora
– O presbítero/pastor exibe integridade no seu local de trabalho em
relacionamento com os não cristãos. É difícil imaginar que um cristão piedoso
deva ter, como testemunhas de sua integridade, incrédulos que estão mais
solícitos em forjar mentiras contra ele, mesmo que não tenham causa para o
caluniar, eles hão de reconhecer quando o pastor é ou não uma boa pessoa.
As
igrejas devem esperar que o Senhor tenha dado os dons de liderança a homens de
diferentes etnias, diferentes níveis de educação e diferentes contextos
socioeconômicos. De fato, em vista da preferência do Senhor por usar os pobres
e os humildes para fazer a sua vontade (1 Sm 6:7; Lc 1:46-49; 1 Co 1:26-29),
devemos esperar que muitos líderes de igreja sejam inexpressivos aos olhos do
mundo.
Devemos
ter certeza de que a única pessoa realmente qualificada para o ministério é
Jesus, porém, estas qualificações nos ajudam a proteger nossa vida, família e a
igreja do fracasso, do pecado e da dor. É Cristo que nos purifica, nos equipa e
nos qualifica para este ministério.
REFERENCIAL
TEÓRICO
MCKINLEY,
Mike. Plantar Igrejas é para os fracos:
Como Deus usa pessoas confusas para plantar igrejas comuns que fazem coisas extraordinárias.
São José dos Campos: Fiel, 2013, p.144.
PRATRICK,
Darrin. O plantador de Igreja: O homem, a
mensagem, a missão. São Paulo: Vida Nova, 2013, p.58-70,116.
Nenhum comentário:
Postar um comentário