Se
não fosse pela Bíblia nós não poderíamos ter um relacionamento pessoal e íntimo
com Deus por meio de Jesus Cristo, ou seja, se não fosse pela revelação escrita
de Deus para o homem, nós não poderíamos saber o suficiente para nos tornarmos
cristãos. À medida que Deus se revela a você pela Bíblia (e você entende essa
revelação), você pode desenvolver um relacionamento íntimo com Ele. E, à medida
que Ele não se revela pela Bíblia (ou à medida que você não entende essa
revelação), você não pode ter um relacionamento com ele.
É
nesse sentido, em um relacionamento de companheirismo (Pv 2:17; Ml 2:14) entre
duas pessoas que a revelação é um pré-requisito para um relacionamento íntimo.
À medida que duas pessoas se revelarem uma à outra, também terão o mesmo grau
de proximidade no relacionamento uma com a outra; à medida que duas pessoa não
se revelarem uma à outra, elas também não conseguirão, na mesma medida, ter um
relacionamento íntimo uma com a outra (PRIOLO, 2011, p.22).
O
casamento é o mais íntimo dos relacionamentos interpessoais, pois, marido e
mulher experimentam ali uma intimidade de “uma só carne” (Gn 2:24; Mt 19:5) que
Deus planejou. No casamento eles devem revelar-se um ao outro mais do que para
as outras pessoas. Em todo e em qualquer nível (físico, intelectual, emocional,
etc.) eles devem estar “nus, e não sentir vergonha” (Gn 2:25), porém, por causa
do pecado, maridos e esposas estão envergonhados e com medo de se revelarem um
ao outro.
Marido,
até que ponto você se revela a sua esposa? Você está envergonhado e com medo de
se revelar?
Existem
muitos obstáculos para à revelação, e quero citar as principais:
- Medo
- Egoísmo
- Orgulho
- Preguiça
- Ignorância
O
medo, talvez seja o maior empecilho à revelação (Gn 3:7-10). Adão e Eva depois
que comeram do fruto proibido, ficaram apavorados de medo e se esconderam de
Deus quando reconheceram sua própria nudez. Maridos e esposas muitas vezes se
apavoram de medo e escondem a sua verdadeira natureza um do outro quando
reconhecem a pecaminosidade de seus próprios corações. Maridos e esposas
cristãos (que são uma só carne) não devem sentir vergonha de expor seus pecados
um ao outro, ao contrário, eles devem pressupor que irão pecar (1 Jo 2:1), e
sentir liberdade para revelar um ao outro suas batalhas com o pecado que neles
habita, na esperança de encontrar ajuda para superá-los (PRIOLO, 2011,
p.22-23).
O
egoísmo tem relação com o medo. Pessoas egoístas tendem a ser medrosas. De
acordo com a Bíblia, o oposto do medo é o amor. O amor também é o antídoto para
o medo (1 Jo 4:18). Porém o amor também é o oposto do pecado do egoísmo. O amor
“não procura seus interesses” (1 Co 13:5). Marido, você é egoísta quando
permite que o medo de ser rejeitado por sua esposa o impede de amá-la, não
revelando a sua esposa o que é biblicamente necessário para ela saber sobre
você? Quando você deixa de se revelar para
sua esposa com medo de rejeição, você está sendo egoísta, pois está mais
preocupado com o quanto aquela revelação poderá prejudicá-lo, ao invés de se
preocupar com o quanto poderia ajudar a sua esposa. Agindo dessa forma, você
não está amando a Deus e sua esposa (próximo), quebrando o primeiro e o segundo
mandamento (de amar a Deus e de amar ao próximo – Mt 22:35-40).
O
pecado do orgulho traz o julgamento severo de Deus, pois ele o deixa cego para
os outros pecados em sua vida e o impede de arrepender-se deles. Lou Priolo diz
que o orgulho é a “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida” (AIDS) da alma. Quando
uma pessoa morre como resultado de ter contraído a AIDS, ela não morre da AIDS
na verdade. Morre, no entanto, de uma doença oportunista relacionada à AIDS
(pneumonia, tuberculose, meningite, etc.). Assim como a catarata, o vírus da
AIDS cega os olhos do sistema imunológico de ver e por consequência não destrói
aqueles vírus e bactérias mortais que o matarão no final de tudo (PRIOLO, 2011,
p.25).
