Uma
pessoa que trabalha demais justifica que a sua congregação, que o seu trabalho
e a sua família precisam dele, mas não será o contrário? Talvez ele queira acreditar
que eles precisem mesmo dele. Muitas pessoas estão se sacrificando para
servirem mais a si mesmos do que à sua família, igreja e trabalho. Não conseguem
ver o egoísmo oculto em suas ações. Por consequência ficam doentes e afetam a
saúde de todos a sua volta.
O
“ser bonzinho” e sempre dizer “sim” não são necessariamente o mesmo que amor. Muitas
pessoas confundem “ser bonzinho” e dizer “sim” com o amor. Estas pessoas estão
sempre preocupadas em agradar os outros, têm medo de contrariá-las, e ficam
propensas a serem manipuladas por elas, e isso as levará a destruição.
“Precisamos
amar mais as pessoas e precisar menos delas” (WELCH, 2008, p.225). A palavra “precisar”
aqui significa anseio. A palavra “anseio” significa “querer desesperadamente”. Uma
dependência por anseios psicológicos (valorização, aceitação, respeito, admiração,
amor, sentimento de pertencer, propósito e etc). Alguns desejos podem ser
legítimos, mas quando se tornam uma exigência, automaticamente se tornam um
ídolo no coração da pessoa.
O
autor e psicólogo cristão Larry Crabb muito conhecido do meio cristão na área
de aconselhamento, em seu livro “Compreendendo as pessoas” diz que “Deus anseia
pela restauração do relacionamento com seu povo” e que “Cada um de nós deseja
fervorosamente que alguém nos veja de forma exata como somos, com todos os
nossos defeitos, e ainda nos aceite” (CRABB, 1998, p. 106-127).
Mas
o que há de errado nesse pensamento? Deus não precisava nos amar, pois Ele é
completo, quando dizemos que Deus anseia por relacionar-se conosco, sugere que
Ele é incompleto sem isso, como uma deficiência a ser suprida por nós. Deus nos
ama por causa do seu próprio prazer, por amor a sua glória. Larry Crabb, assim
como muitos conselheiros, seguem uma teoria baseada na necessidade. Para eles o
mais importante é vasculhar os “recônditos da alma” o “inconsciente” para se descobrir
a causa do problema. O problema da pessoa se torna mais importante do que o
pecado. Deixe-me dar um exemplo: se o pastor ou o conselheiro tratar a fofoca
de uma pessoa como pecado, o fofoqueiro pode dizer que o conselho é
superficial, pois ele não entendeu o xis da questão. A pessoa quer que o pastor
ou o conselheiro entenda que o seu problema é que ela precisa de
relacionamento, e sua solidão é o motivo de sua tagarelice, porém descobrir a
causa do problema não muda a atitude de ninguém. Afirmar que o problema da solidão,
ou baixa autoestima seja a raiz real do problema é minimizar a natureza do
pecado contra Deus e incentivar a transferência de culpa.
“Se
pensarmos que o pecado é de alguma maneira superficial, então, não
compreenderemos a verdadeira natureza do pecado” (WELCH, 2008, p.151)
Para
glorificar a Deus nós precisamos de pessoas (Unidade da igreja, como corpo de
Cristo). Precisamos ser ensinados e pastoreados, e precisamos ensinar e
pastorear. Precisamos diariamente do conselho de nossos irmãos e irmãs, e eles
precisam do nosso conselho. Precisamos de pessoas que nos façam perguntas difíceis,
embora algumas vezes iremos desejar que elas nos deixem sozinhos (Rm 1:11-12;
Sl 133:1; Ef 3:10; 4:13). Não fomos criados para viver isolados, mas em
comunhão, e isto é um excelente remédio para o termor de homem.
REFERENCIAL
TEÓRICO
WELCH,
Edward T.; Quando as Pessoas são grandes
e Deus é pequeno: Vencendo a pressão do grupo, a codependência e o Temor do
Homem. São Paulo: Batista Regular do Brasil, 2008.
CRABB,
Larry. Como compreender as pessoas:
Fundamentos Bíblicos e Psicológicos para desenvolver relacionamentos saudáveis.
São Paulo: Vida, 1998.
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