“Quem
teme ao homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro”
(Provérbios 29:25)
(Provérbios 29:25)
Vivemos
em uma cultura onde somos sempre as vítimas. A culpa sempre é do outro. Nossas
ações são de responsabilidade dos outros, não somos seres responsáveis, não nos
importamos em praticar nossos deveres, pois somos seres portadores de direitos.
Somos vítimas dentro de uma cultura de vitimização.
Quando
dizemos que outras pessoas controlam o nosso comportamento, estamos
intensificando nosso temor do homem ao invés do temor do Senhor por vários
motivos. O temor do homem é algo que fazemos naturalmente. O mundo e suas
suposições parcialmente bíblicas agravam a nossa tendência de temer ou
reverenciar os outros.
O
movimento da autoestima contribui muito para o temor do homem. As suposições do
mundo em que vivemos dizem que umas das melhores maneiras de elevar a sua
autoestima é alcançar algum sucesso (que é comparado então ao que os outros
fazem) ou cercar-se de pessoas que o aprovem (o que deixa você dependente da
opinião deles).
A grande maioria
dos brasileiros diz acreditar em Deus. Vivemos em uma época em que há um
renascimento de falar de Deus e linguagem espiritual, mas as conversas estão
separadas do conteúdo bíblico. Cada um define Deus da maneira como convém. As
pessoas estão criando uma versão de um deus que elas podem manipular e
controlar. O temor do homem sempre faz parte de uma tríade que inclui
incredulidade e desobediência (WELCH, 2008, p.43).
Deixamos de
temer a Deus porque temos vergonha de que as pessoas nos vejam como somos
(pecadores), temos medo da rejeição, medo que nos machuquem, pois o mundo quer
que tenhamos medo das pessoas.
O medo da
rejeição tem feito muitas pessoas crer em Jesus de maneira secreta, pois temem
viver para Deus e confessar Jesus como Senhor de suas vidas.
“Contudo, muitos
dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o
confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória
dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12:43)
Muitos líderes
da época de Jesus criam nele secretamente, pois temiam confessar sua fé por
causa das possíveis reações dos fariseus da sinagoga. Eles sentiam que
precisavam do louvor das pessoas. Eles temiam a rejeição mais do que temiam ao
Senhor. Este é o paradoxo da autoestima: baixa autoestima geralmente significa
que eu tenho um conceito muito elevado sobre mim mesmo. Sinto que mereço mais
do que eu tenho. A razão de me sentir mal comigo mesmo é que eu almejo fazer
algo mais. Eu desejo ter alguns minutos de glória. Sou um caipira que quer ser
rei. A baixa autoestima é sinônimo de orgulho, o lado mais escuro, o lado
oculto do orgulho.
É por isso que
muitas pessoas preferem morrer por Jesus a viver para Ele. Muitas pessoas hoje
diriam abertamente que morreriam por Jesus, mas se tomar uma decisão por Jesus
significa que poderemos passar anos ignorados, pobres, criticados ou
rejeitados, então muitas pessoas que se declaram crentes temporariamente
colocariam sua fé na prateleira (WELCH, 2008, p.38).
Não devemos
fazer nada (viver ou morrer) para nós mesmos; tudo deve ser feito para Cristo.
Por exemplo, um suicida morre para si mesmo; nenhum suicida poderia morrer para
Cristo. “O suicídio é a expressão máxima do orgulho na morte” (LIDDON, 1899,
apud ADAMS, 2007, p. 120).
A pessoa que
comete um suicídio comete um ato egoísta exatamente por ter uma exagerada
consideração a respeito de si mesma, isto é possível ser identificado em muitos
bilhetes que estas pessoas deixaram antes de morrer. O que eles querem dizer na
verdade é: “Eu sou boa demais para ser tratado dessa maneira. Não aguentarei
isso por muito tempo”.
“Pois nenhum de nós
vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos,
vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer
vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”
(Romanos 14:7,8 - NVI)
Devemos viver de
tal maneira que, quando houver uma escolha, eu alegremente escolherei servir a
Cristo e aos outros em primeiro lugar. Primeiro é preciso decidir viver para
Cristo, e se for necessário, morrer por Ele.