Da
mesma maneira, o orgulho cega a pessoa de ver todos os seus pecados que estão
guardados no coração. Ele leva a pessoa a odiar a correção e a repreensão. O
orgulho esconde o pecado da pessoa, e ainda o impede de arrepender-se dele. Ele
também engana, levando a pessoa a pensar que está espiritualmente bem, quando
de fato, está com um câncer terminal.
Antes
da queda, Adão e Eva estavam “nus” e “não sentiam vergonha” (Gn 2:25). O fato
deste casal não sentir vergonha tem a ver primeiramente com a transparência,
honestidade e franqueza total que eles desfrutavam antes de cobrirem seus
pecados motivados pelo orgulho. Portanto, podemos dizer que o que impede
maridos e esposas de desfrutarem dessa intimidade de “uma só carne” que Adão e
Eva conheceram no Jardim do Éden é o orgulho. Marido, é o seu orgulho que
resiste em revelar aquelas coisas que você sente vergonha a sua esposa. Ela é
sua auxiliadora, ela tem necessidade bíblica de saber determinadas coisas sobre
sua vida que afetam o seu relacionamento com Deus. Sua esposa foi dada por Deus
para lhe ajudar a ser um cristão melhor! (PRIOLO, 2011, p.26-27).
Quando
olhamos para a fachada de uma bela casa, significa que alguém trabalhou muito
para deixar aquela casa naquele estado. Quando olhamos para um jardim bem
cuidado e florido, significa que alguém esteve ali trabalhando para deixar o
jardim daquele jeito. Assim é o casamento. O amor deve crescer. Tem de ser
regado, tratado e cuidado. Deve ser cultivado. Não há espaço para preguiça, tem
de ser limpo das ervas daninhas (ADAMS; 2011, p.150). Ervas daninhas não vão
embora por conta própria, e flores não crescem em seu lugar – a não ser que
alguém arranque as ervas e plante as sementes. Não basta identificar as ervas
daninhas no casamento que precisam ser arrancadas. É preciso estar atento e
pensar naquilo que Deus pede para plantar em seu lugar (TRIPP, 2011,
p.104-105). Arrancar ervas daninhas e plantar sementes não é uma ação única,
mas algo que precisa se tornar um estilo de vida.
Talvez
o maior inimigo de uma pessoa preguiçosa, seja os seus sentimentos. Não seja
uma pessoa orientada pelos sentimentos (alguém que faz o que sente vontade de
fazer, e não faz o que não sente vontade de fazer). Seja uma pessoa orientada
pela obediência (alguém que faz o que é exigido biblicamente, quer sinta
vontade ou não). “Há algo mais difícil que mudar; não mudar! ”(PRIOLO, 2011,
p.27).
Por
fim a ignorância sobre as Escrituras e do poder de Deus prejudica o marido a
compreender sua esposa (Mc 12:24). Conhecer a esposa não é uma recomendação e
sim uma ordem, ou seja, o marido tem que aprender a entender sua esposa (1 Pe
3:7). Deus providencia três recursos para podermos obedecê-lo:
- Deus promete dar a você sabedoria para obedecê-lo (Tg 1:5)
- Deus promete dar a você a capacidade de mudar (Fp 2:13; Tg 1:25)
- Deus promete dar a você o desejo de mudar (Fp 2:130
Até
a próxima!
REFERENCIAL TEÓRICO
PRIOLO,
Lou. Maridos Perseguindo a Excelência:
Princípios bíblicos para maridos que almejam o ideal de Deus. São Paulo:
NUTRA, 2011.
ADAMS, Jay. A
Vida Cristã no lar. 2. ed. São José do Campos: Fiel, 2011.
TRIPP,
Paul D. O que você esperava? Expectativas fictícias do casamento. São
Paulo, Cultura Cristã, 2011.
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