“Um chamado à justiça, um aviso de
julgamento”
Ultimamente tenho observado a forma
de agir da igreja, dos “evangélicos” do nosso país, e como tem sido vergonhoso
o mundo incrédulo flagrar cristãos professos entregues em seus pecados. O livro
do Profeta Amós traz como tema-chave: “Um chamado à justiça, um aviso de
julgamento” (Amós 5:24). Com base neste livro iremos aprender hoje o que Deus
quer falar para nós cidadãos brasileiros, contra as heresias que estão sendo
pregadas pelo nosso país, contra homens que estão defraudando pessoas por toda
parte, contra a injustiça e a avareza e todo o luxo com que estes homens vivem
se aproveitando dos pobres e obtendo lucros excessivos.
Qualquer “reavivamento”
religioso que não muda as prioridades dos cristãos nem ajuda a resolver os
problemas da sociedade não é, de fato, “reavivamento” (Warren W. Wiersbe). Hoje
em dia, o Brasil tem tido um crescimento considerável de evangélicos no país.
Porém este “avivamento” que estamos vendo, não passa de fingimento e modismo. O capítulo 4 do Profeta Amós nos
relata alguns acontecimentos semelhantes ao que estamos vivendo hoje.
“Vinde a Betel e transgredi, a Gilgal e multiplicai as transgressões;
e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos
dízimos; e oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai
ofertas voluntárias, e publicai-as,
porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o SENHOR Deus” (Amós
4:4,5).
Betel e Gilgal eram dois
lugares de grande importância na história do povo de Israel. A arca da aliança
ficou algum tempo em Betel (Jz 20:18-28). E nesta época era o “santuário do
rei” onde o sacerdote Amazias o servia (Am 7:10). Gilgal foi o lugar onde Josué
e o povo acampou quando entraram na terra prometida (Js 4:19). Esses dois lugares
se transformaram em santuários onde o povo ia adorar seus deuses pagãos,
enquanto afirmavam adorar ao Senhor. As aparências indicavam que Israel estava
passando por um grande avivamento
espiritual. O texto nos mostra que muitas pessoas se dirigiam a estes
“lugares sagrados” levando seus sacrifícios, dízimos e cantando louvores ao
Senhor (Am 5:23). Ofereciam ofertas mais do que era requerido pela lei, para
provarem o quanto eram “espirituais”. Vangloriavam-se de suas ofertas
voluntárias e gabavam-se de seus sacrifícios. Será que era o Senhor quem estava
recebendo toda glória? Naquela época era moda
fazer uma peregrinação a Betel ou a Gilgal, e ninguém queria ficar para trás.
Com certeza, e o texto não nos relata nada sobre isso, este povo não confessava
seus pecados, não havia quebrantamento diante do Senhor, era simplesmente um evento religioso onde os
participantes se sentiam bem. O sistema era todo corrupto, e ao mesmo tempo
serviam ao Senhor.
Hoje estamos vivendo um momento
em que as pessoas pagam uma fortuna por ingressos para “shows de música
gospel”, aliás, músicas que não engrandecem e nem exaltam o nome do Senhor, em
Amós 5:23 o que para os judeus era uma bela música, para Deus não passava de
barulho. Não vemos os estudos bíblicos lotados de pessoas, famílias crescendo
na fé fortalecendo a igreja e o reino de Deus para testemunhar o verdadeiro
evangelho. Como Judeus do tempo de Amós,
estamos apenas indo a Betel e a Gilgal e
pecando!
Outro grande problema era o
quadro da sociedade mostrado por Amós. Duas classes de desenvolviam: ricos e
pobres. Os ricos possuíam palácios de verão e de inverno, abarrotados de
objetos e móveis enfeitados de marfim (Am 3:15). Amós dirigiu-se as esposas dos
líderes como “Vacas de Basã” gordas e mimadas, induziam os maridos à injustiça
para poderem viver no luxo (Am 4:1). A justiça era um bem comercializado. No
capítulo 8:4-6, o povo de Israel, estava roubando os pobres. Eles estavam
defraudando o povo da classe pobre. Defraudar alguém significa abusar dessa
pessoa, aproveitando-se de sua fraqueza, ingenuidade ou posição de
inferioridade. Não havia honestidade. A desonestidade era explicita, pois eles
estavam diminuindo as medidas, balanças estavam sendo adulteradas e misturavam
materiais (colocando palha junto do trigo). Infelizmente é isso que essas
pessoas hoje que se dizem “Apóstolos, Profetas e pastores” estão fazendo com
essas pessoas. Estão se aproveitando da ingenuidade delas. O texto diz que
estavam comprando os pobres por um par de sandálias. Deus não se agradou disso.
E hoje estes “evangélicos”, que não são todos, estão se comportando da mesma
forma.
Deus convocou testemunhas, as
nações gentias, para testemunhar contra o reino do Norte, Israel, cuja capital
era Samaria. O pecado de Israel era tão grande que assustava até as nações
pagãs (Amós 3:9,10). O Brasil também vai testemunhar contra este grupo que tem
roubado, defraudado os pobres, e isso quem está dizendo é Deus, a sua palavra.
Não se assustem, pois Deus anunciou através de Amós o julgamento (Amós
3:11-15). Isso ocorreu em 722 a.C, Samaria foi saqueada e invadida pelo
exército Assírio. A Lei da Semeadura é clara, colhemos aquilo que semeamos
(Gálatas 6:7 e 2 Coríntios 9:6).
O texto nos diz que eles
rejeitaram a palavra do Senhor (Am 2:4), e hoje o povo de Deus tem rejeitado a
sua palavra, desobedecendo seus estatutos, vivendo cada um a sua maneira, não
sabem o que é reto.
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR
Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de
ouvir as palavras do SENHOR” (Amós 8:11).
“Porque a ocasião de começar o
juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o
fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” ( 1 Pe 4:17).
Apesar de tudo isso, temos um
Deus misericordioso, que disciplina seus filhos para sua restauração
espiritual, assim como foi com Israel, que possamos estar atentos aos
acontecimentos e nos empenharmos a amar esse Deus de todo nosso coração.
O principal de todos os
mandamentos é este:
“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12:30).