“Não há obra,
por mais humilde e humilhante que seja, que não brilhe diante de Deus e que não
lhe seja preciosa, contanto que a realizemos no serviço e cumprimento da nossa
vocação” (João Calvino; As Institutas. Vol. IV, p.225).
“A Escritura usa
esta palavra VOCAÇÃO para mostrar que uma forma de viver não pode ser boa nem
aprovada, a não ser que Deus seja o seu autor. E esta palavra VOCAÇÃO também
quer dizer ‘chamado’; e este ‘chamado’ implica que Deus faça sinal com o dedo e
diga a cada um: quero que vivas assim ou assim” (O Pensamento Econômico e
Social de João Calvino, p.492).
Deus usa muitas
pessoas com diferentes dons e aptidões para realizar sua obra neste mundo. Cada
pessoa é importante e cada tarefa é relevante. Quando Neemias voltou para
Jerusalém para reconstruir a cidade que havia sido destruída pelos babilônios
como disciplina de Deus sobre seu povo, sabia que a nação de Israel não poderia
ser forte a menos que o povo se dispusesse a fazer certos sacrifícios. A cidade
estava com poucas pessoas e ainda não havia sido totalmente edificada (Ne 7:4).
Jerusalém precisava de pessoas para protegê-la e edificá-la. É possível que a
maioria das pessoas se sentissem mais seguras vivendo em vilarejos afastados
por não apresentar ameaça alguma a sociedade gentia, por isso preferiram não
correr o risco de se mudar para lá. Não fazia sentido reconstruir uma cidade
sem planejar viver nela, por isso Neemias convocou pessoas para irem morar em
Jerusalém. De cada dez pessoas, uma deveria mudar para Jerusalém, mas algumas
pessoas apresentaram-se como voluntários, e esses foram benditos pelo povo (Ne
11:1,2).
Neemias
demonstrou apreciação por estas pessoas que ajudaram no trabalho. O texto diz
que eram homem valentes, guerreiros corajosos (Ne 11:6,14). Estas pessoas
escolheram permanecer como o povo de Deus, ainda que talvez pudessem viver com
mais segurança e conforto em algum outro lugar.
Débora, a profetisa,
louvou a Deus pelos voluntários que se dispuseram a lutar arriscando suas vidas
(Jz 5:2,9). Seis tribos uniram-se para enviar voluntários: Naftali, Zebulom,
Issacar, Benjamim, Efraim e a parte ocidental de Manassés (Maquir) (Jz
5:12-18). Estes homens não estavam brincando de soldado, pelo contrário, eram
guerreiros valentes que levavam a sério os combates do Senhor. Houve quatro
tribos que não se ofereceram para lutar e para fazer sua parte nessa guerra. A
tribo de Rúben ficou em casa, a parte oriental de Manassés (Gileade) estava bem
segura do outro lado do rio do Jordão e não foi guerrear (Jz 5:17). Dã e Aser,
perto do litoral, também decidiram não responder ao chamado para lutar. Ao
contrário desses irresponsáveis e covardes, as tribos de Zebulom e de Naftali
receberam louvores por seus homens terem arriscado a vida a serviço do Senhor e
de sua pátria (Jz 5:18).
O povo de Deus
hoje não é muito diferente do povo de Israel daquele tempo. Enquanto muitos
arriscam suas vidas como voluntários, cumprindo sua vocação e seu chamado,
outros ficam em seu canto, como se nunca houvessem sido chamados. Alguns
refletem seriamente, mas dizem não. Bendito são aqueles que se oferecem
voluntariamente e seguem ao Senhor, pois o voluntário sabe qual é sua vocação
em Deus.
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