Havia uma menina
que se destacou em três esportes de uma das melhores faculdades do seu país.
Ela era, capitã dos três times e havia sido escolhida para receber o prêmio de
melhor de atleta feminina da faculdade. Com tanta habilidade e reconhecimento,
ela ainda não se sentia bem consigo mesma porque já estava preocupada com o ano
seguinte. Ela queria ser a melhor atleta, melhor namorada e a melhor aluna,
contou sua melhor amiga. Ela queria até abandonar um de seus esportes para
aliviar seu estresse, mas temia desapontar suas companheiras de equipe. Dizer
“não” para uma amiga estava fora de cogitação. Ela queria agradar a todos e não
conseguia parar. Um dia ela encontrou um jeito de parar. Ela pegou um rifle
calibre 22 e atirou no seu peito (WELCH, 2008, p.48).
Muitos jovens
hoje se envolvem em trabalhos missionários contanto que seja em lugares bem
longe de sua vizinhança, muitos adolescentes prefeririam morrer a serem vistos
por seus amigos andando com o seu grupo de jovens da igreja ou fazendo
trabalhos evangelísticos nas ruas. Ativismo religiosos não significa avivamento
e sequer produz santificação pessoal. A própria pregação do evangelho pode ser
uma fuga e um ídolo de uma pessoa, por não conseguir lidar com seus problemas e
os problemas do outros.
Se você deixou
de falar sobre Jesus por medo de rejeição das pessoas então você teme mais os
homens do que a Deus. Você pensa duas vezes antes de tomar uma decisão por
causa do que as outras pessoas poderiam pensar? Você fica envergonhado
facilmente? Se sua resposta for sim, tenha certeza de que as pessoas e a
opinião que elas têm de você provavelmente tem definido sua personalidade.
Aquilo que mais tememos, é aquilo que vai nos controlar. Ficamos apavorados com
aquilo que os outros podem nos fazer, então cedemos covardemente às suas ordens
corruptas a fim de agradá-los, e deste modo atraímos a ira de Deus (1 Sm
13:8-14; 15:24), (WALTKE, 2011, p. 560).
O medo em si
mesmo não é um mal. Como uma dor que nos adverte da possibilidade de cruzamento
do limite de resistência do nosso corpo, ou a ira que nos adverte sobre uma
injustiça ocorrida ou por acontecer e previne a dor moral, assim também o medo
nos assegura a distância de ameaças à nossa integridade de corpo/alma. O mal
existe quando o medo é paralisante e impede que exerçamos nosso mister de
adoradores de Deus em espírito e em verdade (GOMES, 2017, p. 235).
“Mas
eu, quando estiver com medo, confiarei em ti. Em Deus, cuja palavra eu louvo,
em Deus eu confio, e não temerei. Que poderá fazer-me o simples mortal?”
CONCLUSÃO
Você pode ter
deixado de amar muitas vidas perdidas por temer sua rejeição, ser criticado, e
por causa do temor de homens se calou e serviu a Deus secretamente dentro de
uma instituição religiosa. Afinal, quem é mais importante em sua vida, Deus ou
as pessoas? Qualquer coisa que diminua o temor de Deus irá intensificar o temor
de homem. Enquanto as pessoas forem grandes em seu coração, Deus sempre será
pequeno para você!
“Ensina-me,
SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só
temer o teu nome” (Sl 86:11).
REFERENCIAL TEÓRICO
WELCH, Edward
T.; Quando as
Pessoas são grandes e Deus é pequeno: Vencendo a pressão do grupo, a
codependência e o Temor do Homem. São Paulo: Batista Regular do Brasil, 2008.
GOMES, Wadislau
Martins. Personalidade Centrada em Deus. Brasília: Monergismo, 2017.
WALTKE, Bruce
K.; Comentários do Antigo Testamento:
Provérbios – vol. 02. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.
ADAMS, Jay. Autoestima: Uma
perspectiva bíblica. São Paulo: NUTRA, 2007.
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