
“Eu
sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20:2,3)
Querido leitor, dando
seguimento em nossos estudos sobre os dez mandamentos, este mês estudaremos
sobre o primeiro mandamento. Vimos pela introdução no mês passado que a lei nos foi dada pelo Senhor para nos
ensinar a justiça perfeita, e que nela nenhuma outra justiça nos é ensinada,
senão a que nos manda regrar-nos pela vontade de Deus e conformar-nos a ela
(CALVINO, As Institutas, I, p. 167, 2006). A Lei mesmo depois da queda continua
sendo perfeita regra de justiça (Confissão de Fé de Westminster 19:2). De nada
adianta praticarmos toda a lei e fizermos tudo o que ela ordena aos olhos
humanos se o nosso coração estiver
cheio de ódio, desejo de morte, adultério, cobiças, idolatrias e ardendo por
concupiscência carnal. Ela não foi dada somente para uma honestidade externa,
mas também para justiça interna e espiritual, pois a Lei de Deus é dada a nossa
alma. Aquilo que escondemos dos homens aparece diante de Deus (Mt 5:28).
A finalidade do primeiro
mandamento é mostrar que Deus quer que somente Ele tenha preeminência, ou seja,
que somente Ele seja exaltado entre o seu povo. Não podemos transferir para
outros deuses (falsos) o que lhe pertence. Ídolo é tudo aquilo que o homem ama e
confia de maneira suprema, tornando a sua plena realização dependente dele. No
nosso tempo o homem tem buscado o “prazer imediato”, o prazer tem sido o seu
objeto de vida, pois tem muito mais peso na tomada de decisões do que qualquer
outro princípio, e tem levado a uma forte tendência ao “consumismo e sensualismo”. Consumismo: o homem consome para se
sentir bem, mas como a satisfação é muito rápida ele acaba tendo de consumir
cada vez mais para preencher o vazio que há em seu coração. Sensualismo: envolve
satisfação das sensações físicas e psicológicas do homem: dependência de
cigarros e bebidas; dependência de drogas; dependência de sexo e pornografia; dependência
de entretenimento e lazer. Quando esta busca se torna o principal objeto de
prazer na vida do homem, isso se transforma em um ídolo.
O Senhor se declara o nosso
Deus, Ele nos escolheu para ser seu povo (Lv 26:12; Dt 14:2). E se Ele nos
escolheu para ser seu povo devemos ser santos porque Ele é Santo (Lv 19:2). “O filho honra o pai, e o servo ao seu
senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou o senhor, onde
está o respeito para comigo?” (Ml 1:6).
O povo de Israel foi afligido aproximadamente
cerca de quatrocentos anos no Egito vivendo como escravos (Gn 15:13; Ex 12:40;
At 13:20), e o Senhor foi o seu libertador. Eles deveriam reconhecer que Deus
era o autor da sua liberdade, e por isso, deveriam lhe render honra e
obediência. O Egito representa para nós hoje uma figura do cativeiro espiritual
no qual todos nós estamos presos até que o Senhor nos liberte com sua mão
forte, e nos transfira para o reino da liberdade através de Cristo.
Conclusão: Se o soberano Deus se declara o nosso Deus, por que não
confiar nele todo o nosso coração? A nossa felicidade está em nos comunicarmos
com Ele. Mas, vivendo no pecado, na idolatria, isso jamais será possível. Se o nosso
objetivo nesta vida se resume apenas em uma busca por felicidade e prazer
pessoal, jamais conseguiremos alcançá-las. Jesus não morreu para nos fazer
felizes ou satisfazer nossas necessidades pessoais; Ele morreu para nos libertar,
tornar pecadores santos. O primeiro passo para a felicidade é a santidade.
Quando nos dispomos a viver uma vida de obediência e santidade, também encontramos
a felicidade no Senhor. Pense nisso! No próximo mês estudaremos sobre o segundo
mandamento, a idolatria externa. Até lá!
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