O arrependimento é um dos temas
mais importantes da Bíblia! E como vimos nos estudos anteriores, esta mensagem
tem sido esquecida. No evangelho de Lucas 13:1-5 vemos os judeus questionando
Jesus sobre duas tragédias ocorridas na região: a primeira era sobre morte de
alguns galileus que foram executados por Pôncio Pilatos e a segunda refere-se a
dezoito pessoas que foram mortas devido ao desabamento da torre de Siloé. A
pergunta é: “aquelas pessoas eram mais
pecadoras do que as outras?”, Jesus disse que não, e ainda acrescentou, que
se eles não se arrependessem todos igualmente iriam perecer.
Ninguém está isento de pecado
(1 Jo 1:10) e é mais fácil falarmos sobre o pecado do outro do que encarar os
próprios pecados. Por isso é preciso estar preparado!
O COMÉRCIO DO PERDÃO: Na idade média precisamente no século VI
houve um período muito conhecido como o “comércio do perdão”. Alberto de
Brandenburgo promoveu uma venda especial de indulgências, para financiar boa
parte da construção da Catedral de São Pedro, em Roma. O Papa escrevia um
“Perdão” que era entregue as pessoas que colocavam seus nomes ali, mediante
pagamento, e recebiam o perdão. A mensagem do arrependimento foi esquecida
neste período devido a Igreja Católica Romana ter criado coisas como confissão
auricular, onde as pessoas confessavam ao padre seus pecados e em troca elas
deveriam fazer penitencias. Outro ensinamento que a igreja aplicava na idade
média foi a “Extrema Unção” na morte, na hora da morte de uma pessoa ela teria
o direito da “extrema unção” e um ministro sacerdotal teria o poder de perdoar
seus pecados para que ela não fosse para o inferno, e sim, para o purgatório,
onde ela teria em seguida a oportunidade de subir ao céu. Infelizmente estes
ensinamentos diminuem a necessidade do arrependimento agora no presente, pois
dá-se uma idéia de garantia e que na hora da morte esta oportunidade será
concedida por um homem. Em reação a estes ensinamentos é que surgiu Martinho
Lutero contra esse comércio do perdão com suas Noventa e Cinco Teses. Hoje
muitas igrejas de denominações “evangélicas” estão agindo de forma semelhante, pois
prometem benefícios pessoais, prosperidade e felicidade condicionada à entrega
de contribuições, dando-se a entender que as bênçãos serão proporcionais a
generosidade do ofertante.
SEM ARREPENDIMENTO NÃO HÁ COMUNHÃO: Deus, quando criou o homem
estabeleceu uma ligação especial com ele, onde existia uma comunhão amorosa,
exercida no andar com Deus diariamente, conversando com intimidade e
expressando amor, honra, devoção e louvor. Essa comunhão foi quebrada com a queda
do homem, devido o homem não ter honrado a Deus em não comer de uma única
árvore (árvore do conhecimento do bem e do mal – Gn 2.9,16-17), esse vínculo de
amor foi cortado. Porém Deus não deixou o homem desamparado, ali mesmo ele
anunciou o que chamamos de “Protoevangelho” a mensagem de um pacto gracioso que
iria trazer a sua criação à salvação usando de sua graça para com o homem
caído. Na plenitude do tempo Deus enviou seu filho para nos resgatar para que
pudéssemos receber a adoção de filhos (Gálatas 4:4-5). Um certo teólogo de outra época disse:
"Todos nós nascemos de costas para Deus. O arrependimento é uma mudança de
trajetória. É uma volta de cento e oitenta graus." Pecado é afastar-se de
Deus. Como alguém disse, é aversão a Deus e conversão para o mundo; enquanto
que o verdadeiro arrependimento significa conversão a Deus e aversão ao mundo
(D.L. Woody).
Deus procura frutos, a parábola da
figueira estéril (Lc 13:6-9) nos ensina que existem muitas vidas que estão
ocupando a terra inutilmente, em algum momento ela poderá ser cortada. A hora
de arrepender-se é agora, e Deus não aceitará substitutos.
“Estou
só ocupando espaço neste mundo ou produzindo frutos para a glória de Deus?”
(Wiersbe).
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