Muitos casais
jovens iniciam seus relacionamentos com base na atração física, conexão
emocional, união espiritual e cultural.
Você pode
perguntar: “Mas é errado sentir atração física?”
Claro que não!
Atração física não é errada ou perigosa em si mesma, porém, muitos jovens estão
entrando em relacionamentos sérios e até se casando com base na atração física.
A força da atração física é muito poderosa. Talvez você acredite que ame a
pessoa que você está se relacionamento hoje, mas na verdade não a ama, porque o
que você ama nela é sua beleza física. O que você acredita ser amor é amor
próprio fantasiado de amor verdadeiro. Quer estar com ela não porque a ama, mas
porque ama a si mesmo e quer decorar sua vida com a beleza física dela.
Conexão
emocional é conviver com alguém que entende o que você pensa, as conversas são
divertidas, há pouco estresse e tensão. A conexão emocional é algo muito bom,
mas essa coisa poderosa que você está sentindo pode não ser amor. Talvez possa
ser o amor próprio fantasiado de amor verdadeiro. É muito fácil ser atraído por
uma pessoa fácil de conversar e divertida, e por serem tão parecidas em termos
emocionais, estar com ela não exige muito esforço ou compromisso. Talvez essa
pessoa lhe atraia não porque a ame, mas porque você ama a si mesmo, e estar com
ela é confortável por causa da facilidade do relacionamento.
A união
espiritual é ter ligação com alguém que leva sua fé tão a sério quanto você. É
algo essencial num relacionamento entre dois cristãos. Porém, pode ser algo
muito confortante e atraente, e essa atração poderosa pode não ser amor; pode
ser amor próprio usando a máscara do amor verdadeiro. Uma mulher cristã pode se
casar com um homem simplesmente porque se sente atraída pela “espiritualidade”,
conhecimento bíblico e teológico, apenas para tornar o trabalho da construção
de um relacionamento muito menos difícil. Assim como um homem pode ser atraído
por uma mulher porque gosta do modo como ela o admira como seu mentor
teológico.
Sobre a questão
cultural, temos definições divergentes sobre educação, política, economia,
religião, música, o que é de bom gosto ou não e etc,. Talvez se sinta atraído
pelo seu namorado ou cônjuge não porque o ama, mas porque ama a si mesmo, e
fica maravilhado pelo fato dele concordar com você em muitas coisas e para
poder dar continuidade cultural do seu modo de ver e viver a vida. Essa pessoa
o atrai porque acredita que você está certo em relação a vida tanto quanto você
acredita nisso, e para você isto é muito atraente. Esse é o amor próprio
fantasiado de amor verdadeiro.
A atração
egoísta é o oposto do amor exatamente em sua essência. O amor é medido por
aquilo que estou disposto a dar. A atração é aquilo que sonhamos para nós
mesmos, e somos atraídos por pessoas que satisfazem nossos desejos, pois
estamos preocupados mais com o que diz respeito a nós mesmos. Olhamos
para o cônjuge como um meio de conseguir o que queremos. Somos atraídos por
pessoas que satisfazem nosso ego. Isso se chama atração egoísta, ou seja, na
superfície pode parecer maravilhoso, mas um casal pode estar atraído um pelo
outro por motivos egoístas, e quando os problemas aparecem o sonho egoísta
morre, e aí entra a oportunidade de um verdadeiro amor começar a crescer.
Talvez tenha se
envolvido com alguém não porque a ama, mas porque ama a si mesmo. Sentiu-se
atraído por essa pessoa porque ela é tudo aquilo que sempre quis para sua vida.
A atração que você sente pelo seu namorado ou cônjuge tem mais a ver com que
você quer para si mesmo. O fundamento deste relacionamento é de autointeresse e
amor próprio.
Não existe
casamento bom que não seja movido pelo amor, e não existe amor que não exija
sacrifício pessoal (Paulo Tripp).
Será que tenho
amado meu cônjuge no sentido pleno da palavra? Se não, preciso confessar isso,
ter humildade para reconhecer o pecado do egoísmo e vivenciar um início de um
novo casamento num novo e melhor caminho.
Um casamento de
amor, de união e de compreensão não tem suas raízes no romance; mas é enraizado
na adoração. Adoração sempre diz respeito a identidade antes que tenha a ver
com alguma atividade. Nós somos adoradores, portanto, tudo que pensamos,
desejamos, decidimos, fazemos ou dizemos é moldado pela nossa adoração (Rm
1:19-25). Tudo que fazemos tem um motivo, esse motivo é a adoração. Se a Bíblia
diz que somos adoradores, significa que vivemos em função de algo. Ser um
adorador significa vincular a sua identidade, seu sentido, seu propósito e sua
noção de felicidade a algo. Ou você adora a Deus ou adora a si mesmo e aquilo
que Deus criou.
Apenas mediante
a adoração a Deus em nossos casamentos que podemos encontrar uma razão para
continuar. Não adianta exigir mudanças na vida do cônjuge, se primeiro não
acertarmos nosso relacionamento vertical (com Deus) para depois consertar o
horizontal (com o próximo).
Referencial teórico:
(TRIPP, Paul D. O que você esperava? Expectativas
fictícias e a realidade do casamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2011,
p.26-32,162-164).
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