1 Samuel 10:12 e 1 Samuel 19:24
Em virtude dos acontecimentos
atuais que tomei conhecimento e que infelizmente vem afligindo nossas famílias
dentro da igreja porque se deixam levar por filosofias de homens que se dizem
“Profetas e Apóstolos” e que falam em nome dos “evangélicos”, resolvi fazer um
breve relato de alguns trechos da história de Saul no livro de 1º Samuel capítulo
8, 10 e 19. No final deste estudo veremos o que Deus quer nos ensinar em sua
palavra sobre essa questão.
Quando estudamos a história do
rei Saul, ficamos decepcionados em ver como um homem escolhido para governar
Israel, ungido de Deus, se tornou orgulhoso e independente perdendo seu reinado
e sua vida de forma humilhante.
O povo de Israel era a nação
que tinha Deus como seu Rei e Senhor, porém, eles rejeitaram a Deus e pediram
um rei que os governasse (1 Sm 8:6-7). Eles queriam ser iguais as outras nações
e por isso disseram NÃO a Deus (1 Sm 8:19-20).
Quando Samuel ungiu a Saul rei
de Israel ele lhe deu alguns sinais para que o jovem Saul tivesse certeza de
que ele realmente era o escolhido de Deus. O capítulo 10 nos relata três
sinais, e vamos estudar somente o terceiro sinal. O Terceiro sinal era associado ao poder
espiritual (1 Sm 10:5-6). Saul encontraria um grupo de profetas voltando de uma
cerimônia de adoração, os quais estariam profetizando, neste momento o Espírito
Santo viria sobre Saul e ele também se juntaria aos profetas e passaria a
profetizar com eles. Quando Saul deixou Samuel e voltou para sua casa muitos
viram que ele profetizava e ficaram espantados, pois não esperam ver Saul ter
esse tipo de experiência, pois ele era uma pessoa mundana, não espiritual. E
por ser algo incomum de ser ver, surgiu a pergunta pelo que se tornou em
provérbio: “Está também Saul entre os profetas?” (1 Sm 10:11-12). É claro que Saul
poderia ter vivido essa experiência maravilhosa e continuado a alimentar esse
relacionamento com o Senhor sua vida inteira, mas infelizmente ela não terminou
assim.
Quando Deus levanta um líder
ele é provado, e Saul foi reprovado em seu teste. Saul preferiu oferecer
sacrifícios para Deus a obedecer a sua palavra (1 Sm 13:1-2, 14 e 1Sm 15:22). Deus
queria um homem que o servisse em obediência e confiança, em total dependência
dele. Saul mostrou-se arrogante e orgulhoso, totalmente independente de Deus,
não reconhecia seus erros e agia conforme sua vontade.
Como Saul foi reprovado diante
de Deus para ser Rei de Israel, Deus levou Samuel a até Davi para ungi-lo. Saul
começa a ter inveja de Davi, pois o espírito de Deus estava com ele (1 Sm
16:12-13), e por isso Davi inicia suas conquistas contra os exércitos inimigos,
suas vitórias traziam grandes alegrias para o povo de Israel o que deixou Saul
mais indignado ainda. (1 Sm 18:8).
Saul agora tenta matar Davi por
várias vezes. No texto de 1 Samuel
19:18-24 Davi foge para Ramá junto
de Samuel na casa dos profetas. Nesta passagem vamos ver que Saul e seus
mensageiros profetizam. A palavra profetizar é citado seis vezes. O termo
hebraico traduzido por “profetizar” pode significar “entoar cânticos e louvar a
Deus” e também “prenunciar acontecimentos”. Quando Saul ficou sabendo que Davi
se encontrava na casa dos profetas em Ramá, ele enviou mensageiros para
trazerem Davi. O rei enviou três grupos diferentes de soldados para prender
Davi, mas quando estes chegavam ao lugar onde os profetas estavam reunidos,
eram imediatamente tomados pelo Espírito e começavam a louvar e adorar a Deus,
ou seja, “profetizar”. Os três grupos fracassaram, de modo que Saul decidiu ir
pessoalmente a Ramá. Quando chegou até o lugar indicado novamente o Espírito de
Deus também veio sobre ele, levando-o a adorar e louvar (profetizar) ao Senhor.
