Caro leitor, vimos no estudo anterior que, em Cristo, todas as coisas foram criadas, tudo foi criado por meio
dele e para ele (Cl 1:16), e que o homem foi feito para o louvor da sua glória
(Ef 1:12) e que devemos fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31). A glória
de Deus independe de qualquer ação humana (At 17:25), pois a glória de Deus é a
honra e o esplendor que ele possui desde a eternidade, mas, podemos
resplandecer a sua luz, demonstrar a sua glória vivendo uma vida de testemunho
real, em obediência e amor ao seu nome.
Neste mês aprenderemos que Deus
revela sua verdade não somente pela bíblia, mas também por meio do que chamamos
de “revelação natural ou geral”. Ela pode ser percebida por todos os homens. Em
Salmos 19 e Romanos 1 encontramos alguns atributos de Deus revelados ao homem
através da sua criação, como: a sua glória (Sl 19:1), sua sabedoria (Sl 19:2),
sua justiça (Rm 1:18), seu eterno poder (Rm 1:20) e sua divindade (Rm 1:20).
Porém esta revelação geral é distorcida pelo homem não regenerado, vejamos: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma
noite revela conhecimento a outra noite” (Sl 19:1,2). “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos
homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode
conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os
atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso,
indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como
Deus (...)” (Rm 1:18-21), “mudaram a
verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1:25).
Quando o apóstolo Paulo esteve
na cidade de Atenas, em Atos 17:16-31, seu espírito se revoltou em face da
idolatria dominante naquela cidade. Aquela cidade não tinha conhecimento algum
das Escrituras, porém eram religiosos. Atenas era o centro filosófico do mundo
naquela época. Era um cenário totalmente paganizado. É assim que os homens
pagãos respondem à revelação geral, tentam suprimir e distorcer a verdade.
Estes homens pagãos, consideram sua multiplicidade de deuses uma virtude, e
Paulo apresenta esta virtude como ignorância dos atenienses e os conclama ao
arrependimento (Rm 1:30).
Hoje estamos vivendo em uma era
de “sincretismo” e “nominalismo cristão”. A mídia está tentando harmonizar
todos os tipos de crenças para ligá-las a Cristo. O sincretismo é uma síntese entre a fé cristã e outras
religiões, a mensagem bíblica é progressivamente substituída por pressuposições
e dogmas não-cristãos. E quando a mensagem bíblica não é transmitida de maneira
correta, sendo má compreendida, vemos aí o nominalismo
cristão, que são pessoas interessadas pelo evangelho, mas sem
verdadeira conversão. A religião falsa é produto do conhecimento pervertido que
o homem tem de Deus.
Revelação geral + Pecado =
Idolatria (a criação de Deus sendo adorada pelo homem decaído). Este é o
impacto causado na vida do homem sem Deus. Ele é incapaz de adorar e servir o
Criador, porém, adora e serve a criatura. Prostra-se perante homens e imagens esculpidas
por mãos humanas, e retêm a supremacia e preeminência que é devida somente a um
Deus, “que fez o mundo e tudo o que nele
existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por
mãos humanas” (At 17:24) e o seu nome é Jesus. Ele o cabeça da igreja (Cl
1:18).