“Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal” (Ec 8:11)
Em
1972, o juiz da suprema corte americana William O. Douglas aumentou bastante os
direitos dos malandros e vagabundos perambularem pelo país como “ociosos e mendigos”.
A suprema Corte sugeriu que os culpados eram os “rígidos moralistas” de classe
média.
Segundo
ele, os vagabundos eram uma classe perseguida e a sociedade civilizada a
culpada. Ele não apoiava a ordem pública, e suas decisões tiverem um efeito
dominó em tribunais inferiores sobrepondo às leis municipais e estaduais que
davam a polícia autoridade para conter a desordem.
Como resultado, os cidadãos obedientes à lei começaram a mudar-se das cidades, enquanto os transgressores da lei transferiam-se a elas. A demorada justiça faz atrair o mal. Conforme disse Ruy Barbosa:
De tanto ver
triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o
homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de
ser honesto.
No
início dos anos 1980, os cientistas sociais George Kelling e James Q. Wilson,
desenvolveram a teoria da “janela quebrada”. Eles descobriram que se um prédio
ficar com uma janela quebrada sem ser trocada, logo outras estarão quebradas. A
demora em arrumar passa a mensagem de que ninguém se importa.
Uma
cidade que permite a desordem pública (pichação, lixo espalhado, roubo,
vadiagem, drogas) afasta cidadãos de bem e atrai criminosos. Em seu clássico “A
Cidade de Deus”, Agostinho ensinou que a paz (shalom) é “a tranquilidade
produzida pela ordem”. Segundo ele, uma comunidade política somente pode
desfrutar paz e harmonia seguindo a ordem moral.
O
modo mais eficaz de prevenir os maiores crimes é corrigindo os menores. Restabelecer
a ordem moral realmente cria “a tranquilidade da ordem”, pois deriva em última
instância da cosmovisão cristã. Nos anos de 1990 a cidade de Nova Iorque era terrível
em todos os rankings de criminalidade, e passou por uma transformação impressionante.
Estudos
mostram uma conexão direta entre a influência da fé cristã e a redução do
crime. A criminalidade é maior em vizinhanças com mais bares e lojas de bebidas
alcoólicas, e menor em áreas com mais igrejas.
Infelizmente
o Brasil está constituindo uma suprema Corte que possui laços com o atual governo
federal de esquerda que apoia a ideologia de gênero, aborto, drogas, soltura de
bandidos e redução da força policial. Que tipo de sociedade teremos? Que tipo
de pessoas e líderes estaremos atraindo para cá?
Deus está no controle de tudo e da suposta injustiça da situação em que estamos vivendo. A justiça de Deus nem sempre se manifesta imediatamente. A injustiça parece prevalecer por pouco tempo (Sl 37 e 73). Lembremos de que a justiça de Deus triunfa ao mesmo tempo que sua compaixão e misericórdia. A verdade e a justiça triunfarão, pois Deus leva a maldade a sério.
REFERENCIAL
TEÓRICO
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD, 2000, 425-438.
NETO, Emílio Garofalo. Isto é filtro solar: Eclesiastes e a vida debaixo do sol. Brasília: Monergismo, 2020, p.338.