Boa
parte do tempo, cada um de nós participa, ainda que involuntariamente, de
dinâmicas e sistemas tóxicos de relacionamento.
Vemos poder que explora, engana, manipula, coage e abusa. Vemos personalidades políticas que competem na arena das redes sociais em tempos em que se tornou uma modalidade esportiva fazer comentários mordazes sobre o caráter de um adversário.
Vemos a igreja ser atormentada por relatos de abuso e acobertamento. Pastores envolvidos em diversos casos de adultério, líderes que maltratam membros, líderes institucionais que se escondem atrás de sua eloquência para acobertarem histórias de abusos sexual e emocional etc.
A graça nunca acoberta abusos. A graça desmascara o abusador. Se você está sob a liderança de alguém que se apropria de uma teologia da graça para manipular e esconder a verdade, tome cuidado.
A esperança é que temos o exemplo de Cristo. Ele se esvaziou, e “embora sendo Deus, não considerou ser igual a Deus” (Fp 2:6-8). Quando os reinos do mundo lhe foram oferecidos, ele os rejeitou (Mt 4:1-11).
Cristo entrou, sofreu e foi crucificados nas águas do narcisismo. No entanto, ele se elevou acima delas para redimir sua igreja e restaurar todo o universo.
Não somos imunes a demonstrar grandiosidade na internet, explorar as fraquezas do próximo, manipular, fugir e esconder nossa identidade. Somos convidados a remover as máscaras que nos protegem e nos humilhar como no exemplo de Cristo.
O caminho de Cristo nos oferece a dádiva de sentir ira contra o pecado sem ser escravizado por ela, de sermos honestos de condenar a violência e o abuso sem recorrer a ela, de nos apegarmos a esperança sem torná-la trivial.
REFERENCIAL TEÓRICO
DEGROAT,
Chuck. Quando o narcisismo invade a igreja:
cura para comunidades que sofreram abuso espiritual e emocional. São Paulo:
Mundo Cristão, 2024.