quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Maridos em busca da excelência – Parte 2: A revelação como pré-requisito para um relacionamento íntimo


 Se não fosse pela Bíblia nós não poderíamos ter um relacionamento pessoal e íntimo com Deus por meio de Jesus Cristo, ou seja, se não fosse pela revelação escrita de Deus para o homem, nós não poderíamos saber o suficiente para nos tornarmos cristãos. À medida que Deus se revela a você pela Bíblia (e você entende essa revelação), você pode desenvolver um relacionamento íntimo com Ele. E, à medida que Ele não se revela pela Bíblia (ou à medida que você não entende essa revelação), você não pode ter um relacionamento com ele.

É nesse sentido, em um relacionamento de companheirismo (Pv 2:17; Ml 2:14) entre duas pessoas que a revelação é um pré-requisito para um relacionamento íntimo. À medida que duas pessoas se revelarem uma à outra, também terão o mesmo grau de proximidade no relacionamento uma com a outra; à medida que duas pessoa não se revelarem uma à outra, elas também não conseguirão, na mesma medida, ter um relacionamento íntimo uma com a outra (PRIOLO, 2011, p.22).

O casamento é o mais íntimo dos relacionamentos interpessoais, pois, marido e mulher experimentam ali uma intimidade de “uma só carne” (Gn 2:24; Mt 19:5) que Deus planejou. No casamento eles devem revelar-se um ao outro mais do que para as outras pessoas. Em todo e em qualquer nível (físico, intelectual, emocional, etc.) eles devem estar “nus, e não sentir vergonha” (Gn 2:25), porém, por causa do pecado, maridos e esposas estão envergonhados e com medo de se revelarem um ao outro.

Marido, até que ponto você se revela a sua esposa? Você está envergonhado e com medo de se revelar?

Existem muitos obstáculos para à revelação, e quero citar as principais:

  • Medo
  • Egoísmo
  •  Orgulho
  • Preguiça
  • Ignorância

O medo, talvez seja o maior empecilho à revelação (Gn 3:7-10). Adão e Eva depois que comeram do fruto proibido, ficaram apavorados de medo e se esconderam de Deus quando reconheceram sua própria nudez. Maridos e esposas muitas vezes se apavoram de medo e escondem a sua verdadeira natureza um do outro quando reconhecem a pecaminosidade de seus próprios corações. Maridos e esposas cristãos (que são uma só carne) não devem sentir vergonha de expor seus pecados um ao outro, ao contrário, eles devem pressupor que irão pecar (1 Jo 2:1), e sentir liberdade para revelar um ao outro suas batalhas com o pecado que neles habita, na esperança de encontrar ajuda para superá-los (PRIOLO, 2011, p.22-23).

O egoísmo tem relação com o medo. Pessoas egoístas tendem a ser medrosas. De acordo com a Bíblia, o oposto do medo é o amor. O amor também é o antídoto para o medo (1 Jo 4:18). Porém o amor também é o oposto do pecado do egoísmo. O amor “não procura seus interesses” (1 Co 13:5). Marido, você é egoísta quando permite que o medo de ser rejeitado por sua esposa o impede de amá-la, não revelando a sua esposa o que é biblicamente necessário para ela saber sobre você? Quando você deixa de se revelar para sua esposa com medo de rejeição, você está sendo egoísta, pois está mais preocupado com o quanto aquela revelação poderá prejudicá-lo, ao invés de se preocupar com o quanto poderia ajudar a sua esposa. Agindo dessa forma, você não está amando a Deus e sua esposa (próximo), quebrando o primeiro e o segundo mandamento (de amar a Deus e de amar ao próximo – Mt 22:35-40).

O pecado do orgulho traz o julgamento severo de Deus, pois ele o deixa cego para os outros pecados em sua vida e o impede de arrepender-se deles. Lou Priolo diz que o orgulho é a “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida” (AIDS) da alma. Quando uma pessoa morre como resultado de ter contraído a AIDS, ela não morre da AIDS na verdade. Morre, no entanto, de uma doença oportunista relacionada à AIDS (pneumonia, tuberculose, meningite, etc.). Assim como a catarata, o vírus da AIDS cega os olhos do sistema imunológico de ver e por consequência não destrói aqueles vírus e bactérias mortais que o matarão no final de tudo (PRIOLO, 2011, p.25).