Note que esta experiência de Saul foi muito parecida com a que ele teve logo
depois que foi ungido rei por Samuel. Foi nesta ocasião que veio o ditado:
“Está também Saul entre os profetas?”, e pelo que vimos nesta passagem o
provérbio voltou a tona (1 Sm 19:24).
Não podemos esquecer que o
intuito de Saul e seus mensageiros irem até Davi era de prendê-lo e matá-lo, ou
seja, destruir Davi e a ameaça que ele representava para o seu trono.
Este pequeno resumo agora vai
nos ajudar a entender como estes homens surgem com outras intenções dentro das
igrejas para destruir famílias e manipularem as pessoas a acreditarem em suas
profecias.
Vimos no estudo que Saul passou
por dois acontecimentos parecidos em sua vida, e que provam que uma pessoa pode
ter experiência religiosa extraordinária e, ainda sim, não passar por uma transformação de caráter. Geralmente
esse tipo de gente quer receber o louvor que é devido a Deus, desejam ter poder
e amam o dinheiro e tudo aquilo podem comprar com ele. No caso de Saul, as duas
experiências vieram do Senhor, porém ele não se beneficiou delas. Manifestações
religiosas especiais não indicam, inequivocadamente, que uma pessoa seja sequer
salva.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai,
que estás nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!
Porventura, não temos nós profetizado
em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes
direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniqüidade” (Mt 7:21-23).
Outro exemplo é Judas, este
também pregou sermões e até realizou milagres (Mt 10:1-8), no entanto jamais
creu em Jesus (Mt 6:67-71) e traiu o Senhor, cometendo suicídio em seguida.
O que me deixa mais triste é
ver pessoas sendo enganadas, manipuladas por pessoas que sequer conhecem a Deus
e dizem trazer uma mensagem do Senhor. O pior são as igrejas que cedem seus
púlpitos para essas pessoas que estão sendo enviadas para destruir a igreja, as
famílias que ali freqüentam. Tudo isso para trazerem o movimento, o barulho que
tanto atrai as pessoas, estão agindo semelhantemente ao povo de Israel quando
rejeitaram a voz de Deus e seus mandamentos porque preferiam ver um rei a crer
em um Deus invisível. A falta de fé, confiança e dependência de Deus é que faz
com que as igrejas queiram fazer esses movimentos para atrair mais pessoas.
Deixam-se iludir com todas essas “profecias” que não provém de Deus trazendo
confusão e não paz para as pessoas.
O dever básico de um verdadeiro
profeta no antigo testamento era anunciar a mensagem de Deus ao povo no
contexto histórico devido. Sua função jamais foi predizer o futuro para
satisfazer curiosidades pessoais, eles eram pregadores, expunham e
interpretavam a lei mosaica para a nação. Eles tinham o dever de admoestar,
reprovar, denunciar o pecado, chamar ao arrependimento e trazer consolo e
perdão. Os profetas bíblicos chamavam as pessoas não para o ritual, mas para a
santidade. Ao contrário do que a bíblia ensina, os que se dizem profetas hoje,
ou seja, os falsos profetas não se importam com a santidade da igreja e muito
menos em exortar.
Muitas vezes em nossas vidas
agimos dessa forma, é mais fácil ouvirmos e confiarmos em homens do que
sujeitarmos a um Deus invisível e confiarmos em seus mandamentos que são
Maravilhosos.
“Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para o
outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens,
pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:14).
“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na
graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbem e querem
perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue
evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já
dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que
recebestes, seja anátema” (Galatas 1:6-9).
“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio
Satanás se transforma em anjo de luz” (2
Co 11:13-14).
Paulo também alertou a igreja
sobre isso, ele ainda diz que mesmo que apareça um anjo pregando um evangelho
que não seja o que ele pregava, ou seja, o verdadeiro evangelho que foi esquecido
por muitos hoje, que seja maldito. Paulo falava da parte de Deus.
Confie e espere somente no Senhor e
em sua PALAVRA, porque Deus não é homem que possa mentir, pois ele cumpri o que
diz e faz o que promete. Ele é Deus e não homem!