
No período
antigo, até a época de Agostinho (século 5º) a igreja primitiva ainda não tinha
definido claramente alguns elementos de sua soteriologia, isto é, da doutrina
da salvação, principalmente a relação entre graça e livre-arbítrio. Para
Agostinho, assim como é vista pela Teologia Reformada, todos nascem em pecado,
não possuindo “livre-arbítrio” e que somente pela graça de Deus e pelo arrependimento
é que a pessoa pode ser salva. A Igreja Católica aceitou apenas alguns
aspectos dos ensinamentos teológicos de Agostinho e rejeitou outros.
A igreja
Católica Romana afirma ser a mesma igreja que surgiu no período apostólico,
retratada no Novo Testamento, porém na história vemos que ao longo dos séculos,
ela adquiriu feições que a distinguiram fortemente da igreja primitiva. Um
dos principais motivos é o papado, pois não é uma instituição de origem divina.
As Escrituras não apontam este ofício como uma ordenança de Cristo à sua
igreja. Mateus 16:18 está muito longe de ser o que eles interpretam ser, onde
Jesus declara Pedro como chefe universal da igreja, aliás está declaração lhe
tira a preeminência como o cabeça da igreja (Cl 1:18). Se assim fosse, Pedro
também seria a mesma pedra de tropeço para a igreja conforme Jesus declara para
ele em Mt 16:23. Os historiadores não encontram uma base absolutamente segura
para afirmar que Pedro sequer tenha estado em Roma, quanto mais admitir que ele
tenha sido o primeiro bispo daquela igreja.
No período
medieval em meados do século 5º é que a palavra papa (gregra: papas ou latim
papa) começou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma
levando o reconhecimento da autoridade suprema sobre a igreja ocidental. Também
temos que reconhecer que estes bispos prestaram muitos serviços relevantes para
a igreja e a sociedade, homens de grande piedade e integridade moral.
A Reforma
Protestante no século 16 não foi um protesto contra o catolicismo, nem uma
revolução, a reforma protestante foi uma tentativa de RESGATAR a histórica Fé
Cristã Apostólica. O teólogo reformado R.C. Sproul afirma que a Teologia
Reformada é Católica (não a Romana), Evangélica e Reformada. Temos uma Fé
Católica. Todos os que são evangélicos no sentido histórico, são católicos,
porém nem todos os que são católicos são evangélicos, mas todos que são
evangélicos compartilham a doutrina comum da Igreja Universal. Nem todos os
evangélicos são reformados, mas todos os reformados, no sentido histórico são
também evangélicos. O termo “evangélico” foi usado pelos reformadores da época
porque eles criam na doutrina da justificação pela Fé somente, recuperando o
evangelho do Novo Testamento. O Cristão reformado abraça os credos distintivamente
reformados da história como a Confissão de Fé de Westminster, por exemplo,
adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. As confissões e credos não são
infalíveis como as Escrituras, porém, nos ajudam a fazer uma exposição bíblica
dirigida pelo Espírito. A Fé reformada é evangélica e católica.
Por que a igreja
precisa estar “Semper Roformanda”? (Sempre se Reformando)
Veja a definição
de R.C Sproul:
“A Reforma foi
simplesmente um compromisso com a verdade bíblica, e enquanto houver desvios de
verdade bíblica, temos que estar envolvidos na tarefa de reforma.
Contrariamente à opinião popular, “semper reformanda” não significa evoluir com
os tempos. Significa usar a Bíblia para continuamente corrigir erros teológicos
que os outros fazem”.
Hoje muitas igrejas
evangélicas, inclusive as de origem histórica, estão se desviando das verdades
bíblicas e ensinando heresias em seus púlpitos. E quando começam a se desviar
das verdades bíblicas dificilmente aceitarão de boa vontade passarem por uma
reforma. A partir daí começam a cultuar falsos deuses, imagens esculpidas,
dinheiro (Mamon) e o próprio homem, pois muitos cultos hoje são voltados para o
homem, para a “família” e não mais para o seu Criador.