Da mesma maneira, o orgulho cega a pessoa de ver todos os seus pecados que estão guardados no coração. Ele leva a pessoa a odiar a correção e a repreensão. O orgulho esconde o pecado da pessoa, e ainda o impede de arrepender-se dele. Ele também engana, levando a pessoa a pensar que está espiritualmente bem, quando de fato, está com um câncer terminal.

Antes da queda, Adão e Eva estavam “nus” e “não sentiam vergonha” (Gn 2:25). O fato deste casal não sentir vergonha tem a ver primeiramente com a transparência, honestidade e franqueza total que eles desfrutavam antes de cobrirem seus pecados motivados pelo orgulho. Portanto, podemos dizer que o que impede maridos e esposas de desfrutarem dessa intimidade de “uma só carne” que Adão e Eva conheceram no Jardim do Éden é o orgulho. Marido, é o seu orgulho que resiste em revelar aquelas coisas que você sente vergonha a sua esposa. Ela é sua auxiliadora, ela tem necessidade bíblica de saber determinadas coisas sobre sua vida que afetam o seu relacionamento com Deus. Sua esposa foi dada por Deus para lhe ajudar a ser um cristão melhor! (PRIOLO, 2011, p.26-27).

Quando olhamos para a fachada de uma bela casa, significa que alguém trabalhou muito para deixar aquela casa naquele estado. Quando olhamos para um jardim bem cuidado e florido, significa que alguém esteve ali trabalhando para deixar o jardim daquele jeito. Assim é o casamento. O amor deve crescer. Tem de ser regado, tratado e cuidado. Deve ser cultivado. Não há espaço para preguiça, tem de ser limpo das ervas daninhas (ADAMS; 2011, p.150). Ervas daninhas não vão embora por conta própria, e flores não crescem em seu lugar – a não ser que alguém arranque as ervas e plante as sementes. Não basta identificar as ervas daninhas no casamento que precisam ser arrancadas. É preciso estar atento e pensar naquilo que Deus pede para plantar em seu lugar (TRIPP, 2011, p.104-105). Arrancar ervas daninhas e plantar sementes não é uma ação única, mas algo que precisa se tornar um estilo de vida.

Talvez o maior inimigo de uma pessoa preguiçosa, seja os seus sentimentos. Não seja uma pessoa orientada pelos sentimentos (alguém que faz o que sente vontade de fazer, e não faz o que não sente vontade de fazer). Seja uma pessoa orientada pela obediência (alguém que faz o que é exigido biblicamente, quer sinta vontade ou não). “Há algo mais difícil que mudar; não mudar! ”(PRIOLO, 2011, p.27).

Por fim a ignorância sobre as Escrituras e do poder de Deus prejudica o marido a compreender sua esposa (Mc 12:24). Conhecer a esposa não é uma recomendação e sim uma ordem, ou seja, o marido tem que aprender a entender sua esposa (1 Pe 3:7). Deus providencia três recursos para podermos obedecê-lo:


  1. Deus promete dar a você sabedoria para obedecê-lo (Tg 1:5)
  2.  Deus promete dar a você a capacidade de mudar (Fp 2:13; Tg 1:25)
  3. Deus promete dar a você o desejo de mudar (Fp 2:130

Até a próxima!



REFERENCIAL TEÓRICO

PRIOLO, Lou. Maridos Perseguindo a Excelência: Princípios bíblicos para maridos que almejam o ideal de Deus. São Paulo: NUTRA, 2011.

ADAMS, Jay. A Vida Cristã no lar. 2. ed. São José do Campos: Fiel, 2011.

TRIPP, Paul D. O que você esperava? Expectativas fictícias do casamento. São Paulo, Cultura Cristã, 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por que as redes sociais têm um impacto negativo maior nas meninas que nos meninos?

Vimos no artigo anterior que no começo da década de 2010 houve um declínio da saúde mental em muitos países, indicado por um aumento acentu...