terça-feira, 11 de agosto de 2020

A Doutrina da Oração

A oração é uma das disciplinas mais difíceis. A presente geração tem crescido alheia a oração. Deixamos de levar nossos problemas a Deus em oração por acreditar em nossa própria autossuficiência. Sem oração não há comunhão com Deus. O cristão não deve confiar no ato da oração, mas confiar no Deus a quem ele ora. Não existe oração poderosa, pois todas são fracas, poderoso é o Deus que ouve as orações.

 Como a oração deve ser feita (elementos da oração)?

 

1.     Com pedidos gerais e específicos (At 16:13,16; Ef 1:16; Tg 5:13-15) 

2.      Com ações de graças (Fp 4:6; Cl 4:2) 

3.      Com fervor (Sl 141:2; Rm 12:11; Ap 3:15-16; At 18:24,25; Ap 5:8) 

4.      Com senso de necessidade (Mt 6:8) 

5.   Com espírito de humildade (Hb 5:7) – Nunca devemos orar com espírito amargo, vingativo e ofensivo 

6.      Com confissão (Pv 28:13; Sl 51; Ed 9; Dn 9; 1Jo 1:9) 

7.      Com adoração (Sl 103:20-22) – Adoração é louvar a Deus pelo o que Ele é.

 

A ação sem oração implica presunção (soberba, orgulho), e a oração sem ação é irresponsabilidade. Há situações que Deus agirá sem esforço humano (At 12:1-16).

Sete razões comuns pelas quais Deus não ouve e não responde a oração:

 

1.      Deus não ouve oração hipócrita (Sl 66:18). Quando meus lábios declaram algo diferente do meu interior (coração), minha oração é hipócrita. O hipócrita é alguém que diz uma coisa, mas internamente deseja algo totalmente oposto. Por exemplo, o princípio da obediência a Palavra de Deus não requer seguir os sentimentos do coração para obedecê-lo, ou seja, eu obedeço quer sinta vontade ou não, porém, se a atitude de motivação do meu coração em pedir perdão for para esconder minha sujeira propondo uma reconciliação superficial, se o abandono da ira for motivada pelo medo da retaliação, e a confissão de um erro for motivada para fugir da disciplina,  eu estarei agindo com hipocrisia e covardia moral, pois minha mudança visou somente o comportamento, e não o coração.

2.      Deus não ouve oração dos incrédulos (Tg 1:5-8; Mt 21:22). Oração envolve fé. Pedir algo a Deus, e ao mesmo tempo duvidar Dele, é incredulidade, não pense que receberá alguma coisa do Senhor homem de ânimo dobre (inconstante).

3.      Deus não ouve a oração de uma pessoa ressentida (Mc 11:23-25). Amargura, ressentimento, maus sentimentos certamente se constituem um obstáculo ao trono da graça. O perdão não deve ser concedido ao que não o busca com o coração quebrantado, sem confessar seu erro (Lc 17:3), porém, não podemos continuar mantendo o sentimento de mágoa no coração. Diante de Deus, em oração, devemos perdoar o nosso ofensor. O perdão deve ser uma disposição incondicional em nosso coração no tratamento com os outros (Mc 11:25; Lc 23:34), porém, o perdão decidido e concedido aos nossos relacionamentos deve ser condicional a confissão e arrependimento (At 2:38; Lc 17:3-4). 

4.      Deus não ouve oração farisaica (Mt 6:5,6; Lc 18:9-14). Os fariseus oravam para impressionar os homens. Suas orações expressam seus atos de autojustiça pelos quais ele desejava impressionar a Deus por meio do seu viver meritório.

5.      Deus não ouve a oração egocêntrica (Tg 4:3). Embora não seja errado pedir coisas das quais necessitamos, não devemos orar com motivações erradas, simplesmente visando satisfação própria, mas sempre submeter nossos desejos a vontade de Deus. “Seja feita a tua vontade” (Mt 6:10). Modelo de oração: “Senhor, trago diante de ti minhas súplicas, e sei tão pouco. Talvez eu não esteja pedindo o que é melhor, por isso, por favor, cancela ou modifica o que te peço, de acordo com o que vês ser adequado, e faze-me satisfeito com o resultado”. Quando nos alegramos com as respostas negativas a oração, não se trata de uma tendência masoquista, mas do amor – o desejo de ver Deus ser glorificado.

6.      Deus não ouve oração feita em desacordo com sua Palavra (Jo 15:7). Somente aqueles que permanecem em Cristo tem essa segurança da resposta a oração. A oração deve estar em harmonia com a Palavra de Deus. A oração não bíblica é aquela contrária ao exemplo das Escrituras. Por exemplo, existem pessoas que oram para Deus tirar seu vício do cigarro, sem esforço da sua parte. Essas pessoas pensam que orar é tudo o que Deus exige que elas façam e mais nada. Esse tipo de visão só produz falsa esperança, porque Deus jamais prometeu que alcançaríamos o alvo da piedade divina sem um esforço pessoal tenaz (1Tm 4:7b). Precisamos de força divina para vencer (Jo 15:5). Em Mateus 6:11, Jesus disse que deveríamos orar: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, mas em 2 Tessalonicenses 3:10 Paulo diz: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma”. Esses dois mandamentos não são contraditórios, pois enquanto devemos orar a Deus para que Ele nos supra com aquilo que necessitamos para o viver, não devemos esperar que isso caia do céu. Até a esperança que colocamos na oração pode se tornar falsa, se esperarmos que ela, por si só, tudo resolva. Precisamos trabalhar e nos envolver no processo de santificação com a força que Deus dá. 

7.      Deus não ouve a oração autocrentrada (Jo 14:13,14; 16:24,26). A oração deve ser feita em nome de Cristo.  Devemos pedir em nome de Jesus por causa de quem Cristo é e do que ele tem feito, e para honra e bem de Cristo.

 

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 ADAMS, Jay E. Teologia do Aconselhamento Cristão: Mais que redenção. Eusébio: Peregrino, 2016, p.103-128

MACARTHUR, John; MACK, Wayne. Introdução ao Aconselhamento Bíblico: Um Guia Básico de Princípios e práticas do Aconselhamento. São Paulo: Hagnos, 2004, p.222,274.

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