No
livro, O Peregrino de John Bunyan, em determinado momento da história, logo
após Cristão e Esperança caminharem e se deleitaram as margens do rio da água
da vida, onde tinham água fresca, frutas e folhas medicinais, o caminho que
estavam trilhando se separava do rio, ficando mais difícil, seus pés estavam
ficando doloridos no caminho acidentado. Em seu coração eles começavam a
desejar outro caminho mais fácil. Então, Cristão toma decisão de caminhar em
uma via paralela, onde o terreno era mais suave, chamado de Atalho. Olhando a frente
eles avistaram um homem caminhando chamado Vã Esperança, e começaram a
segui-lo. Logo encontraram problemas. Quando anoiteceu, com uma violenta tempestade
a água começou a subir rapidamente no caminho. Esperança gemeu em seu íntimo
dizendo: “Ah! Se eu tivesse permanecido no caminho!”. (Então ponderei que é
mais fácil sair do caminho quando se está nele do que nele entrar quando se
está fora). Ao se deitarem para dormir Cristão e Esperança discutem seus
problemas e dormem cansados. De manhã, o gigante Desespero, proprietário das
terras onde eles invadiram, encontra os dois amigos e os acorda para perguntar
o que eles estão fazendo ali. Os dois companheiros respondem que estão em uma
jornada, mas se desviaram do caminho. O gigante Desespero declara que eles
cometeram uma ofensa contra ele ao entrarem em sua propriedade e exige que eles
o sigam até sua casa, o Castelo da Dúvida. Lá eles foram trancados em um
calabouço muito sombrio, sem comida e mal cheiroso. O gigante Desespero tinha
uma mulher chamada Coação. Ela insiste para que seu marido Desespero aconselhe
os prisioneiros a se matarem, pois não havia mais esperança para eles. Com isso
Cristão diz a Esperança: “Irmão, o que faremos? A vida que desfrutamos no
momento é horrível. De minha parte, não sei se é melhor viver ou morrer logo!
A minha alma prefere o estrangulamento à vida (Jó 7:15), e a sepultura é para
mim mais fácil de suportar do que este calabouço".
Neste
momento Cristão entrou em desespero por ter sido coagido, e perdeu a esperança
de viver focando seus olhos apenas nas circunstâncias, ao
invés de focar em Deus. Como crentes nós também enfrentamos esse perigo se não
buscarmos a alimentarmos a esperança em nossas vidas (Sl 38:10-15). Na
história, Cristão e Esperança não ficaram para sempre no calabouço do Castelo
da Dúvida, nem cometeram suicídio. Eles saíram de lá. O autor do livro, John
Bunyan, indica três fatores que Deus usou para tirar Cristão de seu desespero (Rm 12:12).
O
primeiro fator é que, no calabouço do Castelo da Dúvida, Esperança começou a
aconselhar seu amigo Cristão a suportar com paciência aquele momento difícil, lembrando
seu amigo das lutas e dificuldades que ele havia vencido no passado.
O
segundo, é que Cristão e Esperança começaram a orar. Eles se voltaram para Deus
em busca de socorro em vez de ficar remoendo suas circunstâncias (Sl 34:6;
50:15; 55:22).
O
terceiro, é que após orar a noite inteira, Cristão lembrou-se de que tinha pendurado
no peito uma chave chamada Promessa. Na mesma hora suspeitou que a chave lhe
daria liberdade para andar e abriria qualquer fechadura do castelo. Ao
constatar que a chave abriu facilmente o portão do calabouço, ele a usou novamente
na próxima porta, ainda que tivesse sido um pouco mais difícil do que a
anterior, mas todas se abriram quando a chave foi usada com determinação. Finalmente,
eles chegaram à porta de ferro, esta porta estava com o ferrolho completamente
enferrujado, mas a chave abriu também.
Muitas
vezes, meditamos e cremos nas promessas de Deus em tempos difíceis, porém,
basta chegarmos a uma nova porta mais difícil de abrir para sentirmos como se
estivéssemos presos, dizendo que as promessas de Deus falharam. É neste momento
que muitas pessoas desistem e procuram ajuda na sabedoria humana, psicologia
secular, nos vícios, e etc. O Espírito Santo de Deus usa suas promessas para manter
viva nossa esperança, mas elas só podem ser trazidas a mente se estiverem em
nosso coração, em outras palavras, temos o poder e responsabilidade de colocar
a chave da Promessa no peito (coração), sendo fiéis em meditar nas promessas de
Deus e memoriza-las, estando sempre prontas para serem usadas quando os problemas
surgirem.
(1Ts 4:13; 1Tm 1:1; 1Pe 1:3; 2Ts 2:16; 2Co
3:13; 1Pe 3:16; Gl 5:5; Rm 5:3-5; 2Co 1:7; 1 Jo 3:3; Rm 12:12; Rm 15:13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário